sábado, 25 de junho de 2022

LIÇÃO 13 – A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO






Mt 7.21-27 
 



INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo “identidade”; pontuaremos a condenação de Jesus aos falsos seguidores; comentaremos sobre a advertência de Jesus sobre o nosso alicerce; e por fim, mostraremos algumas lições da parábola dos dois fundamentos que se aplicam a nossa experiência diária como servos do Senhor.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO IDENTIDADE
1. Significado do termo identidade.
Segundo o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 1565), identidade do latim “identitas” é definida como: “qualidade da personalidade de alguém; conjunto das características individualizadas que distinguem uma pessoa ou uma coisa; é a soma de caracteres de uma pessoa distinguindo-a das demais; é o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio; é o conjunto de traços particulares, que identificam uma pessoa”. Champlin (2004, p. 648) diz que “alguns estudiosos supõem que o caráter e as características da personalidade são frutos do desenvolvimento, com base na experiência de cada um, condicionadas pelo meio ambiente do lar; da comunidade; da escola; do trabalho, da religião e sua prática; da comunicação em massa”.
 
 
II. A CONDENAÇÃO DE JESUS AOS FALSOS SEGUIDORES
1. Jesus condenou uma vida cristã apenas de palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus [...]” (Mt 7.21).
Jesus adverte sobre os que proclamam o seu nome com os lábios, porém, não cumprem a vontade do Pai (ver Is 29.13; Mt 15.8,9; Mc 7.6). Na verdade, Jesus ensina que devemos, sim, confessar a nossa fé de modo verbal, contudo, esse ato deve ser acompanhado de obediência a seus mandamentos. Não basta dizer: “Senhor, Senhor”. É necessário sermos autênticos e verdadeiros em nossa confissão, e esta deve estar seguida de profunda obediência ao Senhor Jesus (Rm 10.9,10). A Bíblia nos adverte quanto a sermos cumpridores da palavra e não somente ouvintes (Tg 1.22). O reino de Deus não consiste só em palavras, mas principalmente em virtude (1Co 4.20). Jesus estava preocupado com aqueles que professam uma fé apenas verbal; são apenas ouvintes da Palavra de Deus, mas não a praticam (GOMES, 2022, p. 148 - grifo e acréscimo nosso).
 
2. Jesus condenou uma vida cristã apenas baseada em maravilhas: “[...] E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” (Mt 7.22).
Não negamos que fenômenos sobrenaturais possam acontecer, mas existem três fontes para isso: o homem, Satanás ou Deus (2Ts 2.8-12). Por esse motivo, João diz que não se deve crer em qualquer espírito (1Jo 4.1). É preciso saber que os verdadeiros milagres têm sua fonte em Deus, e os pseudomilagres têm sua fonte em Satanás (Êx 7.11-22). Jesus falou sobre os falsos profetas e seus milagres não verdadeiros (Mt 24.24). A realização de obras espetaculares e milagres não serve como sinal para confirmar ou autenticar que uma determinada pessoa é escolhida ou usada por Deus (Dt 13.1-5). Alguém pode profetizar algo verdadeiro sem que sua vida seja verdadeiramente transformada (Jd 1.11 ver Ap 2.14) (GOMES, 2022, p. 149,150 – grifo e acréscimo nosso).
 
3. Jesus condenou uma vida cristã apenas nominal de superficial: “Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).
Jesus encerra seu ensino falando do Dia do Juízo contra os falsos crentes. Ele mostra que o que realmente valoriza é um relacionamento que uma pessoa constrói com Ele, reconhecendo-o e aceitando-o como Senhor e Salvador, procurando fazer a sua vontade e obedecendo a sua Palavra. Não demorará para que a sua real identidade seja revelada, quando perante os olhos daquEle que tudo vê (GOMES, 2022, p. 151 – grifo e acréscimo nosso).
 
 
III. A ADVERTÊNCIA DE JESUS SOBRE O NOSSO ALICERCE
A parábola dos dois fundamentos, também chamada por alguns de “a parábola dos dois construtores” (Mt 7.24-27; Lc 6.47-49) é uma antítese que transmite a sua mensagem por intermédio do contraste entre dois construtores. Este formato é chamado de “síncrise”, uma comparação entre opostos por meio de uma justaposição. Notemos:
 
1. A estabilidade da casa edificada sobre a rocha.
O primeiro dos construtores é chamado de o “construtor prudente”. A nossa casa espiritual precisa estar bem construída para não cair diante das intempéries da vida, tais como “chuvas torrenciais, ventos fortes e correntezas caudalosas”. A palavra “combater” (Mt 7.25) é, literalmente, “cair sobre” ou “cair contra”, ou seja, essas variações do tempo representam um tipo de força ou peso que repentinamente se lançam sobre determinado lugar. Entretanto, Jesus afirmou que uma casa poderá resistir ao mau tempo se tiver sido edificada sobre um fundamento firme (Pv 12.7; Is 28.16). Isso significa que embora estejamos sujeitos a experimentar adversidades, seremos capazes de superá-las se estivermos alicerçados na Rocha Eterna (Is 28.16; 1Co 3.11; 1Tm 1.1; At 4.11,12) (COUTO, 2001, pp. 266,267).
 
2. A instabilidade da casa edificada sobre a areia.
O segundo construtor é chamado de o “construtor insensato”. Não é difícil perceber a insensatez de alguém que constrói sua casa sobre a areia. Esta pessoa não tem senso ou razão, nem demonstra a menor perspicácia. Se houvesse bom senso nesse construtor, jamais construiria sua casa sobre a areia (Mt 7.26,27). No momento em que as tempestades e ventos da vida vieram sobre esta casa, ela não resistiu devido à fragilidade de seu fundamento. O “homem insensato” representa os que desobedecem aos ensinos de Jesus. A imprudência desse homem não consiste em deixar de ouvir as palavras do Mestre, mas em ouvi-las e não se preocupar em praticá-las. Trata-se de alguém que possui uma vida vulnerável, sujeita a tropeços fatais, porquanto não está alicerçado na obediência à Palavra de Deus (Pv 10.25).
 
 
IV. LIÇÕES DA PARÁBOLA DOS DOIS FUNDAMENTOS
O termo hebraico “yasad” significa: “fixar; fundamentar; alicerçar”. Essa parábola ensina que é impossível tirar conclusões sobre a qualidade das casas olhando apenas para a aparência exterior delas. Afinal de contas, elas poderiam até possuir a mesma planta, talvez os mesmos materiais e, como o próprio texto diz, foram expostas aos mesmos fenômenos da natureza: “caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força” (Mt 7.25,26). É possível observar que a tempestade revelou a única e essencial diferença entre elas que era o alicerce. Notemos algumas lições desta parábola:
 
1. Jesus estava falando dele mesmo como símbolo da rocha.
Na explicação da parábola, Jesus salienta que o sentido figurado representa todo aquele que vai a ele, ouve suas palavras e as leva a sério. Põe em prática tudo o que Jesus ordena, porque pôs sua confiança nele. Essa pessoa está edificando sobre um verdadeiro fundamento, o que se apoia na Rocha que é Cristo (Is 28.16; Mt 16.18; Rm 9.33; 1Co 3.11; 10.4; lPe 2.6). À luz da Bíblia, é coerente a interpretação de que esta rocha se refere ao próprio Senhor (COUTO, 2001, p. 267).
 
2. Jesus estava falando de dois tipos de pessoas com destinos diferentes.
O sábio construtor é aquele que ouve as palavras de Jesus e as coloca em prática. Este primeiro construtor é um homem previdente, uma pessoa cautelosa. Ele compreende que o tempo bom e sem nuvens não durará para sempre. Chegará à estação das chuvas trazendo inundações e desastres. Então cava e afunda mais e mais até que, por fim, toque o fundo rochoso: “[...] cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha” (Lc 6.48), enquanto que o construtor insensato não demonstrou qualquer preocupação em relação à firmeza necessária para sua edificação: “[...] edificou uma casa sobre a areia, sem alicerces [...]” (Lc 6.49). Jesus afirma que aquele que: “ouve os seus ensinamentos e vive de acordo com eles” (Mt 7.24), é semelhante ao construtor sábio; enquanto que aquele que: “ouve os seus ensinamentos e não vive de acordo com eles” (v.26) é igual a um construtor sem juízo. Duas pessoas com dois destinos totalmente diferentes.
 
3.  Jesus estava falando da tempestade da vida.
As chuvas são inevitáveis e no tempo bom, cada casa parece segura, mas, somente a habilidade de suportar às tempestades revelará a qualidade de uma boa construção. Construir uma base sólida (vida espiritual firme) dá trabalho. Por fora as duas casas parecem seguras, a diferença não está em cima, mas em baixo, mas na estrutura. A real diferença não está na aparência exterior, mas na fundação. Nós construímos ou sobre a rocha ou sobre a areia (Mt 7.24,26), com profundo alicerce ou sem alicerce (Lc 6.48,49). Nenhum ser humano é imune a tempestades, pois essa se revela através das enfermidades, fracassos, crises, dramas pessoais, pandemias, temores ou morte (Jo 16.33; Rm 8.18; 2Co 4.8-10; Fl 4.10-13; Tg 1.2-4). Em relação a isso, nenhum de nós está isento, não há nulidade em relação a tempestade. Mas aqueles que construir sobre a base sólida de fé no Senhor Jesus Cristo não será abalado, mas permanecerá firme (Rm 9.33; 10.11; 1Pe 2.6).
 
4. Jesus estava falando da tempestade do juízo.
Essa interpretação tem uma conotação escatológica; ela aponta para o fim dos tempos, quando Deus colocará à prova tanto a vida, quanto o caráter de cada construtor (Mt 7.21-23). A casa que caiu tinha tudo para permanecer de pé diante da tempestade, mas por causa da tolice do construtor que escolheu ignorar a importância do alicerce, seu destino foi comprometido para sempre. Assim também é a nossa vida espiritual, caso não sejamos prudentes e obedientes ao Senhor (1Jo 2.4; Tg 1.22-25). E quando as tempestades chegarem, será eliminado o disfarce daquele que finge ter fé (Tg 1.22-25).
 
 
CONCLUSÃO
O ensinamento do Sermão do Monte é para ser posto em prática, não apenas para ser admirado ou debatido. A sua preciosidade só pode ser provada verdadeiramente quando praticamos o que o sermão nos ensina. Então veremos o quanto a virtude do Reino de Deus tem um padrão elevado e celestial. Sua ética não é deste mundo, mas do céu. Para vivê-la é preciso ter o caráter transformado a fim de que, com o nosso viver, glorifiquemos a Deus.
   
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. CPAD.
Ø  COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã: Comentário devocional do Sermão do Monte. CPAD.
Ø  GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a igreja de Cristo. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 
 

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