sexta-feira, 29 de outubro de 2021

LIÇÃO 05 – “JESUS CRISTO E ESTE CRUCIFICADO” – A MENSAGEM DO APÓSTOLO





 
1Co 1.18-25; 2.1-5
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje veremos que a mensagem do apóstolo Paulo era cristocêntrica, isto é, o centro da pregação paulina era Cristo e sua obra. Além disso, analisaremos os seus efeitos que consistiam em demonstração do Espírito Santo e de poder de Deus.
 
 
I. A MENSAGEM QUE PAULO PREGAVA ERA CRISTOCÊNTRICA
Neste primeiro tópico queremos destacar o fato de a pregação paulina ser essencial e predominantemente cristocêntrica. Ele exclamou aos coríntios: “Mas nós pregamos a Cristo [...]” (1Co 1.23), “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor [...]” (2Co 4.5). Paulo recebeu a revelação da pessoa de Cristo Jesus, que era maior que seu próprio conhecimento, formação acadêmica, condição social ou conceitos pessoais (Fp 3.7-10). Vejamos, ao menos, três aspectos da pregação de Cristo no ministério do apóstolo Paulo:
 
1. A humanidade de Cristo.
Paulo pregava sobre a humanidade de Cristo, que nasceu de mulher: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4); possuiu um corpo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9); e foi chamado literalmente de homem: “[...] muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo [...]” (Rm 5.15). Mas ele defendia a Cristo, de forma apaixonada, mostrando que Ele não era apenas um personagem histórico, um revolucionário, um sábio ou um filósofo. Não. Paulo exaltava a superioridade de Cristo, mostrando que era maior e mais excelente que todos os homens: “Deus se manifestou em carne [...]” (1Tm 3.16).
 
2. A divindade de Jesus.
Ademais de pregar a humanidade de Cristo, Paulo também pregava a sua divindade. Um texto que ilustra nitidamente as duas naturezas de Cristo nos sermões e escritos paulinos é o de Filipenses 2.5-11. Nele vemos o Deus que se fez homem sem deixar de ser Deus (Cristo Jesus), e o homem que recobrou a glória divina sem deixar de ser homem (Jesus Cristo). Além de operar sinais, Ele evidencia Sua divindade ao ressuscitar. Jesus está vivo!
 
3. A messianidade de Jesus.
A revelação da superioridade de Cristo e a prova da Sua divindade iluminaram a mente de Paulo. Que mudança tão radical esta descoberta provocou neste homem! Poucos dias antes, isso seria considerado, para ele, uma blasfêmia. Agora, porém, Paulo via como uma verdade incontestável, pela qual ele daria a própria vida. O apóstolo, durante todo o seu ministério, aonde quer que chegasse, procurava demonstrar pelas Escrituras que Jesus era o Verbo encarnado, o Filho de Deus e o Messias desejado (Ag 2.7; At 9.22; 13.14-42; 14.1; 18.28). Paulo encontrou em Jesus a resposta da busca de toda a sua vida: “E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9.5).
 
 
II. A MENSAGEM QUE PAULO PREGAVA ERA SOBRE A OBRA DE CRISTO
A mensagem do apóstolo não se limitava a pregar sobre a pessoa de Cristo. Ele pregava, principalmente, a maior de suas obras: sua morte vicária. Disse ele: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1Co 1.23).
 
1. “[...] nós pregamos a Cristo crucificado [...]”.
A pregação poderosa nos lábios de Paulo era a pregação do Cristo crucificado: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co 2.2). Era a loucura de Deus mais sábia do que os homens: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Co 1.25). Era a incompreensível atitude divina de se fazer homem, servo obediente e se submeter à mais dolorosa, cruel e constrangedora das mortes: a crucificação. Paulo pregou Cristo crucificado em todos os lugares por onde passou (At 13.28,29; 17.3; 26.23; 1Tm 2.5,6). Esse era o assunto que dominava a mente e a pregação do servo do Senhor. Imitemos o apóstolo Paulo. Proclamemos Cristo e este crucificado.
 
2. “[...] que é escândalo para os judeus [...]”.
Os judeus não compreenderam que o Messias viria como o “servo sofredor” profetizado por Isaías (Is 53.1-11). Os descendentes de Abraão tinham por certo que o Messias viria com toda força e imponência reais, para libertá-los do jugo romano e implantar o reino messiânico na terra, com sede em Jerusalém. Paulo, porém, não se envergonhava do Evangelho que pregava: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê [...]” (Rm 1.16). Eis um exemplo a ser imitado. Aleluia!
 
3. “[...] e loucura para os gregos [...]”.
Os gregos esperavam um sábio nos moldes dos grandes filósofos, com um sistema de pensamento complexo e sofisticado. Entretanto, o Cristo do Senhor veio humilde: “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal de carga” (Mt 21.5), nascendo numa manjedoura (Lc 2.7), como filho de um carpinteiro (Mt 13.55), sem aparência ou formosura (Is 53.2,3), sem ter onde reclinar a cabeça (Lc 9.58). Seu discurso era simples, mas poderoso: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” (Mt 7.28,29). E morreu crucificado. Um escândalo! Pois só os malditos seriam pendurados no madeiro: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13). Jesus não veio satisfazer as questões filosóficas, acadêmicas e intelectuais dos homens. Ele veio trazer salvação a todos os homens, ricos ou pobres, sábios ou leigos. A mensagem do Evangelho transforma a vida de todos que crerem no Cristo crucificado, não importando suas origens, ideologias ou convicções.
 
 
III. A PREGAÇÃO DE PAULO E OS SEUS EFEITOS
A temática principal da mensagem de Paulo era: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder. Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co 2.4,5).
 
1. A mensagem de Paulo era simples.
Ele não se estribava no seu conhecimento acadêmico e filosófico, nem na sua oratória, para pregar o Evangelho. Ele colocava-os à disposição de Deus, até porque foi chamado para pregar também “[...] diante dos reis [...]” (At 9.15; 26.26-32). Paulo tinha conhecimento e aptidões específicas, mas confiava inteiramente no poder do Evangelho (At 16.31). Ele afirmou com muita convicção: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria” (1Co 2.1).
 
2. A mensagem de Paulo demonstrava o Espírito Santo.
Persuasão é o meio do homem de convencer o seu próximo. O meio de Deus de convencer o homem é a demonstração do poder do Espírito Santo. Vejamos isso em Paulo: a) Ele foi cheio do Espírito Santo desde a sua conversão: “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo” (At 9.17); b) Ele foi separado pelo Espírito Santo para a obra missionária (At 13.2): “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”; c) Seu ministério foi marcado pelo poder do Espírito Santo (At 13.6-11; 19.6); e, d) “Pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo” (Rm 15.19).
 
3. A mensagem de Paulo era poderosa.
O poder reside na verdade contida na mensagem. O que Paulo pregava não era fruto da sua mente, mas da revelação de Deus: “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus. O qual nos fez também capazes de ser ministros [...]” (2Co 3.5,6a). Ele tinha convicção daquilo que pregava: “[...] eu recebi do Senhor o que vos ensinei [...]” (1Co 11.23). Com a mesma confiança do apóstolo Paulo, preguemos as verdades incontestáveis da Bíblia Sagrada, e o poder do Evangelho será suficiente para alcançar os corações e mentes daqueles que nos ouvirem (2Tm 4.1-5).
 
4. A mensagem de Paulo era de salvação a todos os homens.
A mensagem do Cristo crucificado é destinada a todos os homens, sem exceção (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1Pe 1.17). Pois a salvação é ofertada a todos indistintamente: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Outros textos bíblicos apontam para essa realidade da pregação do apóstolo Paulo (Rm 5.1,10,11; 2Co 5.18-20; Ef 2.16). Sendo assim, a pregação da cruz é a mensagem de Salvação para a humanidade.
 
 
IV. SIGNIFICADOS DA MENSAGEM DA CRUZ NA MENSAGEM DE PAULO
Existem alguns significados da verdadeira mensagem da cruz pregada pelo apóstolo Paulo. Notemos:
a) A cruz fala de substituição pelos pecadores (2Co 5.21; 1Tm 2.5,6).
b) A cruz fala de sofrimento vicário (Rm 3.25).
c) A cruz fala de mediação entre Deus e o homem (1Co 1.20; 1Co 15.25-28; Gl 3.14,15).
d) A cruz fala de redenção da servidão do pecado (Rm 6; 1Co 1.1-3; Gl 2.20).
e) A cruz fala de reconciliação com Deus (Rm 5.1,10,11; 2Co 5.18-20; Ef 2:16).
f) A cruz fala de propiciação para com Deus (Rm 3.25).
g) A cruz fala de julgamento e destruição do princípio do pecado e de seus frutos (Rm 5.15,17,18; 6.14; 8.3).
h) A cruz fala de perdão (Rm 3.25; 4.7).
i) A cruz fala de o justo juízo divino (Rm 9.22).
j) A cruz fala de expiação dos pecados (Rm 3.25).
l) A cruz fala da derrota dos poderes angelicais (1Co 2.15).
m) A cruz fala da salvação nacional de Israel (Rm 11.25-27).
n) A cruz fala da completa redenção dos remidos, aguardando sua redenção definitiva (Tt 2.13).
 
 
CONCLUSÃO
Estudamos na lição de hoje que a mensagem paulina era exclusivamente cristocêntrica. Essa mensagem não somente abrange a sabedoria e a verdade, mas também o poder ativo de Deus, para salvar, curar, expulsar demônios e redimir as almas do poder do pecado.
 

 
REFERÊNCIAS
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Brasil: Editora Vida, 1991.
Ø  CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a igreja de Cristo. CPAD, 202.
Ø  BALL, Charles Ferguson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. CPAD.1.
Ø  BRUCE, F. F. Paulo, o apóstolo da graça. VIDA NOVA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010.

  

Por Rede Brasil de Comunicação.



 

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