sábado, 1 de fevereiro de 2014

LIÇÃO 05 – A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO



Êx 14.15, 19-26



INTRODUÇÃO
Hoje, em nossa aula, estudaremos um dos milagres que marcaram a história do povo judeu – A travessia do Mar Vermelho. Depois das pragas enviadas ao Egito, esse foi o último ato do Senhor contra os egípcios, marcando assim, em definitivo, a libertação de seu povo. Nesta lição, abordaremos o êxodo dos hebreus, a rota escolhida e, por fim, o grandioso milagre da travessia. Que todos tenham uma excelente aula!


I. A SAÍDA DOS HEBREUS DO EGITO
O Egito encontrava-se, agora, economicamente arrasado devido às pragas; no entanto, a última praga foi que feriu profundamente as famílias egípcias. Assim sendo, foi necessária a terrível praga da morte dos primogênitos para que Faraó voltasse à razão e permitisse que os israelitas se retirassem. O texto de Êxodo 12.29,30 diz: “À meia-noite o Senhor feriu a todos os primogênitos da terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. Levantou-se Faraó de noite, ele e todos os seus oficiais, e os egípcios, e havia grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse um morto”. Os egípcios receberam a justa retribuição por haverem matado milhares de meninos do povo hebreu, por haverem oprimido cruelmente os escravos israelitas e pela obstinação cega de seu rei (Êx 1.14,22; 5.7-9). Faraó estava agora quebrado. Todo o Egito também. Ele permitiu que os israelitas saíssem sem impor-lhes nenhuma condição. Mais ainda, reconheceu ao Senhor, pedindo a Arão e a Moisés que o abençoassem. Assim diz o texto de Êxodo 12.31,32: “Então chamou a Moisés e Arão de noite, e disse: Levantai-vos, e saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel! Ide, servi ao Senhor, como pedistes. Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como pedistes, e ide. E abençoai-me também a mim”.
Os egípcios entregaram suas jóias, ouro e prata aos hebreus, quando estes lhes pediram, pois sentiam que estavam sob sentença de morte (Êx 12.33-36). Rogaram-lhes que se retirassem rapidamente. Os longos anos de trabalho sem remuneração dos hebreus foram compensados em parte pelos tesouros que os egípcios lhes entregaram. Desta maneira partiram os israelitas em completa liberdade como se fosse um exército de conquistadores com seus despojos e não como escravos que fugiam do cativeiro (Gn 15.14; Êx 3.21; 7.4; 12.51). Saiu do Egito uma multidão de seiscentos mil homens com suas famílias (aproximadamente mais de 2 milhões de pessoa; Êx 12.37). Segundo Paul Hoff, os hebreus deixaram o Egito no lapso compreendido entre 1450 e 1220 a. C. E, o texto de Êxodo 12.38 afirma que saiu do Egito, mais precisamente de Ramessés, uma “mistura de gente”. Assim, nem todos os que saíram eram israelitas, pois outras pessoas, provavelmente egípcios e seus súditos, se uniram a Israel, profundamente impressionados com o poder do Senhor demonstrado nas pragas sobre o Egito e na bênção dos hebreus. O fato de que se unissem à multidão israelita alguns estrangeiros suscitou inconformidade ou, pelo menos, murmuração (Nm 11.4). Todavia, o êxodo dos Hebreus do Egito foi o acontecimento mais significativo na história da nação. Tão grande era a importância deste sucesso, que o Senhor em todo o Antigo Testamento é "o que nos fez subir. . . da terra do Egito" (Js 24.17; Am 2.10-3.1; Mq 6.4; Sl 81.10).


II. A ROTA ESCOLHIDA PARA CHEGAR À TERRA PROMETIDA
Agora, já livres da servidão egípcia, os hebreus marchariam rumo à terra prometida, isto é, Canaã. Mas, que rota deveriam seguir para chegarem ao destino desejado? Existiam, neste tempo, três possíveis rotas para eles chegarem à terra prometida. A primeira rota era uma rota, ao norte, ao longo da costa do mar mediterrâneo, seguindo pela estrada comercial conhecida como “o caminho dos Filisteus”. Este era o caminho mais curto para se chegar a Canaã (Êx 13.17). A segunda rota era uma rota central de caravanas pelo deserto de Sur. A terceira rota era uma rota, ao sul, que envolvia uma grande extensão de água salgada conhecido, hoje, como Mar Vermelho (Êx 13.18,20; 14.2). Estas eram as principais rotas, porém existia, ainda, outra rota da região do Mar Vermelho usada por caravanas desta área que se unia com a rota chamada “Estrada do Rei” em Eziom-Geber.
Ora, sabemos que o próprio Deus se constituiu em guia de seu povo manifestando-se em uma coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21,22; Dt 1.33). Então, surge uma inevitável pergunta: Por que Deus não conduziu Israel pela rota curta ao longo da linha costeira do mar Mediterrâneo? Porque, nessa rota, havia fortes guarnições egípcias e na Palestina o esperavam os belicosos filisteus. Se os israelitas seguissem por ali, teriam de lutar imediatamente. Como escravos recém-libertos, os hebreus não estavam preparados para lutar nem para entrar na terra prometida. Necessitavam ser organizados e disciplinados na escola do deserto, receber o pacto da lei e o desenho do tabernáculo. Além do mais, o Senhor os levou ao sul, para o mar Vermelho para levar Faraó à sua derrota final e desse modo destruir a ameaça egípcia e libertar para sempre os israelitas do Egito (Êx 14.9,18,25-30). Segundo a Bíblia de Estudo da Mulher, a jornada até o monte Sinai (Horebe) levou dois meses. O Acampamento no Sinai durou mais ou menos dez meses, até o recebimento da revelação de Deus (A Lei). A peregrinação no deserto durou 40 anos, até a entrada em Canaã.


III. A TRAVESSIA DO MAR
Embora não pertença à Terra Santa, o Mar Vermelho encontra-se estritamente ligado à história do povo israelita. O Mar Vermelho é um golfo do Oceano Índico entre a África e a Ásia. Ao sul, ele se comunica com o Oceano Índico pelo estreito de Bab el Mandeb e o golfo de Áden. Ao norte, ele se encontra com a península do Sinai, o golfo de Acaba e o golfo de Suez (que permite a comunicação com o Mar Mediterrâneo). Ao contrário do que parece, o Mar Vermelho não tem esse nome por causa de sua cor, já que de longe suas águas possui um aspecto azulado. Assim, a mais provável origem do nome “Mar Vermelho” é devido a grande quantidade de uma alga chamada trichodesmium erythaeum que durante a sua proliferação elas deixam o mar com marchas avermelhadas. No entanto, no hebraico, seu nome é “Yam Suph” e significa ‘Mar de juncos’ ou ‘Mar de Caniços’. E separa os territórios do Egito e da Arábia Saudita.
O Mar Vermelho tem um comprimento de aproximadamente 1900 a 2000 Km, por uma largura máxima de 300 Km e uma profundidade máxima de 2500 metros na fossa central, com uma profundidade média de 500 m, sua água tem um percentual de salinidade de aproximadamente 4%. A superfície do Mar Vermelho é de aproximadamente 450.000 km², com temperaturas relativamente constantes entre 21 e 25 ºC. Foi neste mar que se deu um dos maiores milagres do Antigo Testamento: A Travessia do Mar Vermelho!
Embora existam muitas teorias que busquem explicar esse grandioso milagre; todavia, o equivoco desta busca começa em saber o lugar por onde os hebreus tenham feito essa travessia. Como veremos, há várias hipóteses: algumas supõem até 50 Km de distancia e outras poucos metros. Assim sendo, historicamente, não é possível nem identificar exatamente o percurso feito pelos hebreus durante sua saída do Egito. Entretanto, em Êxodo 14.2, antes de atravessar o mar, o texto narra que eles se acamparam em Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom. Em modo geral, a Bíblia conta que o povo se dirigiu para o Mar de Juncos (Yam-Suph). É uma indicação pouco certa, visto que o junco é presente em toda região litorânea. Desta forma, como não é possível identificar essa região (localização), surgiu quatro hipóteses: 

1. Alguns julgam que a localidade se encontra onde hoje está Nuweiba, no golfo de Acaba, o braço direito do Mar Vermelho. Isso supõe que Moisés e o povo deixam para trás o Deserto do Sinai. Mas na Bíblia a passagem do Mar Vermelho é logo após a saída do Egito, e antes da Aliança estabelecida no Monte Sinai. Portanto, essa hipótese representa uma incoerência com a narração bíblica.

2. Outros julgam que o povo teria atravessado o atual Golfo de Suez, onde a largura vai de aproximadamente 10 a 50 Km. O problema é que esse Golfo está muito ao sul do Egito e da Palestina e suporia um desvio exagerado no caminho para a Terra Prometida.

3. A terceira hipótese retém que a passagem teria ocorrido na região dos lagos amargos, próximo à atual cidade de Suez, onde a área de mar é bastante breve.

4. A quarta hipótese tem o aval de muitos estudiosos atuais e pensam que a narração bíblica se refere à zona do Mediterrâneo, onde existe uma zona de pântano e não exatamente mar.

Seja qual for à hipótese correta, o certo é que a travessia do Mar Vermelho ocorreu como narra o texto de Êxodo 14.21,22: “Então Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar-se o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca. As águas foram divididas, e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco, e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda”.  Embora o Senhor tenha usado seu servo e um forte vento como instrumento para abrir o mar, o poder era dele. Somente por um milagre pôde o vento ter soprado em duas direções ao mesmo tempo, amontoando a água a um lado e a outro do caminho aberto pelo leito do mar (Êx 14.22). Os israelitas atravessaram pelo leito seco e o exército inimigo foi afogado (Êx 14.26-30). Glórias ao Senhor!!
Depois do espetacular livramento, os hebreus cantaram louvores ao Senhor pelo triunfo. A primeira parte do cântico de Moisés (Êx 15.1-12) trata da vitória sobre os egípcios, e a segunda parte (Êx 15.13-18) profetiza a conquista de Canaã. Foi composto para reconhecer a bondade e o inigualado poder do Senhor mediante os quais salvou a seu povo. A travessia do Mar Vermelho prefigura a derrota do último e mais formidável inimigo do povo de Deus, pois o cântico de Moisés e do Cordeiro será cantado novamente pelos redimidos no céu (Ap 15.3, 4). Também se observa que o livramento final do povo de Deus, descrito no Apocalipse, será efetuado pelos mesmos meios que Deus empregou no êxodo: juízos sobre seus inimigos e redenção pelo sangue do Cordeiro.


CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que “operando o Senhor quem impedirá?” (Is 43.13). Não existe impossível para o nosso Deus, pois ele abre caminho aonde menos imaginamos. Como disse Moisés em seu cântico: “O Senhor é Homem de Guerra; o Senhor é o seu nome” (Êx 15.3). Tanto os egípcios como os hebreus viram de perto o poder do Senhor! Portanto, persevere em seguir ao Senhor e não tema os obstáculos à sua frente, pois “para Deus nada é impossível” (Lc 1.35). Estando com Ele, haveremos de atravessar todo obstáculo, até mesmo o mar!


REFERENCIAS
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  GILBERTO, Antônio. Lições Bíblicas. (1º Trimestre/2014). CPAD.
Ø  Bíblia de Estudo da Mulher. MUNDO CRISTÃO.
Ø  Sites:
http://www.freebiblecommentary.org/special_topics/por/A_ROTA_DO_EXODO.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Vermelho
http://www.abiblia.org/ver.php?id=1490#.Uu1M6j1dV1Y


5 comentários:

  1. Irmão Leonardo, a paz do Senhor, estava olhando seu blog e fui da uma conferida nos mapas, porem os mesmo estão muito pequeno, se puder ajeitar o tamanho seria legal.

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    1. A paz do Senhor, irmão Mário! E, seja bem-vindo ao nosso blog, ao Amigo da EBD! Foi muito importante sua participação, por isso, já fiz a correção nos mapas para serem observados em um tamanho maior... obrigado pela dica, e que Deus vos abençoe!!

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  2. PAZ E GRAÇA DO NOSSO SENHOR JESUS!
    MUITO OBRIGADA IRMÃO, PELOS MAPAS , É GRANDE VALIA PARA ESTUDO DE GEOGRAFIA E HIST´RIA BÍBLICA. DEUS ABENÇOE GRANDEMENTE.

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    1. Paz e Graça do Senhor Jesus, minha irmã! E seja sempre bem-vinda ao blog Amigo da EBD! Para mim é sempre um prazer e, também, uma honra ajudar meus(minhas) queridos(as) irmãos(ãs) no aproveitamento do estudo da Palavra de Deus. Portanto, fico feliz que tenha gostado. Afinal, é por isso que o nome deste blog é AMIGO da ebd. Que Deus em Cristo vos abençoe em tudo! Amém!!

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  3. muito bom esta explicação que deus o Abençoe

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