sábado, 21 de novembro de 2015

LIÇÃO 08 – O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO





Gn 9.1-13 


INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição sobre o concerto de Deus com a geração pós-diluviana. Depois que o patriarca Noé saiu da arca com a sua família, Deus os abençoou, deu-lhes domínio sobre os animais e também instruções sobre questões alimentares. Além disso, Deus delegou aos homens o governo humano e fez um novo pacto com Noé, onde ele prometeu que não mais destruiria a terra com o dilúvio e deixou um sinal no céu como um memorial.


I. UMA NOVA CIVILIZAÇÃO
Após a corrupção da geração antediluviana, que resultou na execução do juízo divino por intermédio das águas do dilúvio, o patriarca Noé e sua família saem da arca com a missão de dar início a uma nova civilização. O Senhor, então, apareceu, mais uma vez a Noé. Vejamos:

1.1 A bênção de Deus.
Como ocorreu com os nossos primeiros pais, no Éden (Gn 1.28), Deus abençoou a Noé e a seus filhos, e lhes deu a ordem de frutificar e encher a terra (Gn 9.1). Sendo que, dessa vez, não havia apenas um casal, e sim, quatro casais (Gn 7.13) para dar continuidade ao repovoamento da terra. Noé tornou-se, então, o segundo pai da humanidade. O desejo de Deus era que aquela nova geração não se corrompesse, como ocorreu com a anterior, mas, que os homens vivessem em paz e em harmonia com os seus semelhantes.

1.2 O domínio sobre os animais.
Assim como Adão havia recebido a ordem de dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre os animais da terra (Gn 1.28), O Senhor deu a Noé o domínio sobre a criação (Gn 9.2). Isto nos ensina que, mesmo após a Queda e a depravação da geração antediluviana, os propósitos de Deus permanecem. O homem foi criado capaz de dominar a criação, e, como resultado desse domínio, o ser humano é capaz de domar animais ferozes e utilizar animais para o trabalho, transporte e lazer.

1.3 A nova dieta.
Ao sair da arca, Deus instruiu a Noé sobre questões alimentares (Gn 9.2-5). O homem que outrora alimentava-se apenas de frutas, verduras e cereais, a partir de então, passou a alimentar-se também de animais (Gn 9.3). No entanto, Deus proibiu que o homem se alimentasse do sangue. “A proibição acerca do uso do sangue na alimentação tem sido uma constante na história dos hebreus. Presume-se que ela tenha começado quando foi permitido que a carne animal viesse a fazer parte da alimentação humana. Ver (Lv 7.27; 17.10,14; 19.26; Dt 12.16,23; 15.23; Ez 33.25). Essa dieta foi imposta aos gentios, por fazerem eles parte do pacto com Noé, e não meramente por parte da lei mosaica” (At 15.20; 21.25) (CHAMPLIN, 2002. vol. 1. p. 99).


II. A ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ
Após a saída da arca, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com sacrifício de sangue (Gn 8.20). Deus recebeu aquela oferta e fez uma aliança com Noé (Gn 9.9-13). Vejamos como se deu esta aliança:

2.1 Deus prometeu não mais destruir a terra com um dilúvio.
Por causa da maldade e da corrupção da raça humana, o juízo divino por intermédio do dilúvio foi necessário (Gn 6.5-7), e, inevitavelmente, trouxe consequências drásticas para os homens, animais e também para a natureza. Mas Deus prometeu que não haveria outro dilúvio na terra (Gn 8.21; 9.11). A partir de então, os homens deveriam ver a chuva como uma bênção de Deus (Lv 26.4; Dt 11.13,14; 28.12; Sl 68.9; Mt 5.45), e não como a execução de um juízo divino.

2.2 Deus prometeu a perpetuação dos processos regulares da natureza.
Quando Deus criou a terra, estabeleceu leis que regulariam a natureza, tais como: dia e noite; inverno e verão (Gn 1.14; Sl 74.17; Zc 14.8; Lc 21.30). Mas, com o dilúvio, as leis da natureza foram afetadas. No entanto, Deus prometeu a Noé que “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, frio e calor, verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8.22). O que significa dizer que enquanto houver homens na terra, haverá continuamente plantação e colheita, dia e noite, inverno e verão.

2.3 Deus deixou um sinal no céu.
Ele disse: “O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra” (Gn 9.13). Desde então, o arco não representa apenas um fenômeno da natureza, e sim, um sinal que nos lembra a promessa de Deus, bem como a sua misericórdia para com a humanidade. O arco-íris, quando eleva-se no céu, nos faz lembrar o pacto de Deus com o patriarca Noé, e, consequentemente, com todos os homens. É o sinal e a garantia que o mundo nunca será destruído por outro dilúvio.


III. A INSTITUIÇÃO DO GOVERNO HUMANO
Antes do dilúvio não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho [...] Mas, após a saída da arca, Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos homens. A ordem divina foi esta: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9.6). A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram também conferidas. O governo humano, assim constituído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionado pelo próprio Deus como um meio de deter os desobedientes (Rm 13.1-7; I Tm 1.8-10). A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de Deus com os homens após o Dilúvio” (OLSON, 2004, p. 69). Vejamos os aspectos humanos e divinos neste governo:

3.1 O governo humano.
É Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à vida. A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para toma-la. Porém, mesmo antes de dar um código de leis a Israel (Êx 20.1-17; Dt 5.1-21), Deus ordenou a pena capital (Gn 9.6), visando a preservação da vida. Como os antediluvianos tinham enchido o mundo com violência e derramamento de sangue (Gn 6.5-7, 11,12), Deus instituiu a pena de morte para garantir à humanidade a preservação da vida.

3.2 A intervenção divina.
Embora Deus haja delegado o governo do mundo ao homem, continua Ele a comandar todas as coisas. A Bíblia registra diversos exemplos de intervenções divinas na história das nações, como interveio em Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30); no Egito (Êx 7.19 a 14-31); na Babilônia (Dn 4.32-34; 5.21); na Assíria (II Rs 19.35); e, principalmente, na história de Israel.


IV. A DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO
4.1 Definição de Dispensação.
“Período de tempo durante o qual a humanidade é moralmente responsável diante de Deus em relação à consideração, respeito e obediência demonstrada para com a sua palavra. Trata-se de um período moral ou período probatório da história humana ou angelical. Cada dispensação tem o seu próprio começo e fim. Em cada dispensação Deus tem um propósito específico e definido. Porém, o grande projeto e propósito de Deus através das várias dispensações, é libertar a humanidade e o universo de todas as rebeliões, de tal forma que os agentes dotados de livre-arbítrio, estejam voluntária e permanentemente sujeitos a Deus, a Cristo, e ao Espírito Santo” (OLSON, 2004, p. 35).

4.2 A Dispensação do Governo Humano.
Esta dispensação é assim chamada por causa das leis humanas, e governos que foram instituídos, para regular a vida dos homens após a longa era de liberdade de consciência. Deus deu a Noé determinadas leis para que tanto Noé quanto sua família e todos os seus descendentes fossem governados por elas. O homem passou a ser responsável pelo seu próprio governo (Gn 9.1-19).

4.3 O início e a duração da Dispensação.
Esta dispensação teve uma duração de 427 anos. Iniciou-se logo após o dilúvio e estendeu-se até o chamado de Abraão (Gn 8.15-19; 9.18-19; 11.10-32; 12.1-3). Após o dilúvio a nova vida da raça humana sobre a terra, começa com um ato de adoração (Gn 8.20). Esta é a primeira referência a um altar nas páginas das Escrituras. Após o dilúvio as bênçãos de Deus são dirigidas ou impetradas sob Noé e seus filhos, que surge agora como segundo cabeça da raça humana (Gn 9.1). Novas leis foram dadas, nova aliança, promessas de bênçãos, domínio da terra e responsabilidade sobre si mesmo para sempre (Gn 8.15,22; 9.3, 8-12).

4.4 A necessidade.
Os governos humanos fazem parte de um governo moral de Deus e são necessários para a preservação da sociedade humana na terra (Rm 13.1-7; I Pe 2.13-14). Na dispensação do governo humano, várias leis foram dadas e o governo foi estabelecido por Deus, com o homem agora sendo responsável por reinar ou administrar para o bem de todos. Sem a existência, execução de leis e punição, nenhum governo pode durar muito tempo. Elas são necessárias para punir criminosos sejam indivíduos ou nação (Rm 13.3-4).


CONCLUSÃO
Após o dilúvio, Deus deu início a uma nova geração por intermédio da família do patriarca Noé. Deus prometeu que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio e deixou um sinal no céu, como memorial do seu pacto com a humanidade. Deus também estabeleceu o governo humano, visando a preservação da vida e a não proliferação do pecado. 



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. O Começo de Todas as Coisas. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. O AT Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø  HOFF Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  OLSON, Laurence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.

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