Jo
20.19,20,24-31
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos a definição do termo 'esperança'; destacaremos as
características da esperança que temos quanto à volta de Jesus; abordaremos a
esperança na ressurreição do nosso corpo e, por fim, trataremos da sua
glorificação.
I. DEFINIÇÃO DO TERMO ESPERANÇA
1.
Definição bíblica da palavra esperança.
Esperança
é uma das principais virtudes da vida cristã: “Agora pois permanecem a
fé, a esperança e o amor, estes três [...]” (1Co 13.13a), através da
qual o crente é motivado a crer no impossível. Houaiss define esperança como: “o
sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja;
expectativa, espera” (2001, p. 1228). Do ponto de vista bíblico, é a
certeza de receber as promessas feitas por Deus por meio de Cristo Jesus (Rm
15.13; Hb 11.1); é uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo
deriva-se do grego “elpis” e significa: “expectativa
favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar
à espera de alguma coisa ou alguém, aguardar, contar com a realização de uma
coisa desejada ou prometida”.
II. A RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA DA VOLTA
DE JESUS
Paulo
fala do retorno de Cristo como a bendita esperança da Igreja: “aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). Ao contrário de uma expectativa escapista, a
esperança cristã quanto à volta de Jesus, é o testemunho altaneiro (que
permanece nas alturas), de que o nosso porvir jaz além dos limites das
expectativas e possibilidades deste mundo (1Co 15.9).
1.
Uma esperança consoladora.
Segundo
o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o
sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas,
promessas”. Podemos notar que, na maioria das vezes em que a doutrina
do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito, dentre outras
coisas, de trazer consolo para a Igreja. No cenáculo, momentos antes da sua
crucificação, face à tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus, de
forma enfática, declara, trazendo alento para seus servos: “[...] virei
outra vez, e vos levarei para mim mesmo [...]”, “Não vos deixarei
órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós [...]” (Jo
14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os
eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam
mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At
1.11).
2.
Uma esperança motivadora.
Diante
da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus
motiva os destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã,
exortando que eles deveriam continuar perseverantes, apesar de todo sofrimento
vivido (Hb 10.36). Para tanto, cita uma das maiores promessas, que é a segunda
vinda de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem
virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA); e declara que, por ocasião desse
esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de: a) todas as
aflições e perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); b) da presença
do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e c) da ira futura, por ocasião da
Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
3.
Uma esperança segura.
O
Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus. E ainda que
escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa
verdade (2Pe 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento
iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao
compará-la ao fato histórico vivido por Noé e sua família: “E, como foi
nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt
24.37). Os cristãos nunca devem abrir mão de sua expectativa, mantida em
oração, de que ainda hoje a trombeta poderá soar e o Senhor voltará.
4.
Uma esperança gloriosa.
Em
face da glória que há de ser revelar em nós, temos motivação para superar
quaisquer sofrimentos: “Porque para mim tenho por certo que as aflições
deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada” (Rm 8.18; ver 1Pe5.1). Quanto mais sofrimento, mais glória: “Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente” (2Co 4.17). Na ocasião do arrebatamento da Igreja,
experimentaremos a glorificação do corpo (1Co 15.42,43,51-54) e os que forem
fiéis receberão a coroa de glória (1Pe 5.4).
III. A RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA DA
RESSURREIÇÃO
1.
Uma esperança da transformação do corpo.
A
ressurreição de Jesus é a garantia e esperança de que os crentes também
ressuscitarão dos mortos (Rm 5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus
se tornou as primícias daqueles que ressuscitarão com seus corpos transformados
para não mais morrer (1Co 15.23). O apóstolo Paulo afirma que se Cristo não
ressuscitou então a nossa fé é vã (1Co 15.17). Na ressurreição, Jesus derrotou
a morte de forma que não precisamos mais temê-la (1Co 15.55-58). Na
ressurreição, receberemos corpos incorruptíveis e imortais (1Co 15.42-49).
2.
Uma esperança da ressurreição do corpo.
Não
importa como os corpos foram dos crentes foram sepultados, se em covas na
terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, temos a
esperança dos mesmos corpos mortos serem ressuscitados. No caso dos mortos em
Cristo, seus corpos serão transformados (1Co 15.35-38), iguais ao corpo
ressurreto de Cristo (Fp 3.21).
IV. A RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA DA
GLORIFICAÇÃO
1.
A esperança da glorificação e a vitória sobre a morte.
Temos
a esperança do dia quando seremos glorificados será um dia de grande vitória
porque naquele dia o último inimigo, a morte, será destruída, conforme predizem
as Escrituras: “Pois ele reinará até que tenha posto todos os inimigos
debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Co
15.25-26). Quando o nosso corpo for levantado dentre os mortos experimentaremos
vitória completa sobre a morte, que veio como resultado da queda de Adão e Eva.
Então nossa redenção será completa: “… Tragada foi a morte na vitória” (1Co
15.54).
2.
A esperança da glorificação e a perfeição original.
Temos
a esperança da glorificação e o futuro recebimento de absoluta e definitiva
perfeição (física, mental e espiritual) por todos os crentes (Rm 8.22-23; 1Co
15:41-44,51-55; 2Co 5.1-4; 4.14-18; Jd 24-25). Disse Paulo: “até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). Na
glorificação dos salvos, a expressão “à imagem e conforme a semelhança de
Deus” será plenamente entendida, pois o ser humano, restaurado,
elevar-se-á a um nível superior. Paulo afirma, “Mas a nossa pátria está
no céu, de onde aguardamos o Salvador, o senhor Jesus Cristo, que transformará
o nosso corpo vil à semelhança do seu corpo glorioso […]” (Fp 3.20,21;
3.11,12).
3.
A esperança da glorificação e a última etapa da salvação.
Temos
que entender que a natureza da salvação não se resume à justificação, mas
também inclui regeneração, santificação, adoção, e, por fim, a glorificação,
sendo assim, a glorificação é o passo final da aplicação da redenção. O
apóstolo Paulo disse: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos
que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também
glorificou” (Rm 8.30). A salvação começa com a redenção da alma;
prossegue com a redenção do corpo; e culmina com a glorificação do crente
integral. Daí o autor de Hebreus ter chamado essa gloriosa obra de Deus de: “uma
tão grande salvação” (Hb 2.3). Trata-se de uma promessa da futura
transformação de nosso corpo mortal (1Co 15.43, 49; Fp 3.21). O homem, nascido
de novo, em Cristo, é “nova criatura” (2Co 5.17) e se torma
participante “da natureza divina” (2Pd 1.4). Tal participação, no
presente, é parcial, pois o homem está sujeito a fraquezas e ao pecado; mas, na
glorificação, será restaurada a “semelhança” da “imagem de
Deus” em seu sentido pleno: “agora somos filhos de Deus, e ainda
não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo
3.2).
4.
A esperança da glorificação e o encontro do material com o imaterial.
Em
linhas gerais, as almas e espíritos (imaterial) dos que tiverem morrido em
Cristo voltarão e serão reunidos aos seus corpos (material) naquele dia, pois
Cristo os trará consigo: “Se cremos que Cristo morreu e ressuscitou,
também, através de Jesus, Deus trará com eles os que tiverem dormido” (1Ts
4.14). Jesus afirma: “A hora vem quando todos os que estiverem no túmulo
ouvirão a sua voz e sairão, os que tiverem feito o bem para a ressurreição da
vida, e os que tiverem feito o mal para a ressurreição do juízo” (Jo
5.28-29). Assim, todos nós devemos viver na expectativa ansiosa da volta de
Cristo e da transformação de nosso corpo, que se tornará como o próprio corpo
perfeito de Cristo (Fp 3.20; 1Jo 3.20).
5.
O corpo glorificado será um corpo físico.
Quando
a Bíblia fala que o “nosso corpo será glorificado” isto significa
que o corpo será tomado pela glória de Deus, ou, como diria Paulo, “nos
manifestaremos em glória” e que “seremos glorificados” (Rm
8.17) ou que a “glória será revelada em nós” (Rm 8.18). Paulo
está falando sobre a “transformação do nosso corpo para que seja
semelhante ao corpo da glória de Cristo” (Fp 3.20,21). A expressão “corpo
glorificado” significa que continuaremos com nosso corpo, mas num
estado de glória. Agora, nesta vida, temos um corpo natural, fraco e
corruptível; mas depois teremos um corpo espiritual, poderoso e incorruptível
(1Co 15.42-44). Quando Jesus ressuscitou ele disse: “sou eu mesmo,
apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho” (Lc 24.39). Se hoje Jesus, em seu estado de ressurreição,
tem um corpo de carne e ossos, que pode ser tocado (Jo 20.19,20,25-27), então
significa que nós também quando ressuscitados teremos também um (1Co 15.49),
pois fomos “predestinados para sermos conformes à imagem do filho de
Deus” (Rm 8.29). A principal prova da glorificação, ou a ressurreição
do corpo está em 1 Coríntios 15.12-58. Em 1 Tessalonicenses Paulo explica que
as almas dos que tiverem morrido e partido para estar com Cristo voltarão e
serão reunidos aos seus corpos naquele dia, pois Cristo os trará consigo.
CONCLUSÃO
O
Arrebatamento é a bendita esperança da Igreja. Estejamos, pois, esperando
aquele que há de vir (Hb 10.37). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar
vigilantes, vivendo em santidade, esperando este dia em que estaremos
definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor.
REFERÊNCIAS
Ø APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do
Novo Testamento. CPAD.
Ø ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø CHAMPLIN, R. N. O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø CHAMPLIN, R. N. Dicionário de
Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. CPAD.
Ø SWINDOLL, Charles. Paulo: um
homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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