sexta-feira, 14 de junho de 2019

LIÇÃO 11 – O SACERDÓCIO DE CRISTO E O LEVÍTICO






Êx 28.1; Lv 8.22; Hb 7.23-28; 1 Pe 2.9




INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio Levítico; veremos a escolha de Deus para com a tribo de Levi para exercerem o serviço no santuário; por sua vez destacaremos aspectos importantes do sacerdócio de Cristo, e por fim, destacaremos as principais características de Jesus como nosso Sumo Sacerdote.


I. A NOMEAÇÃO DA TRIBO DE LEVI PARA O SACERDÓCIO LEVÍTICO
Os filhos de Levi antes de serem santificados para o ministério levítico eram uma tribo comum; mas, foram separados pelo Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; 1 Cr 15.2). Vejamos:

1. Levitas.
Por haverem sido resgatados da morte na noite da Páscoa, os primogênitos das famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os levitas, por seu zelo espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos dos filhos mais velhos de cada família (Êx 32.25-29; Nm 8.17-19; ver 3.5-13). Deus separou para isto os três filhos de Levi: Gérson (gersonitas), Coate (coatitas) e Merari (meraritas) (Nm 26.57). Durante os dias de Davi, com a reforma no culto promovida por aquele monarca de Israel e que era também grande músico, os levitas foram divididos em quatro classes: a) assistentes dos sacerdotes no trabalho do santuário; b) juízes e escribas; c) porteiros e d) músicos e cantores. Essas classes foram subdivididas em grupos, que serviam cada um por seu turno (1 Cr 24-25; Ed 6.18).

2. Sacerdotes.
A palavra sacerdote que no hebraico é “kohen”, e de acordo com Champlin (2004, p.13), esse termo em português, vem do latim: “sacer”, e que quer dizer: “sagrado, consagrado”, e se refere ao ministro divinamente designado na Antiga Aliança, cuja função principal era representar o homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). Antes do êxodo, o chefe de cada família ou o primogênito, desempenhava o papel de sacerdote familiar; mas, os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu Arão e seus filhos (Êx 28.1). A vocação sacerdotal era hereditária, de modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).

3. Sumo sacerdote.
O sumo sacerdote era o principal entre os sacerdotes (Lv 21.10; 2 Cr 19.11). Em hebraico ele é chamado de “kohen gadol”, que quer dizer: “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34). Diferentemente dos demais levitas, cujo trabalho seria até os cinquenta anos (Nm 8.23-26), o sumo sacerdote nos tempos primitivos tinha cargo vitalício, embora nos tempos do NT mudanças parecem ter ocorrido, com interferências políticas e rodízio entre os sacerdotes (Jo 11.49-51; Lc 3.2). O sumo sacerdote distinguia-se dos outros membros da classe sacerdotal pelas roupas que usava, pelas funções que desempenhava e pelas exigências particulares impostas a ele (Êx 28.40). Só ele vestia a estola sacerdotal ou éfode, e só ele trazia o Urim e o Tumim no “peitoral do juízo”, pelo qual os judeus consultavam ao Senhor sobre questões difíceis (Êx 28.15-30). O primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Hb 5.1- 4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6.20; Nm 26.59), e irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais velho que o Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com ela Arão teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (1 Cr 24.1).


II. O SACERDÓCIO DE CRISTO
1. Sua origem.
Arão foi feito sacerdote por Deus e não pelos homens: “E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hb 5.4). Da mesma forma Cristo foi feito por Deus sacerdote: “Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei. […] Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.5,6). Considerando que a Bíblia não menciona a genealogia de Melquisedeque (Hb 7.3), seu sacerdócio era singular em sua ordem, pois não dependia de sua genealogia, mas de sua nomeação direta por Deus (Gn 14.18). Da mesma forma, Jesus foi feito sumo sacerdote diretamente por Deus: “Chamado por Deus sumo sacerdote […]” (Hb 5.10). Ver também (Hb 10.21).

2. Sua ordem.
Na mente de um judeu, letrado nas ideias levíticas rígidas, era inconcebível que alguém servisse como sacerdote sem ser descendente de pais sacerdotes, sem genealogia. No entanto, Melquisedeque aparece nesta função: “sem genealogia” (Hb 7.3) ou “cuja genealogia não é contada” (Hb 7.6). É bom lembrar que foi o próprio Moisés que chamou Melquisedeque de “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18); e ele foi reconhecido como tal mesmo sem credenciais formais. Neste sentido, ele foi feito semelhante a Jesus, que também não tinha uma linhagem sacerdotal normal. Nosso Senhor procedeu de Judá e desta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio (Hb 7.14). Por isso, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria (Hb 8.4). No entanto, o escritor as Hebreus assevera que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e não segundo a de Arão: “[...] Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15).

3. Sua superioridade.
O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos: a) é anterior ao sacerdócio arônico. O registro da aparição de Melquisedeque se dá em Gênesis 14.18-20 e a instituição do sacerdócio por Arão se deu em Êxodo 28.1, ou seja, por volta de 600 anos depois; b) foi feito sob juramento. Enquanto o sacerdócio de Arão foi realizado por indicação divina (Nm 17.1-10), a continuação do sacerdócio de Melquisedeque foi feita por indicação divina e sob juramento: “Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). É bom destacar que o juramento de Deus é feito em si mesmo, visto que ninguém lhe é superior (Hb 6.13). E, isto é o equivalente de dizer que Sua própria palavra bastava.

4. Sua durabilidade.
O sacerdócio levítico era interrompido pela morte, o sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre “[...] tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). O escritor aos hebreus faz questão de aludir a isso: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.23,24).

5. Sua perfeição.
O sacerdócio levítico era imperfeito, por diversos motivos: a) os sacrifícios realizados deviam ser repetidos não eram sacrifícios definitivos (Hb 10.11); b) não podiam purificar a consciência (Hb 10.1); e, c) era composto por homens imperfeitos, que necessitavam sacrificar por si mesmos, para depois sacrificarem pelo povo (Lv 4.3). Jesus, no entanto, ofereceu-se uma vez só (Hb 10.10); seu sacrifício purifica a consciência (Hb 9.14); e, Ele não precisou sacrificar por si mesmo, porque é sacerdote perfeito (Hb 7.28). Como sacerdote, Cristo possui as seguintes características: “[…] santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.26,27).


III. QUE TIPO DE SACERDOTE É CRISTO
1. Um sacerdote que tem acesso direto a Deus.
O Sumo sacerdote só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). No entanto, Cristo, nosso “[…] grande sumo sacerdote […] penetrou nos céus” (Hb 4.14). Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).

2. Um sacerdote que se identifica com a natureza humana.
Quando encarnou, Cristo compartilhou da natureza humana de forma plena: corpo, alma e espírito (Mt 26.12; Jo 12.27; Mt 27.50). Especificamente no corpo, Ele também padeceu de todas as fragilidades humanas. A Bíblia mostra que ele sentiu fome (Lc 4.2); sede (Jo 4.7; 19.28); teve cansaço físico (Jo 4.6); chorou (Jo 11.35); sorriu (Lc 10.21) e, foi tentado em tudo, mas não pecou (Mt 4.1; Lc 22.28; 1 Pe 2.22). Por isso, como sacerdote, Ele pode se compadecer das nossas fraquezas (Hb 4.15); e, pode socorrer os que são tentados “porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18). Jesus conhece o ser humano de forma plena (Jo 2.25; Ap 1.14; 2.23).

3. Um sacerdote que nos dá acesso a presença de Deus.
Quando Jesus morreu na cruz como oferta pelos nossos pecados, o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). Agora, ficou aberto o acesso a Deus (Hb 9.1-14; 10.19-22). Contrastando o acesso limitado a Deus que os israelitas tinham na Antiga Aliança, Cristo, ao dar sua vida por nós como sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da graça (Hb 4.16). Por isso, na Nova Aliança, os crentes podem com muita liberdade achegar-se a Deus (Ef 2.18, 3.12), chamando-o de Pai como Jesus nos ensinou e o Espírito Santo nos leva a fazer (Mt 6.9; Rm 8.15). Agora, também todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6).


CONCLUSÃO
O Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o sacerdócio, o que na verdade é uma figura do eterno e perfeito sacerdócio de Cristo, o qual através do Seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus tornando cada salvo um sacerdote.




REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

  


Por Rede Brasil de Comunicação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário