quinta-feira, 7 de setembro de 2023

LIÇÃO 11 – CULTIVANDO A CONVICÇÃO CRISTÃ





 
2Ts 2.1-12 




INTRODUÇÃO
Nossa base é fundamental para suportarmos os ataques diuturnos a nossa fé. E quanto mais o tempo passa, a operação das forças da “Babilônia” tentam a todo o custo destruir nossas convicções para que fiquemos a mercê das ideologias propostas por eles. Hoje estudaremos a importância de não apenas ter tais convicções, mas antes cultivá-las, para assim continuar crescendo na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.
 
 
I. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
1. Cultivar - tratar a terra, revirando-a, regando-a, etc; lavrar, amanhar, plantar com cuidados especiais, promover o desenvolvimento de (sementes, espécies vegetais, suas flores ou frutos. (HOUAISS, 2001, p. 887);
 
2. Convicção - Crença ou opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou como resultado da influência ou persuasão de outrem; convencimento. (HOUAISS, 2001, p. 826).
 
 
II. POR QUE É NECESSÁRIO REAFIRMAMOS NOSSAS CONVICÇÕES?
Os padrões humanos mudam conforme as tendências dos valores morais da sociedade. Com o passar do tempo tem havido uma verdadeira “involução” no que diz respeito a ética, a moral e os bons costumes. Segundo Grenz (2016, p. 12) “há um consenso entre muitos observadores sociais de que o mundo ocidental está em meio às transformações. Na verdade, tudo indica que estamos fazendo a travessia da era moderna para a pós-moderna”. Paulo previu isso quando falou sobre o fim dos tempos, asseverando que as coisas se tornarão piores à medida que o fim se aproximasse: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2Tm 3.1). “Da expressão 'tempos trabalhosos', no grego, temos o adjetivo 'chapelos', que significa 'difícil', 'árduo', dando a entender um período de 'tensão', de 'maldade'; serão tempos difíceis de suportar, perigosos e problemáticos para a igreja em geral” (CHAMPLIN, 2014, p 502 – acréscimo nosso). Vejamos algumas características da pós-modernidade e o posicionamento bíblico quanto a elas:
 
1. A negação dos absolutos.
Segundo Grenz (2016, p. 28), “os pós-modernos questionam o conceito de verdade universal. Eles olham para além da razão e dão guarida a meios não racionais de conhecimento, dando às emoções […] uma posição privilegiada”. Nancy (2000, p. 44) acrescenta que “pós-modernistas, são céticos, senão ressentidos, com relação a valores morais absolutos”. Eis por que a Bíblia Sagrada se faz tão necessária à raça humana, pois é um livro que trata com valores absolutos, pois absoluto Ele é (Dt 32.4; Sl 31.5; Jo 14.6; 17.17; Jo 16.13).
 
2. A relativização dos valores.
Há quem defenda que valores éticos e morais sejam relativos ao tempo, lugar, cultura ou há um grupo. Ensinam que nada é certo e nada pode ser considerado errado. Tudo depende da subjetividade do momento. Andrade (2006, p. 318) diz que o relativismo “é uma concepção filosófica segundo a qual nada é definitivamente certo nem absoluto”. No relativismo não há uma fonte transcendente de verdade moral, e podemos construir nossa própria ética e moralidade. Todo princípio é reduzido a uma preferência pessoal. Em contraste, os cristãos acreditam em um Deus que tem falado, que revelou um padrão absoluto e imutável de certo e errado, na Sua Palavra (Êx 20.1-17), baseado, em última instância, em Seu próprio caráter santo (Lv 11.45; 20.26; 1Pe 1.16).
 
3. A inversão de valores.
Entende-se por inversão de valores, a negação ou substituição dos valores absolutos conforme descritos na Palavra de chamados para fazer a diferença, como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nosso formador de opinião é o Espírito da Verdade que nos guia em toda a verdade, que é a Sua Palavra (Jo 16.13; 17.15).
 
 
III. NOSSAS CONVICÇÕES ESPIRITUAIS
Em meio a tanto barulho no mundo, o Cristão precisa estar consciente de que sua vida é regida por Deus, tal convicção lhe fará enfrentar as adversidades com um olhar diferente do “homem natural”. Paulo escreveu ao Tessalonicenses neste contexto de dor e sofrimento advindo das perseguições. O que a Bíblia tem a nos dizer sobre como devemos usar nossa confiança em Deus em momento como estes? Vejamos:
 
1. Perseverando.
Muitos sofrimentos que enfrentamos aqui nesta vida, têm como finalidade a manifestação do poder da glória de Deus. O Senhor nunca falou que “nos livraria DA fornalha, mas sim NA fornalha”. Existem alguns exemplos na Bíblia de justos que sofreram por permissão de Deus para um propósito determinado: José (Gn 37-45); Daniel (Dn 6.1-28); os jovens na fornalha de fogo (Dn 3.28-30); (Jó 42.117); Estêvão (At 7.55-60; 1Pe 4.14; 2Co 12.9; Tg 4.6; 1Pe 2.20); Paulo (2Co 4.8-9; 11.16-33; Fp 3.7-11); Pedro (1Pe 2.20); e o próprio Jesus (Is 53.1-12; Jo 15.18-21; Mc 15.3-5; At 8.32-33; 1Pe 2.20-24; Ap 5.6).
 
2. Tendo esperança.
A fidelidade a Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições, dores e sofrimentos nesta vida (Jo 16.33; 2Tm 3.12; Sl 34.19). Lembremo-nos do profeta messiânico: “Quando passares pelas águas estarei contigo [...]” (Is 43.2). O profeta ainda diz: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR […] dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor [...]” (Is 40. 28-31). E do salmista quando falou: “DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia(Sl 46.1).
 
3. Permanecendo firmes.
Definitivamente, é praticamente impossível viver sem passar por crises, pois a vida é composta inevitavelmente de dias maus: “Porém, se o homem viver muitos anos, e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos [...]” (Ec 11.8). Logo, o justo pode até vir a abalar-se diante das crises, porém, deve permanecer firme no Senhor (Ef 6.13). Portanto, imitemos a conduta do patriarca Jó diante das perdas que sofreu: “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).
 
 
IV. NOSSAS CONVICÇÕES MORAIS
Considera-se portador de reputação ilibada o que tem reconhecida idoneidade moral (At. 6.3). (BAPTISTA, 2023, p.126). O conceito de idoneidade moral relaciona-se diretamente às virtudes de respeitabilidade, de honra, de dignidade, de seriedade e de bons costumes. (ALANO, 2019 apud BAPTISTA, 2023, p.126).
 
1. Uma moral que glorifique a Deus.
Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).
 
2. Uma moral que suporte o sofrimento.
Não obstante, em Tessalônica, em meio às perseguições e lutas, Paulo e os seus companheiros anunciaram o evangelho de Cristo com ousada confiança no Deus Todo-poderoso (1 Ts 2.2c). Desse modo, somos igualmente encorajados a não desfalecer na pregação do evangelho, mas, confiados em Deus, jamais recuar e nem mesmo se atemorizar diante das ameaças de prisões ou de morte (Ap 2.10). (BAPTISTA, p.136, 2023). Este deve ser o nosso objetivo, permanecer firmes em um mundo de frequentes mudanças.
 
 
V. NOSSAS CONVICÇÕES SOCIAIS
Escrevendo aos Romanos o Apostolo Paulo apresenta uma lista de ações que compõe um estilo de vida aprovada por Deus em sociedade, e diferentemente do modelo egoísta apresentado nos dias dele e nossos, o modelo Cristão é semelhante ao que Cristo faria. Notemos então o que Deus espera de nós, no convivo social mantendo as nossas convicções cristãs:
 
1. Manter relações interpessoais sadias (Rm 13.9).
O crente precisa obedecer a princípios morais estabelecidos por Deus, e isso fez o apóstolo ter interesse em falar das relações interpessoais quando ele nos exorta a viver de forma Ética e Moral ao dizer; “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. O nosso próximo dever ser o alvo de nossa real comunhão com Deus (Lc. 10. 25-37).
 
2. Andarmos como filhos da luz (Rm 13.13,14).
Paulo lista aqui seis pecados, em três pares, tratando da falta de controle nas áreas da bebida, do sexo e dos relacionamentos. Paulo passa da vestimenta adequada ao comportamento apropriado. A falta de controle próprio contradiz totalmente um comportamento cristão decente (Gl 5.22; 1Tm 3.3; Tt 1.8).
 
3. Amar o próximo (Rm 13.10).
Paulo reforça o seu argumento sobre a lei do amor citando Levítico 19.18. Ele conclui dizendo que “o cumprimento da lei é o amor". O mandamento do amor sintetiza todos os outros preceitos que promovem as relações (Rm 13.9). O mandamento do amor suplanta todos os 613 mandamentos da Torá. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.,30). “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós...” (Jo 15.34). “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16; ver ainda 1Jo 4.20,21).
 
 
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus, independentemente de sua cultura, status social e época. Para os que desejam agradar a Deus, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santidade.
 



 REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
Ø  HAGNOS. LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
Ø  WYCLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD. 
 
 

Por Rede Brasil de Comunicação.




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