sábado, 4 de junho de 2022

LIÇÃO 10 – NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS

 
 
 
 
 
Mt 6.19-27
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o que a Bíblia diz sobre as riquezas e as posses; pontuaremos o que as Escrituras falam sobre o dinheiro; notaremos os equívocos acerca da pobreza e da riqueza; estudaremos sobre a mordomia da vida financeira; e, por fim; salientaremos como fazer uso do dinheiro de maneira sábia.
 
 
I. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE RIQUEZAS E POSSES
1. Antigo Testamento.
O AT nos mostra que a prosperidade material acontece como um resultado de um favor divino (Pv 10.22; Ec 5.19). Até mesmo os incrédulos enriquecem em decorrência desse favor (Sl 73.3-12). “Essa ideia de prosperidade vai muito além daquela que é a do simples acúmulo de bens materiais e bem-estar físico (Pv 22.1). Na verdade, a compreensão que se tem no AT é que a prosperidade é, em primeiro lugar, espiritual e em segundo lugar, material (Pv 13.7). Isso nos faz constatar que há outros valores que o AT revela embora não sendo materiais, são tidos como grandes riquezas, verdadeiros tesouros” (GONÇALVES, 2011, pp. 19,22).
 
2. Novo Testamento.
“O Novo Testamento tem muita coisa a dizer sobre a riqueza, mas em nenhum lugar ela é apresentada como algo que deva ser buscado. Em vez disso, quase sempre é apresentada como uma armadilha ou um perigo” (PIERATT, 1993, p. 148). Possuir bens e ter dinheiro é bom, e a riqueza em si não é má. O que fazemos com ela pode sim transformar-se em algo danoso. De fato, a Bíblia condena o amor ao dinheiro (1Tm 6.10) e não a aquisição dele (Ef 4.28; 1Ts 4.11). Os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos deixam claro que os bens materiais senão forem administrados com sabedoria, para benefício próprio, da obra de Deus e do próximo se constituem num tropeço que poderá impedir o possuidor de entrar no Reino do Céus (Mc 10.23; Lc 6.24; 1Jo 2.15; Tg 5.1).
 
 
II. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O DINHEIRO
O dinheiro em si não representa pecado algum, pois todas as coisas pertencem a Deus inclusive as riquezas (Ag 2.8; 1Sm 2.7; Pv 10.22). A questão é o uso que se faz do dinheiro ou a perspectiva que o crente tem em relação a ele. Vejamos:
 
1. A Bíblia adverte quanto a fonte do dinheiro.
A Bíblia faz severas exortações quanto a forma correta de obtê-lo (Pv 13.11). Devemos ter cuidado quanto a fonte daquilo que pode nos proporcionar dinheiro, riquezas e bens (Pv 11.1; 20.10; Am 2.6). A Bíblia condena: o furto (Êx 20.15; Dt 5.19); o suborno (Pv 17.23; Dt 16.19; Mt 26.15); a prostituição (Dt 23.18); mercadejar do evangelho (2Rs 5.15,16; At 8.18-22; 1Tm 6.5; 2Pe 2.3). Lembremos dos princípios cristãos da licitude (1Co 6.12a), conveniência (1Co 6.12b), edificação (1Co 10.23), e, da glorificação a Deus (1Co 10.31).
 
2. A Bíblia adverte quanto ao mal uso do dinheiro.
Possuir bens e ter dinheiro é bom, e a riqueza em si não é má. O que fazemos com ela pode sim transformar-se em algo danoso. Os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos deixam claro que os bens materiais se não forem administrados com sabedoria, para benefício próprio, da obra de Deus e do próximo se constituem num tropeço que poderá impedir o possuidor de entrar no Reino do Céus (Mc 10.23; Lc 6.24; 1Jo 2.15; Tg 5.1). Nabal, um rico fazendeiro do AT, negou-se ajudar a Davi quando este precisou (1Sm 25.8-12); o filho pródigo gastou a herança do Pai com o pecado (Lc 15.14,30); outro rico que se vestia de púrpura, enquanto Lázaro jazia a sua porta comendo migalhas (Lc 16.19-21); o rico insensato se preocupou apenas com o seu bem-estar material e esqueceu da sua alma (Lc 12.16-20). Jó nos deu exemplo aliviando o sofrimento alheio (Jó 29.13).
 
3. A Bíblia adverte quanto ao apego ao dinheiro.
De fato, a Bíblia condena o amor ao dinheiro, dizendo que é a “raiz de toda espécie de males” (1Tm 6.10) e não a justa aquisição dele (Ef 4.28; 1Ts 4.11). Condena também: a) a confiança nas riquezas (Sl 49.6,7; 52.7; 62.10; Pv 11.28; Jr 9.23; Mc 10.24; 1Tm 6.17), b) a avareza (Pv 15.27; Lc 12.15; Rm 1.29; Ef 5.3; Cl 3.5; Hb 13.5); c) o orgulho (Dt 32.15; Pv 21.4; Jr 9.23; Dn 4.29,30); e, d) o egoísmo (1Sm 25.1-11; Lc 12.16-21; 2Tm 3.4).
 
 
 
III. EQUÍVOCOS ACERCA DA POBREZA E DA RIQUEZA
Infelizmente, não são poucos os equívocos cometidos por alguns cristãos quanto à visão de pobreza e riqueza. Veremos abaixo quatro extremos, que devem ser evitados:
 
1. Pobreza é sinal de santidade.
O monasticismo (um movimento religioso surgido do Cristianismo), difundiu a ideia de que um cristão para ser considerado piedoso, para agradar a Deus, devia viver isolado da sociedade e abrir mão de tudo o que possuía, vivendo em pobreza. Esta visão encontra-se totalmente distorcida da Palavra de Deus, visto que a pobreza não pode aferir o caráter de um servo de Deus. Um autêntico crente é conhecido por sua fé e por suas obras e pelos seus frutos (Mt 7.17,18; Lc 6.43,44; Gl 5.22).
 
2. Pobreza é sinal de pecado.
Este pensamento é antagônico ao primeiro. Se pobreza não pode ser evidência de uma vida piedosa, tampouco de uma vida de pecado. Estaria porventura em pecado o mendigo Lázaro que morreu e foi ao Seio de Abraão? (Lc 16.20-22); ou estaria debaixo de maldição o apóstolo Paulo que passou fome, frio e nudez? (2Co 11.27); teria o Filho de Deus pecado por ter preferido ser pobre para que pudesse enriquecer a outros? (1Co 8.9). É evidente que não.
 
3. Riqueza é sinal de santidade.
Este é um pensamento defendido pela Teologia da Prosperidade. No entanto, é um ponto de vista totalmente contrário a Bíblia, que ensina a prioridade pelas coisas que são do céu (Mt 6.33); que condena veementemente a riqueza mal adquirida (1Co 6.10) e a avareza, que é idolatria (Cl 3.5).
 
4. Riqueza é sinal de pecado.
Se não encontramos base bíblica para a teologia da prosperidade, também não encontraremos para a teologia da miséria, que procura demonizar a posse de bens materiais. Não esqueçamos de Jó, um homem riquíssimo de bens materiais, e que era justo e íntegro (Jó 1.1); ou de Abraão, o pai da fé, que de igual modo era possuidor de grandes riquezas (Gn 13.5,6). Na verdade, os que defendem essa ideia tropeçam numa declaração paulina, citando-a de forma equivocada: “o dinheiro é a raiz de todos os males”, quando na verdade o apóstolo disse: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6.10).
 
 
IV. A BÍBLIA E A MORDOMIA DA VIDA FINANCEIRA
Um dos aspectos do fruto do Espírito é o domínio próprio (Gl 5.22) que também pode ser traduzido por equilíbrio. Este equilíbrio deve estar presente em todas as áreas da nossa vida, inclusive na financeira. Notemos:
 
1. Evitemos o desperdício.
Deus não se alegra com o desperdício. Quando Ele mandou que sacrificassem o cordeiro da Páscoa, se a família fosse pequena deveria agregar-se a outra, para que comessem juntas, a fim de não estragar comida (Êx 12.1-4). Na ocasião que enviou o maná para o povo de Israel, os orientou que apenas recolhessem a porção diária, o tanto quanto podia comer (Êx 16.14-18). Jesus quando multiplicou pães e peixes, ordenou depois que a multidão comeu, que as sobras fossem recolhidas (Jo 6.12).
 
2. Planejemos os nossos gastos.
Jesus deixou claro que o crente só deve iniciar um empreendimento depois de planejar e ter a certeza de que vai conseguir concluí-lo (Lc 14.28-32). Ainda que neste texto ele estivesse falando sobre a responsabilidade em segui-lo, tal princípio é perfeitamente útil para as demais áreas da vida, inclusive a financeira.
 
3. Economizemos o máximo.
Dentro das possibilidades, o crente deve ter uma reserva financeira, visando dias maus que possam lhe sobrevir. Esse princípio fica evidente na administração de José na terra do Egito (Gn 41.33-35). Para que se consiga isso, são necessários equilíbrio e sabedoria por parte do servo de Deus (Pv 12.24; 25.28).
 
 
V. FAZENDO USO DO DINHEIRO DE FORMA SÁBIA
Batista (2018, p. 148) nos diz que: “a saúde financeira não depende de quanto ganhamos, mas de como gastamos o que ganhamos”. Vejamos como devemos usar de forma sábia o nosso dinheiro:
 
1. Mantendo a provisão familiar.
É responsabilidade do pai ser o provedor do lar (Gn 3.19; Sl 128.1,2), podendo, se necessário, ser auxiliado pela esposa (Gn 2.18; Pv 31.24). A Bíblia também orienta que os pais devem preocupar-se com o futuro dos filhos (Pv 19.14); como também com o bem-estar dos demais parentes, quando necessário (Êx 20.12; Mt 15.3-6; 1Tm 5.8).
  
2. Contribuindo com a obra de Deus.
A palavra dízimo significa: “décima parte de uma importância ou quantia”. O Dízimo, então, é uma oferta entregue voluntariamente à obra de Deus, constituindo-se da décima parte da renda do adorador. É um ato de fé, amor e devoção àquele que tudo nos concede. A prática do dízimo está registrada antes da Lei (Gn 14.18-20; 28.18-22); na Lei (Nm 18.21-32; Dt 12.1-14); nos livros poéticos (Pv 3.9); proféticos (Ml 3.10); nos evangelhos (Mt 23.23); e, nas epístolas (1Co 9.9-14).
 
3. Pagando as contas pontualmente.
É necessário que sejamos cumpridores dos nossos compromissos financeiros. Comprar e não pagar é um ato típico daqueles que não temem a Deus (Hc 2.6,7; Rm 1.31). Fomos chamados para fazer a diferença como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nossas atitudes honestas levam os homens a glorificar a Deus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
 
4. Quando possível, ajudando ao próximo.
Atender ao pobre e ao necessitado é um preceito bíblico (Lv 23.22; Dt 15.11; Sl 41.1; 82.3). Nos dias da igreja primitiva, a igreja não só pregava o evangelho, mas também, atendia aqueles que necessitavam de socorro material (Gl 2.9,10). Paulo ensinou claramente que além do sustento pessoal devemos nos preocupar em aliviar o sofrimento alheio (Ef 4.28). Ser generoso e solidário também é um dever do cristão (Hb 13.2; Tg 2.14-17; 1Jo 3.17,18).
 
 
CONCLUSÃO
Os filhos de Deus devem estar conscientes de que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai” (Tg 1.17). Somos abençoados pelo Senhor com os nossos bens, mas os nossos corações não estão nas riquezas deste mundo.
  
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 


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