sábado, 3 de julho de 2021

LIÇÃO 01 – A ASCENSÃO DE SALOMÃO E A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO (SUBSÍDIO)





 
1 Rs 4.29-34; 6.1,11-14.
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
No terceiro trimestre de 2021 estudaremos uma importante lição que tem como título: O plano de Deus para Israel em meio à infidelidade da nação. Será um trimestre que abarcará o período histórico compreendido entre a monarquia a divisão dos reinos. Nesta lição, analisaremos o final do reinado de Davi e o início do reinado de Salomão. Traremos importantes informações sobre o terceiro rei de Israel tais como: seu reinado, feitos, sabedoria, devoção e queda espiritual. Por fim, destacaremos que, embora Salomão e os seus sucessores tenham falhado, Deus manteve sua promessa conservando a linhagem davídica.
 
 
I. O FIM DE UM REI E O LEVANTAR DE OUTRO
Quando Davi sentiu a proximidade da morte (1Rs 1.1), preocupou-se com a sucessão do governo que Deus o havia conferido. Sabendo de antemão que Salomão era o escolhido para lhe suceder no trono (1Cr 28.6,7), e que edificaria o templo (1Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para que a sua gestão contasse com a bênção de Deus e prosperasse (1Cr 28.9,10). Notemos:
 
1. Conhecer a Deus.
Embora Davi tivesse uma série de experiências marcantes com Deus que por certo foram narradas aos seus filhos e até mesmo presenciadas por eles, o monarca de Israel enfatizou que Salomão necessitava ter a sua própria experiência: “Conhece o Deus de teu pai” (1Cr 28.9). A expressão “conhecer”, no hebraico “yada”, significa: “conhecer por experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o maior problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is 1.1-3). É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os 6.3).
 
2. Servir a Deus.
Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão que o servisse e o orientou a como fazê-lo: “de coração perfeito e alma voluntária”. A expressão “de coração perfeito”, no hebraico “shalem”, implica um “coração completo, inteiro, todo”. Já a expressão “alma voluntária” fala de buscar com prazer, com amor, não forçadamente. A orientação de Davi foi acompanhada de uma exortação severa aos que não o fizessem (1Cr 28.9-b). Infelizmente, com o passar do tempo, Salomão se deixou seduzir pelo pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1Rs 11.4).
 
3. Fazer a obra de Deus.
Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a edificação do Templo, um lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a Salomão: “Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra” (1Cr 28.10). Salomão haveria de realizar algo inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria ser construída (1Cr 29.1).
 
 
II. INFORMAÇÕES SOBRE SALOMÃO
Se considerarmos a grandeza, a prosperidade, a sabedoria e as realizações em empreendimentos de modo geral, nenhum rei de Israel ou de Judá pode ser comparado a Salomão. Por isso é dito que ele trouxe a Idade de Ouro de Israel. Sua história é descrita nos livros de 1 Rs 1-11 e 2 Cr 1-9. Vejamos alguns aspectos de sua vida, de seu reino e do seu caráter:
 
1. Seu nome.
Deriva-se do hebraico “shalom”, que significa: “pacífico”. Sob as ordens do profeta Natã, ele também recebeu o nome de Jedidias, que significa: “amado de Yahweh” (II Sm 12.24,25). Mas Salomão foi o nome que prevaleceu, pois ele é chamado assim mais de 300 vezes no Antigo Testamento. Seu nome também é mencionado na genealogia de Cristo (Mt 1.6).
 
2. Sua família e origem. 
Era filho de Davi com Bate-Seba. Ao contrário de Davi, ele nasceu em um palácio, pois seu nascimento se deu enquanto Davi reinava sobre todo Israel (2Sm 12.24,25).
 
3. Seu reinado.
Através de tratados com os reis vizinhos (1Rs 5.1-12), e de casamentos políticos (1Rs 3.1), Salomão garantiu a paz para o seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. Ele expandiu o comércio exterior e promoveu a prosperidade doméstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como mineração de cobre e fundição de metais. Durante o reinado de Salomão, Israel era o reino mais poderoso do mundo de então; Jerusalém a cidade mais suntuosa do mundo; e o templo, o edifício mais rico da terra. Dos confins do mundo pessoas vinham ouvir a sabedoria de Salomão e ver a sua glória (1Rs 10.1-10). Salomão recebia a cada ano, 666 talentos de ouro, ou seja, 23.310 quilos de ouro aproximadamente, além de muitos outros tipos de bens materiais. A prata tornou-se comum como pedra na terra de Israel (1Rs. 10.27). Após uma vida de empreendimentos comerciais bem sucedidos, Salomão tornou-se conhecido como o rei mais rico e mais sábio do mundo (1Rs 10.23).
 
4. Suas construções.
Salomão tornou-se conhecido também como um dos maiores construtores da história de israel. Durante o seu reinado edificou Hazor, Megido e Gezer (1 Rs 9.15) como cidades fortes em pontos estratégicos. Também construiu as cidades de Bete-Horom, Baalate e Tadmor (1 Rs 9.17-19). Os projetos de construção mais suntuosos, porém, foram o templo de Jerusalém, que se tornou o centro da vida nacional e religiosa do povo judeu (1 Rs 6), e o seu próprio palácio (1 Rs 7). Eis algumas informações sobre o templo:

  • A planta com os detalhes do Templo foi dada a Salomão através de seu pai, Davi, e Salomão edificou de acordo com o projeto divino (1 Cr 28.11,12,19);
  • O templo estava localizado na eira de Araúna, comprada por Davi, no Monte Moriá (2Sm 24.24,25; 1 Cr 22.1; 2 Cr 3.1);
  • Foi construído de grandes pedras, traves e tábuas de cedro, revestidas de ouro (1 Re 6.14-22; 7.9-12);
  • Foi construído por 30.000 israelitas e 150.000 Cananeus (1Rs 5.13-16; 2 Cr 2.17-18; 8.7-9);
  • Eles levaram sete anos para construí-lo (1 Rs 6.38);
  • Ele media 30 m de comprimento, 10 de largura e 15 de altura (1Rs 1.3);
  • Cada parte era preparada distante do local da edificação e colocada no seu lugar sem se ouvir ruído de martelo ou outro instrumento (1Rs 6.7);
  • Toda a casa foi revestida com ouro, ouro puro (1 Rs 6.11-22); ornamentado com pedras preciosas (2 Cr 3.6,7). 


5. Sua sabedoria.
No início de seu reinado, o Senhor lhe apareceu em Gibeão e lhe disse: “pede o que quiseres que te dê” (1 Rs 3.5); então, Salomão lhe pediu que lhe desse um coração sábio e entendido para julgar o povo. Este pedido agradou a Deus, que lhe deu, não apenas sabedoria, mas também riqueza e glória (1 Rs 3.4-15). Em 1 Rs 4.29-34 está escrito que Salomão foi o mais erudito dos estudiosos de sua época, superando grandes sábios de Edom. São atribuídos a ele 1005 cânticos, dois Salmos (72 e 127) e 3.000 provérbios, muitos deles descritos no livro dos Provérbios de Salomão (1 Rs 4.32; Pv 1.1). Ele escreveu também os livros de Eclesiastes e Cantares (Ec 1.1; Ct 1.1).
 
6. Sua vida de devoção.
Além de oferecer sacrifícios ao Senhor de forma abundante (1 Rs 8.63; 2 Cr 1.6; 7.5; 8.12), Salomão também se destacou por sua prática devocional de oração. Vejamos alguns motivos pelos quais ele orou: bênção contínua sobre a dinastia de Davi (1 Rs 8.25-26); atenção às suas orações (1 Rs 8.27-30); justiça para o inocente (1 Rs 8.31-32); perdão para o penitente (1 Rs 8.33-40); atenção às orações dos estrangeiros que visitam o Templo (1 Rs 8.41-43); Vitória em tempo de guerra (1 Rs 8.44-45); e restauração após o cativeiro (1 Rs 8.46-53).
 
7. Seu fracasso.
Em contraste com o que ensinou e escreveu, a vida de Salomão não foi um modelo de integridade moral e espiritual. Contrariando os mandamentos divinos (Dt 17.17), Salomão casou-se com uma egípcia (1 Rs 3.1) e teve 700 princesas e 300 concubinas, mulheres estrangeiras, que lhe perverteram o coração (1 Rs 11.1-4). Por advirem de povos idólatras, Salomão aderiu às suas práticas, construindo altares aos deuses pagãos (1 Rs 11.5.9).
 
 
III. A PUNIÇÃO E A MISERICÓRDIA DIVINA COM A LINHAGEM DE DAVI
Deus havia prometido a Davi que o seu reinado seria permanente, se os seus filhos pecassem, seriam castigados, mas o Senhor não apartaria sua misericórdia conservando para sempre o seu trono (2Sm 7.12-16). Logo, apesar do pecado de Salomão e de Roboão, Deus sempre manteve o trono de Davi ocupado com um de seus descendentes, mantendo sempre acesa uma lâmpada em sua linhagem (1Rs 12.36,39). Tal linhagem culminou no Messias, o Filho de Davi, que no Milênio reinará sobre toda a terra, a partir de Jerusalém (Lc 1.31-33; Ap 20.4; Is 2.3).
 
 
CONCLUSÃO
O Senhor escolheu Davi, que exerceu com fidelidade o governo do povo de Israel. Divinamente orientado, o homem segundo o coração de Deus, separou Salomão para ser o seu sucessor. Este, por sua vez, comportou-se inicialmente de forma agradável a Deus, no entanto se esqueceu da benignidade divina e rebelou-se contra a vontade do Senhor. Tais verdades históricas nos ensinam que Deus escolhe os homens para propósitos específicos, porém os tais homens devem ser submissos e fiéis à vontade divina.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 


 

Por Rede Brasil de Comunicação.



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