sexta-feira, 11 de agosto de 2023

LIÇÃO 07 – A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE BÍBLICA



 
 
 
Pv 31.10-31
  


INTRODUÇÃO
Nesta lição traremos as definições das palavras feminilidade, feminino e feminismo. Mostraremos o quanto pernicioso é o movimento feminista na desconstrução da feminilidade bíblica; apresentaremos um resumo histórico do movimento. Apontaremos a perspectiva bíblica para as mulheres, e por fim, apresentaremos um esboço bíblico de feminilidade baseado em Provérbios 31.10-31.
 
 
I. DEFINIÇÕES DOS TERMOS FEMINILIDADE, FEMININO E FEMINISMO
1. Definição do termo feminilidade.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, feminilidade é: “qualidade ou caráter de mulher, atitude feminina; feminidade; o conjunto das mulheres; o sexo feminino” (2001, p. 1324 - acréscimo nosso). Embora a palavra feminilidade não apareça na Bíblia, o seu conceito é claro nas páginas do Antigo e Novo Testamento. Segundo MacArthur (2018, p. 201), a cultura da feminilidade bíblica é baseada nos princípios e valores da Bíblia, que orientam o modo como as mulheres devem se comportar e viver suas vidas (Gn 1.27; 2.18). As Escrituras estão repletas de orientações claras que instruem a mulher cristã a demonstrar sua feminilidade para que seja uma ajudadora idônea (Gn 2.18), exibindo graça (Pv. 11.16), vivendo uma vida pura (1 Pe 3.1,2), vestindo-se modestamente (1 Tm 2.19; 1 Pe 3.3), desenvolvendo um espírito manso e tranquilo (1 Pe 3.4), submetendo-se ao seu marido (Ef. 5.22) e ensinando as mulheres mais jovens (Tt 2.2-5). De todos os trechos das Escrituras que abordam esse assunto, Provérbios 31.10-31 é o único que apresenta um esboço literário completo da mulher, definindo o que é a feminilidade cristã.
 
2. Definição do termo feminino.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, feminino é: “relativo ou a próprio a mulher (ardis, trejeitos, comportamento, os traços físicos) oposto a masculino; relativo a ou a próprio de fêmea” (2001, p. 1324 - acréscimo nosso).
 
3. Definição do termo feminismo.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, feminismo é: “doutrina que preconiza o aprimoramento e ampliação do direito das mulheres na sociedade. Movimento que milita neste sentido. Teoria que sustenta a igualdade política, social e econômica de ambos” (2001, p. 1324 - acréscimo nosso). Entretanto, o que o dicionário não contempla é dito pelo comentarista da lição Baptista (2023, p. 51) que o movimento feminista é uma ideologia que busca desconstruir os valores bíblicos, em que o modelo de família bíblico é tratado como opressor do homem para com a mulher. A visão maxista adotada pelo movimento feminista é de desconstrução da família patriarcal, promoção da liberdade sexual e dissolução do matrimônio. Dessa maneira, ratifica-se que o ativismo radical rejeita a maternidade, faz apologia ao aborto, banaliza o divórcio, considera ofensivo o papel da mulher como auxiliadora do homem, enaltece a lascívia e engaja-se numa luta de gênero contra os homens.
 
 
II. UM RESUMO HISTÓRICO DO MOVIMENTO FEMINISTA
1. Primeira Onda - Século XIX, acontece na Europa e nos EUA, a primeira onda do ativismo feminista. Nos Estados Unidos destacam-se as americanas Elizabeth C. Stanton e Suzan B. Antony. Lutavam pela proibição da escravatura, pela criminalização do álcool e pelo direito feminino ao voto.
 
2. Segunda Onda - Século XX, a segunda onda do feminismo passa a lutar pela emancipação da “domesticidade”, pelos direitos reprodutivos e por liberdade sexual. É nesse período que nos EUA as mulheres levantam da pauta de controle de natalidade e aborto “seguro”, a emancipação de seu próprio corpo. Destaca-se nesse período A Mística Feminina (1963) o bra publicada pela americana Betty Friedan(1921-2006). Esse livro é o estopin para essa fase do movimento. Nesse livro, as mulheres são incentivadas a abandonar os deveres do lar e a seguir uma carreira professional fora do ambiente doméstico. A identidade de uma mulher não deveria ser o papel de procriadora e administradora da casa. Entre as pautas ideológicas, defendem-se a libertação da maternidade e a legalização do divórcio.
 
3. Terceira Onda - Ativista francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), em sua obra O Segundo Sexo (1949), estabelece uma das máximas do feminismo: “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” Esse feminismo avança e incendeia a discussão de gênero transgeneridade. Atualmente, a filósofa norte-americana Judith Butler, apresenta-se como uma das maiores defensoras do feminismo e da teoria Queer (Contrário a heterocisnormalidade). Judith Butler publica uma obra com o título “Problemas de gênero: Feminismo e subversão da Identidade (1990), e nela, defende que gênero é socialmente construído. Em 2011, em nome da autonomia do próprio corpo, a partir de Toronto, introduz-se o slogan “Meu corpo, minhas regras”. Nesse diapasão, o movimento toma conotações de “empoderamento” da mulher, desconstrução de identidades e notável aversão à fé cristã. A fé cristã reconhece a importância do movimento em prol dos direitos das mulheres e no combate à discriminação. Porém o feminismo erra quando se posiciona contrário aos valores bíblicos (BAPTISTA, 2023, pp. 79-81 – grifo nosso).
 
 
III. PERSPECTIVA BÍBLICA SOBRE AS MULHERES
1. Homens e mulheres são iguais diante de Deus, detentores da mesma importância e dignidade aos olhos do criador. As Escrituras ensinam que Deus criou tanto o homem como a mulher a sua imagem, dando a ambos domínio sobre a terra (Gn 1.26-28), concedendo-lhes as mesmas capacidades intelectuais e espirituais.
 
2. Apesar de iguais diante de Deus, homens e mulheres possuem papéis diferentes diante de Deus. Apesar de homens e mulheres terem igualdade, eles não são iguais. Igualdade e identidade não devem ser confundidas. Somos diferentes uns dos outros e nos complementamos por meio das qualidades distintas de nossa sexualidade, tanto psicológicas quanto fisiológicas (Gn 2.18).
 
3. Segundo as Escrituras, assim como o homem, a mulher foi criada a fim de ser um instrumento para a glóra de Deus. Mesmo após a queda, a mulher em Israel experimentava uma liberdade atípica, diferentemente de outros povos. As Escrituras registram que, embora o marido fosse aquele que liderava a família, a esposa podia avaliar um campo, comprá-lo ou mesmo cultivar nele um vinhedo; e, caso soubesse fiar e tecer, poderia ter seu próprio negócio (Pv. 31.11, 16-19).
 
4. Mulheres devem ser honradas e tratadas com dignidade. O propósito de Deus nas Escrituras é que a mulher seja tratada com dignidade. Ninguém valorizou mais a mulher que Jesus. Ao encontrar a mulher pecadora, ele demonstrou compaixão e misericórdia (Jo 20.15). Ao encontra a viúva de Naim, ele sofreu sua dor (Lc 7.11-17). Ao conhecer a mulher samaritana, concedeu-lhe dignidade, perdão e vida (Jo 4.5-29). Ao lidar com Marta e Maria, viu nelas amigas e discípulas (Lc 10.38-42). Ao conhecer a mulher adúltera (Jo 8.1-11), concedeu-se perdão. Ao se relacionar com sua mãe, ele cuidava dela e a protegia (Jo 19.26-28). Ao ressuscitar dente os mortos, foi às mulheres que, inicialmente, ele apareceu (Jo 20.11-14).
 
5. Deus deseja que as mulheres o glorifiquem com uma vida de piedade. As Escrituras nos ensinam que Deus deseja que homens e mulheres vivam uma vida santa e piedosa (1 Pe 1.16). Os valores cristãos não podem ser negociados sob nenhuma hipótese (2 Cor 7.1; Hb 12.14; Sl 119.9; Rm 12.1; 6.22).
 
 
IV. UM ESBOÇO BÍBLICO DA FEMINILIDADE
Provérbios 31.10-31 é uma pintura literária que melhor retrata o conceito de feminilidade bíblica, nos presenteando com onze características que compõe e destacam o caráter da mulher virtuosa, são elas:
 
a) Virtuosa (Pv 31.10) - Excelência moral, atitudes corretas, pensamentos verdadeiros, honestos, puros, amáveis, de boa fama, que possuem virtudes dignos de louvor (Fl 4.8,9);
 
b) Sendo confiável (Pv 31.11,12,23) - O caráter da mulher digna motiva seu marido a corresponder com confiança(Pv 31.11);
 
c) Sendo determinada (Pv 31.13-16,18,24,27) - Ser determinada sugere que a força ou poder é exercido eficientemente.
 
d) Estando fisicamente em forma (Pv 31.17) - Ela cuida de sua saúde física, mas se preocupa mais com as prioridades de seu caráter (1 Pe 3.3-6).
 
e) Sendo econômica (Pv 31.18) - A mulher digna de Provérbios 31 percebe que o dinheiro envolve economia doméstica. Com olho clínico, ela procura ofertas que resultem em vantagem.
 
f) Sendo altruísta (Pv. 31.19,20) - No caráter da mulher virtuosa, há ausência de atributos egoístas. Ela não está ocupada demais com seus próprios afazeres para não ter tempo de ajudar a outros.
 
g) Estando preparada (Pv. 31.21,22,27) - Colocar eventos, objetos ou pessoas em ordem e agir adequadamente e ser receptivo são frases que descrevem o princípio de preparação em ação. A mulher sábia não permitirá que a urgência tome o lugar do que é mais importante.
 
h) Sendo honrada (Pv. 31.25) - Ser honrada é sinônimo de ter integridade, e isso é evidenciado pelo grande respeito que os outros demonstram pela mulher sábia.
 
i) Sendo prudente (Pv. 31.26) - O discurso da mulher sábia exibe bom juízo e discrição (Cl 4.6), gentileza (Pv 15.1) e compaixão caracterizam suas palavras (Pv. 25.1).
 
j) Sendo amável (Pv. 31.28,29) - O seu amor é concentrado em sua família, que pode ser visto pela consideração por eles demonstrada. Ela serve de exemplo para as qualidades de caráter que deseja incutir na vida de seus filhos, percebendo que eles assimilarão os comportamentos que ela demonstra na prática (1 Co 11.1; Ef. 5.1,2).
 
l)Temendo a Deus (Pv. 31.30) - A mulher que adota o princípio de temer a Deus permanecerá em temor e honrará, adorará e amará seu Senhor com todo o seu coração (Mt 22.37).
 
 
CONCLUSÃO
Homens e mulheres foram criados por Deus com dignidade idêntica, por isso, devem se respeitar, amar, servir e não se desprezarem mutuamente. Porque foram criados como seres complementares, devendo reconhecer suas diferenças e não tentar eliminá-las ou usurpá-las um do outro. Matthew Henry ao descrever a criação de Eva comentou: “não foi feita da cabeça, para não o sobrepujar, nem dos pés, para não ser pisoteada por ele, mas de seu lado, para ser igual a ele. Sob seu braço, para ser protegida, e próxima do coração, para ser amada” (STOTT, 2011, p.352).
 
 


REFERÊNCIAS
Ø  BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.
Ø  BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.
Ø  MACARTHUR, Jonh. O Resgate do Pensamento Bíblico. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  STOTT, John. O Cristão e os desafios contemporâneos. ULTIMATO.
Ø  VARGENS, Renato. Feminilidade em Crise. EDITORA FIEL.
Ø  VARGENS, Renato. Masculinidade em Crise. EDITORA FIEL.
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.

 

 

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