domingo, 17 de novembro de 2019

LIÇÃO 07 – DAVI É UNGIDO REI (SUBSÍDIO)







1 Sm 16.1-13




INTRODUÇÃO
Introduziremos esta lição definindo o verbo “ungir” e explicando que aqueles que eram escolhidos por Deus para serem reis em Israel eram ungidos com azeite; falaremos da rejeição do rei Saul e da escolha divina de outra pessoa para ocupar o trono real; veremos informações detalhadas sobre Davi o escolhido de Deus para substituir Saul; destacaremos três verdades sobre a unção; e, por fim, concluiremos falando sobre o reinado de Davi, o rei segundo o coração de Deus.


I. DEFINIÇÃO DO TERMO UNGIR
O verbo “ungir” significa: “untar ou friccionar com óleo” (HOUAISS, 2001, p. 2804). A expressão hebraica deste verbo “mashah” que significa: “untar, ungir, consagrar”. O AT usa a expressão “mashah” comumente para indicar “ungir” no sentido de uma separação especial para um ofício ou função (VINE, 2002, p. 318). No AT, reis, sacerdotes e profetas recebiam a unção com óleo, literalmente falando, para ocuparem suas respectivas funções (Êx 29.16; 1Sm 9.16; 1 Rs 19.16). A unção do rei era oficializada por um representante divino, geralmente um profeta ou sacerdote (1Sm 10.1; 1 Rs 1.39,45; 19.16; 2Rs 9.6; 11.12). O azeite era derramado sobre a cabeça do rei como símbolo de sua consagração ao ofício. Devido ao costume de se ungir os reis, a frase “ungido do Senhor” tornou-se sinônimo de “rei” (1Sm 12.3,5; 24.6,10; 26.9,11,16,23; 2Sm 1.14,16; 19.21; Sl 20.6; Lm 4.20).


II. A REJEIÇÃO DO REI SAUL E SUA SUBSTITUIÇÃO
Por causa de sua rebeldia (1Sm 15.10,11), Saul foi rejeitado para não mais exercer o reinado sobre a nação de Israel (1Sm 15.26,28; 16.1). Ele ficou ocupando o cargo, mas o Senhor já não era mais com ele, pois o tinha rejeitado (1Sm 16.1,14). O reino de Israel seguia a regra da hereditariedade, ou seja, era de pai para filho. No entanto, quando pecou, Saul perdeu a hereditariedade do seu reino e Deus concedeu o trono a outro, que não era seu parente: “Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1Sm 13.14).


III. A ESCOLHA DE UM NOVO REI PARA ISRAEL
O Senhor incumbiu a Samuel a tarefa de ungir um dos filhos de Jessé (1Sm 16.1). Ao chegar na casa de Jessé, os sete filhos foram apresentados ao profeta, mas, nenhum deles foi escolhido pelo Senhor. Samuel, então, perguntou: “Acabaram-se os moços? E ele lhe respondeu: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas” (1Sm 16.11). Jessé, então, mandou chamá-lo, e, ao chegar, Davi foi ungido pelo profeta, e o Espírito do Senhor se apoderou dele (1Sm 16.13). A escolha de Davi contrariou a lógica humana pelos seguintes fatores: a) Davi não era o primogênito (1Sm 16.11); b) Na época, Davi não fazia parte do exército de Israel (1Sm 17.13); e, c) Davi era um simples pastor de ovelhas (1Sm 16.11; 1Cr 17.7). Abaixo destacaremos algumas informações importantes sobre Davi. Notemos:

1. Seu nome.
O nome de Davi significa “amado”. Sua história está registrada em mais de sessenta capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus (Mt 1.1); até hoje ele é lembrado como o maior rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia ele é chamado de “homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14; At 13.22).

2. Sua família.
As Escrituras trazem a genealogia de Davi várias vezes, sendo a primeira vez em Rute 4.18-22. Ele é descendente direto de Judá, Perez, Esrom, Rão, Aminadabe, Naassom, Salmom, Boaz (o marido de Rute), Obede (filho de Boaz e Rute) e Jessé, seu pai (1Cr 2.5-16; Mt 1.3-6; Lc 3.31-33). Davi era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (1Sm 17.12-14).

3. Sua Ocupação.
Davi tinha como principal ocupação pastorear as ovelhas de seu pai (1Sm 16.11). Como pastor aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou pelo menos duas coisas: a) depender do Senhor, conforme ele mesmo diz ao rei Saul (1Sm 17.37); e, b) lhe deu chance de aprender a coragem que ele veio a usar em seus anos como guerreiro (1Sm 17.34,35).

4. Suas Habilidades.
Davi possuía muitos talentos e quando Saul estava atormentado por um espírito maligno, seus servos lhe aconselharam que ele mandasse chamar alguém que tocasse harpa. Então, ele mandou que lhe trouxessem alguém que tocasse bem. E, um dos moços lhe disse: “Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença [...]” (1Sm 16.18a). Davi destaca-se por seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência, mas, sobretudo pela presença do Senhor em sua vida “o Senhor é com ele” (1Sm 16.18b). Davi possuía um total sete características de alguém muito especial.


IV. DAVI FOI UNGIDO REI DE ISRAEL
Acerca da unção de Davi como rei de Israel devemos destacar três aspectos na sua vida: Vejamos:

1. A unção separou.
A unção separa a pessoa ungida para o seu ofício, falando sobre o caráter sagrado de sua chamada e comissão. Assim foi com Davi. Ele foi ungido no meio dos seus irmãos: “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos” (1Sm 16.13).

2. A unção marcou.
Davi jamais esquecera o dia em que foi ungido. A expressão bíblica diz: “e desde daquele dia em diante” (1Sm 16.13), mostrando quão marcante foi essa experiência (Sl 23.5).

3. A unção capacitou.
A pessoa ungida ritualmente recebia a virtude divina em nome do Senhor. Era-lhe conferido o Espírito de Deus (1Sm 10.10). Foi o caso de Davi também: “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi” (1Sm 16.13). A unção indicava a preparação para o serviço (1Sm 10.1,9; 16.13; Is 61.1; Zc 4.1-14).


V. O REINADO DE DAVI APÓS A MORTE DE SAUL
Após a morte de Saul, Israel enfrentou um período de turbulência e o reino foi dividido. Isto porque, comumente, o herdeiro do trono deveria ser um herdeiro de Saul. Mas, o Senhor havia escolhido a Davi, que não era seu descendente. Vejamos alguns incidentes desse período:

1. Isbosete reinou em Israel.
Depois da morte de Saul, Abner, seu general, colocou o quarto filho de Saul, Isbosete (também conhecido como Esbaal), no trono de Israel. Ele reinou sobre Israel, Gileade e sobre as tribos de Efraim e Benjamim (2Sm 2.8-10).

2. Davi reina em Judá.
Embora Davi soubesse que um dia se tornaria rei (1Sm 16.13; 23.17; 24.20), e que Saul já estava morto (2Sm 1.1-16); e, pesar de tudo parecer favorável e oportuno, Davi não partiu em busca do apoio dos israelitas, nem se precipitou em subir a nenhuma cidade de Judá, sem antes consultar ao Senhor: “Subirei a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe o Senhor: Sobe. E falou Davi: Para onde subirei? E disse: Para Hebrom” (2Sm 2.1). A cidade de Hebrom ficava na região montanhosa de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Nesta cidade Davi reinou sobre Judá por sete anos e meio antes de se tornar rei sobre todo o Israel (2Sm 5.5).

3. Guerra entre Judá e Israel.
Com a existência de dois reis, Davi reinando em Hebrom sobre Judá; e Isbosete, filho de Saul, reinando sobre Israel, em Maanaim (2Sm 2.8-10), os homens de Davi e Isbosete se enfrentaram em uma batalha sangrenta. O exército de Judá, liderado por Joabe; e o exército de Israel, liderados por Abner saíram à peleja (2Sm 2.12- 3.1). Nessa batalha, Davi saiu vencedor e a Bíblia nos diz que: “Houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi ia se fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (2Sm 3.1). Abner foi morto à traição por Joabe, general de Davi, sem que Davi soubesse do fato (2Sm 3.22-30); e Isbosete, herdeiro do trono de Saul foi assassinado por dois dos seus servos (2Sm 4.1-12).

4. Davi reina sobre todo Israel.
Após a morte de Isbosete, todas as tribos de Israel vieram a Davi e lhe disseram: “Eis-nos aqui, somos teus ossos e tua carne. E também outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás príncipe sobre Israel” (2Sm 5.1,2). A Bíblia diz que Davi reinou por quarenta anos, sendo que, sete anos e meio em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém (2Sm 5.4,5). Era Davi de trinta anos quando começou a reinar sobre Israel (2Sm 5.4), e com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino estava finalmente unificado mais uma vez. A unificação do reino foi um marco importante para a nação israelita. Vejamos:

· Com a unificação, um único rei, Davi, tornou-se chefe de todo o Israel (2Sm 5.3);
· A unificação pôs fim à batalha entre Judá (no sul) e Israel (no norte) (2Sm 5.1);
· A unificação trouxe crescimento para o reinado de Davi (2Sm 5.10-12);
· Com a unificação, Israel e Judá deixou de ser um grupo de tribos rivais para se tornar uma força política unida e respeitada por todos os povos da região.


CONCLUSÃO
A escolha de Davi para ser o segundo rei de Israel nos mostra que ninguém é insubstituível na obra e que Deus conta até mesmo com o mais humilde dos homens para estabelecer o Seu propósito na terra.




REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. CULTURA CRISTÃ.
Ø  VINE, W. E, et al. Dicionário Vine. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.


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