quinta-feira, 16 de junho de 2022

LIÇÃO 12 – A BONDADE DE DEUS EM NOS ATENDER


 
 
 
 
Mt 7.7-20
 
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo “bondade”; falaremos sobre as características da bondade de Deus; pontuaremos as demonstrações do agir bondoso de Deus; falaremos sobre a bondade do Senhor e a dependência do homem; e por fim, veremos que a bondade de Deus é sempre pedagógica.
 
 
I. DEFININDO BONDADE
1. Definição do termo bondade.
O dicionário teológico define “bondade” como: “qualidade e caráter do que é intrínseca e extrinsecamente bom. Benevolência, indulgência, benignidade” (ANDRADE, 2006, p. 86). Segundo Jesus a bondade é um atributo e um título próprio da divindade “[...] Ninguém há bom senão um, que é Deus” (Mc 10.18). Na verdade, Ele é a própria bondade; Deus, verdadeiramente, é Todo-bondade (ou “onibenevolente”) (GEISLER, 2010, p. 93). A Bíblia diz que Sua bondade é digna de louvor (1Cr 16.34; 2Cr 7.3; Ed 3.11).
 
 
II. CARACTERÍSTICAS DA BONDADE DE DEUS
1. A bondade de Deus é incomparável.
Segundo Jesus a bondade era um atributo e um título próprio da divindade: “Ninguém há bom senão um, que é Deus” (Mc 10.18). Deus não é só o maior de todos os seres, mas também o melhor.
 
2. A bondade de Deus é original.
A bondade que os homens possuem lhes é comunicada (Gn 1.26), mas em Deus a bondade é essencialmente infinita, ou seja, perfeita.
 
3. A bondade de Deus é imutável.
Os homens podem ser bons, mas eles o serão por alguns momentos; mas a bondade do Senhor “permanece continuamente” (Sl 52.1).
 
4. A bondade de Deus é grande. 
Sua bondade não há como mensurar (Sl 31.19).
 
5. A bondade de Deus é imparcial (Sl 145.9; Mt 5.45; At 14.17). 
Deus é bom para com todos indistintamente, pois não faz acepção de pessoas (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6).
 
 
III. DEMONSTRAÇÕES DA BONDADE DE DEUS
1. Bondade na criação.
A bondade de Deus é revelada na criação em criar (Gn 1.1; Sl 19.1) e fazer tudo o que é bom: a) a criação é boa (Gn 1.4; 1.10,12,18,21,25,31); b) O homem foi criado bom (Gn 1.31; Ec 7.29); c) Deus preparou um lindo jardim com toda a sorte de árvores frutíferas para o seu sustento (Gn 2.16); e, d) Deus preparou uma esposa, porque viu que não era bom que o homem estivesse só (Gn 1.18).
 
2. Bondade na preservação/manutenção.
Deus não somente revela a Sua bondade ao criar tudo, mas também ao manter a criação: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. E a todo animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi” (Gn 1.29,30). Jesus e Paulo também ensinaram isso (Mt 5.45; At 17.31), isto diz respeito a doutrina da providência. A expressão “providência”, consiste “na atividade de Deus para preservar a sua criação até ao seu destino final. Isso implica governo, soberania e preservação, haja vista ser Ele o Criador de todas as coisas” (SOARES, p. 90). Até mesmo o que nos falta, se buscarmos em oração, Ele nos concederá (Mt 7.7-12). Ele sabe o que precisamos antes mesmo de pedirmos (Mt 6.8).
 
3. Bondade na redenção.
Após a queda do homem em pecado (Gn 3.6), a criação foi prejudicada: o ser humano (Gn 3.7); o universo (Gn 3.17). Deus, no entanto, revelou a sua bondade seu plano de redenção da terra e do ser humano (Gn 3.15). Segundo as palavras de Paulo: “Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens” (Tt 3.4). O termo “apareceu” no grego “epiphaneia”, que quer dizer: “epi”, “por cima”; e “phaino”, “brilhar”. Ele manifestou em Cristo as riquezas da sua bondade, amor, graça e misericórdia (Rm 2.4; Ef 1.7; 2.7; 3.8; Cl 1.27). A bondade redentora somente é experimentada por aqueles que depositam sua fé em Cristo Jesus. A Bíblia nos convida a provar: “se alimentar”, “saborear” e ver a bondade de Deus (Sl 34.8; 1 Pe 2.3). Filipe chamou Natanael para ver se Jesus não era de quem falou Moisés (Jo 1.47); Jesus disse: “se alguém tem sede, que venha a mim a beba” (Jo 7.37).
 
 
IV. A BONDADE DE DEUS E A DEPENDÊNCIA DO HOMEM
Três expressões significativas e retóricas aparecem em Mateus 7.7,8 para ressaltar a dependência humana. Notemos:
 
1. Pedir.
Pedir fala da consciente necessidade e da confiança de Deus. A primeira delas é pedir: “Pedi, e dar-se-vos-á [...]. Porque aquele que pede recebe [...]”, isto não significa que Deus não saiba o que nos convém (Mt 6.7,8), mas estabelece uma relação filial mediante a qual sabemos que ele está sempre pronto para atender os nossos pedidos (Mt 21.22). Demonstra, por outro lado, que nenhuma restrição nos é imposta em nossa relação pessoal com o Pai. A qualquer momento as portas do céu estão abertas para aqueles que, confiantemente, se achegam ao trono da graça (Sl 34.15; 1Pe 3.12).
 
2. Buscar.
Buscar fala de fervente petição associada à submissão à vontade de Deus: “[...] e o que busca encontra”. Esta ênfase procura assegurar que jamais seremos abandonados à nossa própria sorte. Todas as vezes que buscarmos ao Senhor de todo o nosso coração vamos encontrá-lo de braços abertos para tratar amorosamente conosco (Sl 37.28; Hb 13.5). Àqueles que se dispõem a buscar, o Senhor jamais se negará a atendê-los (Sl 121.1-8; Jo 5.17).
 
3. Bater.
Bater fala da perseverança em buscar a Deus quando Ele não responde imediatamente: “[...] batei, e abrir-se-vos-á [...] e, ao que bate, se abre”. Esta sequência de termos, no grego, é um recurso poético que determina a certeza da disponibilidade de Deus em nosso favor, de modo que, se estivermos dispostos a depender dEle, nunca seremos decepcionados, mesmo que em alguns momentos tenhamos a impressão de que as coisas não saíram tão bem como esperávamos (2Cr 7.11-15). Assim, o aparente fracasso de hoje é apenas uma etapa do processo (Rm 12.2; Ef 5.17).
 
 
V. A BONDADE DE DEUS É PEDAGÓGICA
A bondade de Deus é pedagógica, ou seja, Ele nos ensina a sermos bons com o Seu próprio exemplo. Notemos:
 
1. Devemos ser bons para com todos.
A bondade que Deus requer de seus filhos não faz distinção de pessoas, assim como Deus não faz beneficiando até os ingratos e maus (Mt 5.45; Lc 6.35). Jesus disse que se fizermos o bem apenas aqueles que nos amam e nos fazem bem nos assemelhamos aos incrédulos (Lc 6.32-35). A bondade como fruto não faz distinção de cor, raça, sexo, religião, status social. Tiago repreendeu severamente aqueles que davam preferência aos ricos e subjugavam os pobres (Tg 2.1-4).
 
2. Devemos ser bons mesmo que as pessoas sejam más conosco.
Somos tentados a sermos bons apenas para com aqueles que julgamos merecedores. A bondade não deve ser feita em troca de reconhecimento ou de favores. Assim como o amor, a bondade “não busca os seus interesses” (I Co 13.5b). Ela é altruísta e despretensiosa, ou seja, não faz o bem como moeda de troca. Segundo Jesus não receberá recompensa diante de Deus aquele que age bondosamente com o seu próximo para barganhar algo (Mt 6.1-4). O verdadeiro ato de bondade consiste em fazermos o bem a quem não tem condições de nos recompensar (Lc 14.12-14).
 
3. Não devemos nos cansar de fazer o bem.
Há pessoas que porque não são reconhecidos pelos atos de bondade que realizam, desanimam. Todavia, o apóstolo Paulo nos diz “e não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Confira também (2 Ts 3.13). Deus tem a recompensa para aqueles que fazem o bem, tanto nesta vida quanto no porvir (Ap 22.12).
 
 
CONCLUSÃO
A Bíblia revela que Deus é bom e que Ele partilha da sua benignidade com suas criaturas, cuidando delas, quer sejam boas, quer sejam más (Mt 5.4,5). Ele não somente providencia as coisas materiais para nós, mas, em especial a nossa salvação. A salvação é resultado da graça e do amor do Pai (Jo 3.16).
  
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática, vol. 01. CPAD.
Ø  SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Ø  SILVA, Esequias Soares da. A razão da nossa fé: Assim cremos, assim vivemos. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



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