terça-feira, 8 de outubro de 2024

LIÇÃO 01 – AS PROMESSAS DE DEUS



 
 
 
Is 55.6-13

 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “promessa”; pontuaremos a caráter das promessas de Deus; notaremos para quem são as promessas de Deus; destacaremos os aspectos das promessas de Deus; e por fim, relacionaremos a diferença entre as promessas condicionais e incondicionais.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA PROMESSA
1. Definição do termo promessa.
O dicionário Houaiss (2001, p. 2310) define promessas como: “ato ou efeito de prometer, compromisso que alguém assume de fazer, dar ou dizer alguma coisa, ação ou efeito de prometer, de afirmar verbalmente ou por escrito que irá fazer ou dizer alguma coisa”. As promessas de Deus registradas nas Escrituras funcionam, em qualquer situação, particular ou geral.


II. O CARÁTER DAS PROMESSAS DE DEUS
O profeta Isaías refere-se aos pensamentos de Deus, seus propósitos e seus caminhos como a fonte soberana de onde se derivam todas as suas ações no seu relacionamento com o homem, inclusive as suas promessas (Is 55.8,9). Parece uma verdade óbvia; porém, ela implica reconhecer que o plano de Deus para a humanidade vai muito além de nossas expectativas.
 
1. As promessas de Deus são um ato da sua soberania.
As promessas de Deus são atos de sua suprema soberania, para cumprir seus soberanos propósitos (Is 55.11). Elas não são receitas mágicas que o homem, a seu bel-prazer, lança mão em situações particulares para exigir, decretar ou determinar que as coisas aconteçam a seu modo. Ao contrário, elas estão inseridas no amplo contexto dos propósitos de Deus para a vida humana (Is 55.8). Isto significa que devemos compreendê-las sob a perspectiva do cumprimento desses propósitos em nossas vidas (Nm 23.19; Is 45.21; 46.10; Sl 33.11). Filipenses 2.13 afirma que o Senhor “opera em nós o seu querer como o seu efetuar”. Lembrando que a soberania de Deus não exclui o livre-arbítrio do homem, dotado com a capacidade de fazer escolhas morais segundo a própria razão.
 
2. Classes de promessas de Deus.
Certas promessas divinas são incondicionais, tais como a vinda de Jesus (2Pe 3.4; Jo 14.3); o triunfo da Igreja sobre os poderes malignos (Mt 16.18); o julgamento dos pecadores impenitentes (Sl 9.17; At 17.30,31) etc. Outras, porém, são condicionais em relação ao ser humano (Is 55.6,7). No texto bíblico desta lição algumas condições foram estabelecidas: a) buscar ao Senhor, b) invocá-Lo, c) deixar o caminho ímpio, d) abandonar os pensamentos egoístas e humanos, e) converter-se, e, por fim, f) voltar-se exclusivamente para Deus. Os que anseiam desfrutar das promessas divinas devem, portanto, levar em conta a observância dessas condições, porque a parte do Eterno já foi feita (Couto, 2007).
 
3. As promessas de Deus independem das circunstâncias.
A realização das promessas de Deus não está sujeita às circunstâncias e nem limitada pelas intervenções contrárias, seja do homem seja do próprio Diabo, no intuito de impedir a ação de Deus (Is 43.13). Em muitas ocasiões Satanás tentou obstar a promessa de salvação ao longo da história, mas em todas fracassou, pois nada há que possa afastar Deus dos seus propósitos. A correlação que Isaías faz entre os resultados dos pensamentos de Deus e os efeitos da chuva e da neve sobre a terra (Is 55.10-13) é perfeita para mostrar que não há caminho de volta naquilo que Deus decidiu realizar em seu pacto com o homem (Couto, 2007).
 
 
II. PARA QUEM SÃO AS PROMESSAS DE DEUS
Tão importante quanto compreender e crer nas promessas divinas, é saber a quem elas se destinam. Ao lermos a Bíblia, vamos encontrar promessas para toda a humanidade; bem como, promessas específicas para a Igreja; para Israel; e até mesmo, para determinadas pessoas. As promessas divinas podem ser classificadas em: gerais, individuais, para a Igreja e a Israel. Vejamos cada uma delas então:
 
1. Promessas gerais.
Algumas promessas divinas se destinam à toda a humanidade, tais como: a promessa da fecundidade e procriação (Gn 1.28); da colheita e das estações do ano (Gn 8.22); e a promessa da salvação (Jo 3.16; Tt 2.11). A promessa de salvação não se limita a um povo específico (Jo 1.11,12; 3.16; 1Tm 2.3,4), nem se restringe a um grupo de “predestinados”. Ao contrário, as Escrituras garantem que todos podem ser graciosamente salvos desde que cumpram sua parte no pacto da salvação, que implica crer segundo o Evangelho, arrepender-se e aceitar a provisão redentora de Deus, em Cristo, o sacrifício no Calvário. 
 
2. Promessas individuais.
Outras promessas destinam-se especificamente a algumas pessoas, tais como: a promessa feita à Abraão, de ser pai de uma grande nação (Gn 12.2; 17.2,4); a promessa a Zacarias, que sua esposa daria à luz, e que seu filho seria o precursor do Messias (Lc 1.13-17); a promessa que Saulo seria o apóstolo dos gentios (At 9.15) e tantos outros relacionados na galeria de heróis da fé (Hb 11.1-40). Estas promessas específicas tiveram cunho particular, mesmo que seus resultados tenham ultrapassado o próprio indivíduo. Os conceitos expressos em cada uma dessas promessas são válidos para nós, hoje, pois Deus pode e quer tratar conosco segundo os mesmos padrões (Lc 24.45; Rm 15.8,9; 2Co 1.20). Devemos entender, no entanto, que, algumas promessas divinas, mesmo sendo destinadas a pessoa ou a um grupo específico, servem-nos de exemplo, pois as mesmas, muitas vezes, nos revelam princípios divinos (Dt 28.1-14) e por isso, serão abençoados aqueles que obedecerem a Deus.
 
3. Promessas para a Igreja.
Existem promessas que se destinam apenas àqueles que experimentam o novo nascimento, tais como: a) a promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23); b) a promessa do Batismo no Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39); c) a promessa da adoção de filhos (Jo 1.12; 2Co 6.18; 1Jo 3.1,2); e, d) a promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10). Independente da nossa origem étnica, todos os que creem no Senhor Jesus e vivem à luz do seu Evangelho, estão sob as bênçãos dessas benditas e gloriosas promessas (1Co 12.13).
 
4. Promessas para Israel.
Algumas promessas foram destinadas especificamente para o povo hebreu, tais como: a) a conquista da terra de Canaã (Êx 3.8; Js 1.6); b) o retorno do cativeiro e a restauração nacional (Ez 37.1-28; Is 66.8); e, c) a promessa de livramento futuro (Zc 12.9-11). Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas específicas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-las à Igreja.
 

III. OS ASPECTOS DAS PROMESSAS DE DEUS
As Escrituras descrevem centenas de promessas divinas, algumas já se cumpriram no passado, outras estão se cumprindo nos dias atuais, e outras, hão de se cumprir no futuro. Em se tratando das promessas divinas, podemos confiar em sua veracidade, pois Deus, não promete com falsidade, nem promete qualquer coisa que não possa cumprir (Is 55.11). Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre as promessas de Deus:
 
  • Deus é fiel para cumprir suas promessas (Hb 10.23);
  • Ele nunca se esquece de suas promessas (Sl 105.42; Lc 1.54,55);
  • Suas promessas não hão de falhar (Js 23.14; Is 40.8);
  • Elas se cumprem no devido tempo (Jr 33.14; At 7.7; Gl 4.4).
 
 
IV. DIFERENÇA ENTRE AS PROMESSAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS
Nos dias hodiernos, muita ênfase tem sido dada as promessas de Deus. No entanto, precisamos entender que existem promessas condicionais e incondicionais. Vejamos:
 
1. Promessas condicionais.
São aquelas que o seu cumprimento depende da participação humana, e que estão baseadas em determinadas condições ou pré-requisitos estabelecidos por Deus. As promessas condicionais, geralmente, aparecem na Bíblia com a conjunção “se”. Vejamos alguns exemplos:
 
  • Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha” (Êx 19.5).
  • E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus” (Dt 28.1,2).
  • E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14).
  • Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).
 
2. Promessas incondicionais.
As promessas incondicionais são aquelas que independem da participação humana, ou seja, que dependem unicamente da soberania de Deus para a sua realização, tais como: 
  • A promessa do Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17; Hb 9.28);
  • A promessa da Ressurreição dos mortos (1Co 15; 1Ts 4.16);
  • A promessa da Vida Eterna (Jo 3.16,36; 1Jo 2.25).
 
 
CONCLUSÃO
As promessas de Deus asseguram-nos que Ele sempre cuida de nós em quaisquer circunstâncias. Ao mesmo tempo, precisamos compreender que essas promessas se acham vinculadas a um pacto, no qual há cláusulas a serem observadas por nós. Deus faz a sua parte. Ele espera que façamos a nossa e que entendamos suas promessas à luz de sua soberania.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA, 2015.
Ø  COUTO, Geremias do. As promessas de Deus para a sua vida. Lição 1: O caráter das promessas de Deus. CPAD, 2007.
Ø  HORTON, S. [Ed.]. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. CPAD, 1996.
Ø  RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. CPAD, 2012.
  

Por Rede Brasil de Comunicação.
 



Nenhum comentário:

Postar um comentário