sábado, 30 de agosto de 2014

LIÇÃO 09 – A VERDADEIRA SABEDORIA SE MANIFESTA NA PRÁTICA



Tg 3.13-18.



INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a diferença entre a sabedoria do alto e a terrena. Sob o ponto de vista bíblico, a autêntica sabedoria consiste em temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13; Pv 1.7). Tiago ensina que, aquele que é sábio demonstra sua sabedoria quando realiza boas obras e sabe se relacionar com os outros. Destaca também, a mansidão como característica de quem é sábio. Por isso, enquanto muitos se vangloriam de sua inteligência e se tornam soberbos, presunçosos e orgulhosos. E, às vezes, utilizam seus conhecimentos para intentos perversos e malignos. Nós, por meio da Palavra de Deus, aprendemos que ser sábio é seguir o Mestre, que disse: “...aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...” (Mt 11.29). Isso, sim, é sabedoria verdadeira! Não se esqueçam de revisar a lição 3, pois trata da mesma temática. Desejo a todos uma excelente aula!! 


I.  A POSTURA REVELA A ORIGEM DA SABEDORIA (Tg 3.13-15).
Dando continuidade ao discurso anterior, em que Tiago mostrou por meio de várias analogias a grandíssima responsabilidade daqueles que são ou desejavam serem mestres; Ele, agora, utiliza-se de um artifício retórico comum de sua época, e faz àqueles mestres a seguinte indagação: “Quem de vós é sábio e entendido? Mostre, pelo seu bom procedimento, as suas obras em mansidão de sabedoria” (v.13). Diante de tal retórica, Tiago busca mostrar que o homem verdadeiramente sábio não se esquece de seus deveres morais, e que também não podemos separar a sabedoria da conduta moral diária. Desse modo, aquele que semeia as contendas, e busca os seus próprios interesses, quando muito, é sábio somente segundo o mundo (Cl 2.8). Assim, tal mestre não compartilha da qualidade da sabedoria divina, da penetração do pensamento divino, da ordem e da natureza hígida do conhecimento celestial. Porquanto, a sabedoria autêntica resulta em uma vida cristã autêntica (Tg 2.12; Ef 5.1,2).

1. O conceito de sabedoria segundo Tiago.
Ao indagar, com uma pergunta retórica, àqueles mestres, Tiago estava mostrando que ser sábio é uma coisa, e ter conhecimento é outra. O termo “sábio” no grego é “sophos”, que nos escritos clássicos era termo usado para indicar “astuto”, conhecedor das ciências, habilidoso em alguma arte ou artesanato. O termo “conhecimento”, nos escritos grego clássicos é “episteme”, que é frequentemente usado como sinônimo ou quase sinônimo de “sabedoria”, e significa “hábil”, “versado”, em algum conhecimento cientifico ou filosófico. Assim, a sabedoria é a mais transcendental dessas duas qualidades (1 Co 1.30); e é isso que é desenvolvido nos versículos seguintes. O conhecimento tem a tendência de inchar, quando não é espiritualmente controlado (1 Co 8.1), mas a sabedoria sempre reconhece suas origens (Tg 1.16,17). Portanto, o conhecimento se orgulha de ter aprendido tanto, a sabedoria é humilde, porque não sabe mais (Pv 15.33).
Devido a essa realidade, Tiago argumenta que seus leitores devem provar seus saberes através de “obras em mansidão de sabedoria”. O termo “mansidão” no grego é “prautes”, que quer dizer “gentileza”, “humildade”, “cortesia”, “mansidão”. Trata-se de um dos aspectos do fruto do Espírito Santo, o que significa que se manifesta mediante o desenvolvimento espiritual, através do poder divino (Gl 5.22,23; Fp 2.12,13; 1 Pe 2.1-3). Além disso, Tiago argumenta que tal mansidão deve ser fruto de um “bom procedimento”. No grego é usado o termo “anastrophe”, que significa “conduta”, “comportamento”, o caráter geral de uma vida, que no Novo Testamento é indicado pela metáfora do ‘andar’ (Gl 5.16; Ef 5.8; Cl 4.5). O sábio deve ser pessoa de uma conduta repleta de boas obras, efetuadas em mansidão. Sem a prática cristã, todas as outras coisas que alguém professe possuir é sal que já perdeu o sabor (Mt 5.13,16). Portanto, Tiago compartilha do conceito bíblico geral que a sabedoria não consiste apenas no conhecimento, na astucia e na habilidade, mas antes, em uma profunda compreensão sobre o que é e deve ser a vida piedosa (1 Tm 4.8; 2 Pe 1.3,5-7). Tal sabedoria produz concórdia e harmonia entre as pessoas e os grupos. Faz agudo contraste com o egoísmo calculista que é a causa de ‘desordem’ social e de todas as ‘praticas vis’. Sendo que, a sabedoria nada será, a menos que se manifeste na forma de boas obras e de uma vida moral e espiritual correta. Também precisa ser frutífera e poderosa, tal como se espera que seja a fé cristã (Tg 2.14ss), porquanto, a sabedoria que não é comprovada desse modo é uma sabedoria falsa; e mostra-se ainda mais falsa quando se torna motivo de orgulho e de contenda (1Co 3.1). 

2. Tiago reprova as motivações e a postura daqueles mestres.
Após conceituar o que é sabedoria, Tiago passa a reprovar as motivações, bem como a postura daqueles que se declaravam mestres. Ele diz: “Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade”. (v.14). A inveja é uma das obras da carne, uma espécie de ódio, o contrário do amor, que é o fator orientador na família de Deus (Jo 14.21; 15.10). O termo grego aqui usado é “zelos”, que significa “ardor”, “ansiedade”, “zelo”, mas que, em sentido negativo, significa “ambição desmedida”, “emulação”, “inveja”. Portanto, ao deixar-se arrastar por tal defeito de caráter o indivíduo se esquece de que está servindo a Cristo, e começa a servir a si mesmo, sem quaisquer reservas (Rm 16.17,18; 1 Pe 2.1-3). Assim, seu zelo é “amargo” com interesses próprios, pois ao invés de alguém ser consumido de zelo pelo Senhor, o zelo carnal corrói a igreja (1 Co 3.1-4). Além de reprovar o sentimento de amarga inveja, Tiago igualmente condena o sentimento faccioso que se alastrava naquela comunidade cristã. Porquanto, os tais esforçavam-se por ser, cada qual, o líder mais poderoso; e aqueles que o apoiam adicionam combustível ao fogo, até que tudo é consumido pelas chamas devoradoras da carnalidade (1 Co 3.3). Assim, mostra-lhes Tiago que tal postura é “contra a verdade”, pois essa forma de jactância, no próprio espírito faccioso, e naquilo que alguém ganha com isso, é uma afronta para a verdade, porquanto é exibição de uma vida falsa (2 Tm 2.17,18). Portanto, Tiago repreende essa forma de atitude, como algo indigno em um mestre ou líder da igreja. Eles não promoviam a verdade cristã, em valores e ações práticas e morais (Mt 5.46,47; 7.12). Antes suas vidas serviam apenas para semear a hipocrisia, a contenda, o partidarismo e o egoísmo. Logo, eles mesmos eram “mentiras espirituais”, pois se comportavam semelhantes aos fariseus (Mt 23.3).

3. Tiago revela o tipo de sabedoria vivida por tais mestres
A partir de então, Tiago revela àqueles mestres o tipo de sabedoria que regia a suas vidas, dizendo: “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (v.15). Com certeza, tal oratória não soou muito agradável para àqueles mestres! Todavia, o irmão do Senhor ensina-lhes que a sabedoria mediante a qual o indivíduo se exalta a si mesmo e provoca rivalidades no seio da igreja, não pode ser atribuída à inspiração celeste; não ‘desce’ dos céus, não é ‘enviada por Deus’. Não procede da iluminação do Espírito Santo, conforme deve ser toda a sabedoria verdadeira (Ef 1.17,18). A sabedoria proveniente do alto se reveste de muitas qualidades boas. Mas a sabedoria que vem da terra se reveste de qualidades negativas. Então, vejamos o que Tiago quis dizer ao classificar a sabedoria daqueles mestres de:

a) Terrena. Tal sabedoria se desenvolve sobre a terra, como propriedade de habitantes mundanos, que não têm direito a se considerarem espirituais. É uma sabedoria humana, não inspirada do alto, egocêntrica, calculistamente carnal. Sua astúcia visa somente a vantagem particular, e não o cultivo da piedade (1 Tm 6.3-6). Deriva-se do mundo frágil e finito da vida e dos negócios humanos, não sendo por isso, de modo algum, uma propriedade divina.

b) Animal. Este termo é tradução do termo grego “psychikos”, que significa “natural”, isto é, pertencente à vida natural, em contraste com a vida sobrenatural. É animal porque está confinada à alma, aquela porção que o homem tem em comum com outros animais (Gn 1.20,24; 2.7), e em sentido algum transcende a esse tipo inferior de natureza.

c) Demoníaca. O termo grego “daemon”, originalmente significa um “deus” inferior; mas, sua aplicação nos escritos do Novo Testamento, significa, regularmente, os espíritos malignos (Mc 5.2; Mt 8.28). O tipo de sabedoria carnal que os homens empregavam para se exaltarem a si mesmos pode ser até mesmo inspirado pelos demônios, um produto do reino das trevas, longe de ter origem celestial e divina. Sendo demoníaca, tal sabedoria é ‘hostil’ a Deus, e não meramente uma forma inferior de sabedoria. Portanto, uma sabedoria hostil a Deus produz uma igreja dividida, e isso é uma vitória para o reino das trevas (Lc 11.17,23). Assim, Tiago deixa subentendido que não seremos sábios, exceto quando iluminados por Deus, com uma sabedoria vinda do alto, através do Espírito Santo (Jo 14.16,17,26 cf Tg 1.17).

Conclui-se, assim, que essa sabedoria é “terrena” porque busca distinções humanas e pertence a categorias terrenas (Cl 3.2,5). Além disso, ela é “sensual”, isto é, natural (1 Co 2.14; Jd 19), porque é o resultado de princípios que atuam sobre os homens naturais, como a inveja, a ambição, o orgulho, etc. Finalmente, ela é “demoníaca”, porque primeiramente veio do diabo, constituindo a imagem mesma de seu orgulho, de sua ambição, de sua malignidade e de sua falsidade (Jo 8.44; 10.10a; 1 Tm 3.7).  


II.  O MAL PROCEDE DE SENTIMENTOS NOCIVOS À FÉ (Tg 3.16).
Neste versículo, Tiago volta a fazer menção da inveja e do espírito facioso, dizendo: “Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (v.16). Observe que, no versículo 14, Tiago diz: “Mas, se tendes...”. Porém, agora, ele diz: “Porque, onde há”. No versículo 14, Tiago não afirma que haja algum sentimento nocivo à fé, antes parece sugerir. Todavia, agora, no versículo 16, ele é categórico em afirmar que “há” sentimentos nocivos à fé. Além disso, Tiago parece ressaltar os ensinos do Mestre dos mestres, pois disse Jesus: “Mas o que sai da boca, procede do coração, e é isso que contamina o homem. Pois do coração procedem maus pensamento, assassínio, adultério, prostituição, furto, falso testemunho, blasfêmia” (Mt 15.18,19). Veja que, tanto Jesus como Tiago, mencionam o lugar onde nasce os sentimentos nocivos a fé, isto é, o coração (v.14; Mt 15.18). As Escrituras nos advertem quanto a isto, ao dizer: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). De igual forma, Tiago concorda com o Divino Mestre, ao afirmar que tais sentimentos são nocivos à fé (v.16; Mt 15.19). Desta forma, as rivalidades entre àqueles mestres, e as tentativas de cada qual por se exaltarem acima uns dos outros, o que resulta em cismas na igreja, ou, pelo menos, em facções, são evidências seguras de que muitos outros pecados existem em segundo plano, escondidos sob a capa de piedade (Cl 2.20-23). Sendo assim, observemos ainda as seguintes expressões do versículo 16:

a) Confusão – Este termo no grego é “akatastasia”, e significa “desordem”, “perturbação”, “tribulação”. A igreja cai em uma série de conflitos e lutas por poder, em que os chamados “mestres sábios” encabeçam, por assim dizer, exércitos adversários. Logo, a igreja cai em total confusão e desordem, mas nunca por inspiração do Espírito de Deus (1 Co 14.33).

b) Má ou Perversa – Este é um adjetivo grego adjetivo “phaulos”, que significa “vil”, “depravado”, “indigno” e “ruim”. O escritor sacro não enumera as coisas que ele tinha em mente, provavelmente, porque deixa isso em aberto, para ser preenchido pela imaginação dos seus leitores. Por isso, podemos pensar em imoralidades, desonestidade, furtos na igreja, etc. Em suma, cada uma das “obras da carne” será praticada (Gl 5.19-21). O estado da igreja local inteira tornar-se-á vil, contrário totalmente às exigências morais do evangelho (Mt 5.16,20,48; Rm 12.9,21; Gl 6.9).


III. TIAGO ENSINA A COMO IDENTIFICAR A VERDADEIRA SABEDORIA (Tg 3.17,18).
Agora, depois de abordar pela segunda vez a questão da inveja e do espírito faccioso, e de forma contundente, Tiago passa a mostrar aqueles mestres as qualidades ou virtudes existentes na verdadeira sabedoria, ao dizer: “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia” (v.17). O escritor sacro já havia identificado no versículo 15 o tipo de sabedoria utilizada por aqueles mestres, a saber, terrena, animal e demoníaca; então, para mostra-lhes a diferença das duas passa a mencionar cada uma das qualidades da verdadeira sabedoria, como ele disse ‘que vem do alto’, isto é, que tem sua origem em Deus.

1. As características da sabedoria que vem do alto.
a) Pura – Do grego “hagnós” que significa “sagrado”, “casto” e “sem mancha”. Trata-se de uma expressão pura, do íntimo; não tem falhas ocultas. Essa é a sua qualidade primária; e dessa qualidade se originam todas as outras, conforme se vê na lista abaixo. Tal sabedoria é isenta das corrupções humanas, que fazem parte integrante da sabedoria mundana; não conduz a qualquer facção e nem exaltação de um homem sobre outro; não contempla maldade moral, mas seu intuito constante é a prática do bem (Rm 12.21; Gl 6.9; 1 Pe 3.11). É inocente de quaisquer motivos dúbios, e seu intuito é glorificar unicamente a Deus (1 Pe 3.17; 1 Co 10.31).

b) Pacífica – A sabedoria não é contenciosa, nem facciosa e nem beligerante. Não busca seus próprios interesses, à custa de outrem, conforme faz a carnal sabedoria humana (Cl 2.4,5,8; Ef 5.6). Pelo contrário, confere a paz; alimenta-se da harmonia (Rm 12.18). Por isso, o Senhor Jesus fez a seguinte promessa: “Bem-aventurados são os pacificadores, porquanto serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9).

c) Moderado – Do grego “piekes” que significa “razoável”, “cheio de consideração”, “indulgente” e “gentil”. São qualidades que os homens facciosos e por demais ambiciosos não possuem. Antes, a sabedoria do homem espiritual é tratável, moderada, sem temperamento radical (Gl 6.1). Parece até um paradoxo! Se a sabedoria ‘que vem do alto’ é ilimitada, como pode ser moderada? Sim. Da parte de Deus, ela não tem limites. Mas, utilizada pelo homem, deve ser moderada, sem exageros, sem exibição. Tal pessoa não pode orgulhar-se, porquanto deve possuir o fruto da temperança (Gl 5.22).

d) Tratável – Do grego “eupeithes” que significa “facilmente persuadido”, o contrário de obstinado, que normalmente é o caráter dos homens por demais ambiciosos, que se tornam ditadores na igreja. Essa sabedoria é “aberta à razão”. Pode ver o ponto de vista alheio, mudando suas próprias opiniões (1 Ts 5.21).

e) Cheia de Misericórdia – Os homens por demais ambiciosos tendem para a crueldade e para o mau temperamento. A verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior. O homem sábio segundo o mundo, entretanto, não demonstra misericórdia para com ninguém, e procura fazer nome para si mesmo, de modo brutal. Porém, o homem verdadeiramente sábio é cheio de misericórdia, pois aplica o princípio do amor cristão em sua vida (Lc 10.30-35).

f) Bons Frutos – A sabedoria tem o caráter de misericórdia, cultivando o fruto do Espírito (Gl 5.22,23); e assim sua vida é repleta de piedade, sendo transformada para receber a imagem moral de Cristo, que é o supremo possuidor dessas qualidades. Neste caso, os “bons frutos” indicam as “boas obras” (Mt 21.45; Gl 5.22; Ef 5.8; Fp 1.11). Os efeitos da bondade e de misericórdia, mui provavelmente estão praticamente em foco.

g) Imparcialidade - Do grego “adiákritos” que significa “não dividido em julgamento”, “sem variação” e “de todo o coração”. O homem verdadeiramente sábio já se desfez da mente dúplice, entre as coisas terrenas e as celestiais; vive exclusivamente para a dimensão eterna (Mt 6.19-21; Cl 3.1,-3; Gl 2.20); também pode julgar com imparcialidade, tratando dos homens com justiça e com honestidade (Jo 7.24). Portanto, a sabedoria divina não admite “dois pesos e duas medidas”, tão comum em nossos dias (Lv 19.15,35,36; Dt 1.17; Tg 2.1).

h) Sem Fingimento – O homem verdadeiramente sábio não precisa ser insincero, e nem hipócrita, porquanto nada tem a ocultar, e não busca suas próprias vantagens (Fp 2.3,4). Tal homem não precisa viver como um ator, desempenhando um papel falso. Antes, vive na sinceridade (Rm 12.9; 2 Co 6.16). Assim, a sabedoria ‘que é do alto’ jamais dirá: “faça o que eu digo, e não faça o que eu faço”, porquanto isso é coisa da sabedoria terrena (Mt 23.3; Rm 12.9; 1 Pe 2.1).

2. Produzindo fruto de justiça.
Finalmente, Tiago conclui seu ensino mostrando o resultado da sabedoria “que vem do alto”, dizendo: “Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz” (v.18). Ora, Tiago está dizendo que a conduta reta produz muitas recompensas, que resultam na vida eterna (Rm 8.6). O cultivo dos galardões é realizado na atmosfera da paz (Hb 12.14; Rm 12.18,19). E o homem justo, que é verdadeiramente sábio, sabe disso, evitando os interesses pessoais e o espírito contencioso, que não contribuem para essa finalidade. Por essa razão, o Senhor Jesus, em seu Sermão do Monte, chamou de “filhos de Deus” aos que são pacificadores (Mt 5.9). Ora, o Senhor, em sua cruz e missão, estabeleceu a paz (Ef 2.13,14; Rm 5.1). Assim, os homens deveriam seguir ativamente o exemplo por ele deixado (Ef 2.15; Cl 1.20). Os pacificadores não são meramente aqueles que conciliam oponentes, para evitarem as brigas. Mas são aqueles que promovem ativamente a paz, mediante esforços planejados, procurando solucionar pendências com os inimigos e antagonistas. São exatamente o contrário daqueles que despertam contendas, e que agem devido à sua excessiva ambição. Desta forma, Tiago mostra-lhes que eles devem “semear e exercitar a paz”, por ser ela mais uma das características da verdadeira sabedoria. Portanto, exercitemos a paz do Senhor!


CONCLUSÃO
Diante de tão rico ensinamento de Tiago, é hora de fazermos uma breve reflexão: Que tipo de sabedoria estamos vivendo? A que vem do alto? Ou a que é terrena, animal e demoníaca? Nesta lição, ficou bem claro que, não pode haver justiça onde não há paz! Olhemos para o mundo, e constatemos que clamam por justiça, porém “não conhecem o caminho da paz” (Rm 3.17). Portanto, como filhos de Deus temos o dever de sermos agentes de pacificação neste mundo “sem Deus, sem paz e sem salvação” (Ef 2.11-19). Assim, com uma postura cristrocêntrica daremos testemunho da sabedoria que em nós reside “resplandecendo como astros no mundo” (Fp 3.15). Que Deus em Cristo vos Abençoe! Amém!! 
  


REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
Ø  DAVIDSON, Francis. O Novo Comentário da Bíblia. VIDA NOVA.
Ø  SILVA, Eliezer de Lira e. Lições Bíblicas. (3º Trimestre de 2014). CPAD.
Ø  LIMA, Elinaldo Renovato de. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 1999). CPAD.


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