quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

LIÇÃO 03 – A INERRÂNCIA DA BÍBLIA


 
 
 
  
Mt 5.17-21; Hb 10.15-17 
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o que é a inerrância bíblica; pontuaremos porque as Escrituras Sagradas são inerrante; notaremos as evidências internas que comprovam sua inerrância; e por fim; estudaremos as evidências externas que comprovam sua inerrância.
 
 
I. O QUE É INERRÂNCIA BÍBLICA
1. Definição etimológica.
A palavra inerrância vem do vocábulo latino “inerrantía” e significa, literalmente: “qualidade daquilo que não tem erro; infalível”. O Dicionarista Houaiss acrescenta que inerrância é algo “fixo, imóvel”, que não comete erros; que não se engana; infalível.
 
2. Definição teológica.
A inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus. A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo. Neste sentido, a doutrina da inerrância bíblica pode ser compreendida, também, como sinônimo de infalibilidade.
 
 
II POR QUE A BÍBLIA É INERRANTE?
A inerrância das Escrituras, antes de ser atestada por algumas áreas do conhecimento humano, é autodeclarada pela própria Escritura, pois a sua infalibilidade não depende do juízo dos homens. Notemos:
 
1. Porque a palavra de Deus é infalível.
Por infalível compreende-se: que a Bíblia é infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de Deus pode ser assim considerada: l) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra. (Nm 23.19, Mc 13.31).
 
2. Porque Deus não pode errar.
A Bíblia é a Palavra de Deus. Logo, a Bíblia não pode errar”. As Escrituras testificam isso, declarando enfaticamente que “é impossível que Deus minta” (Hb 6:18). Paulo fala do “Deus que não mente” (Tt 1:2). Ele é um Deus que, mesmo quando somos infiéis, “permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 2:13). Deus é a verdade (Jo 14:6), e a Sua palavra também. Jesus disse ao Pai: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). O Salmista exclamou: “A verdade é a essência de tua palavra” (Sl 119:160).
 
3. Porque a palavra de Deus é pura.
“Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5). Por que fez o sábio semelhante assertiva? Ele confiava na inerrância das Sagradas Escrituras. Ao afirmar serem estas puras, estava reafirmando: elas não comportavam nenhum erro; são a mais alta expressão da verdade.
 
4. Porque a palavra de Deus é reta.
Quando salmista asseverou ser reta a Palavra do Senhor, quis ele deixar bem claro que nela inexistiam erros ou ilogicidades. Logo, ela é plena e absolutamente confiável: “Porque a palavra do Senhor é reta, e todas as suas obras são fiéis” (Sl 33.4). E, retidão fala também de perfeição e a Bíblia declara que: A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma...” (Sl 19.7). Esses e outros textos confirmam a inerrância da Escrituras.
 
5. Porque a palavra de Deus é eterna.
Como Deus é eterno (Dt 33.27; Jó 33.26), a sua palavra também é eterna, pois o profeta Isaías afirma: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente(Is 40.8). A Bíblia nunca envelhece, nunca fica desatualizada, sendo assim, a palavra de Deus não estar suscetível a correções humanas. Por isso, ela permanece para sempre. (1Pe 1.23-25).
 
 
III. AS EVIDÊNCIAS INTERNAS QUE COMPROVAM SUA INERRÂNCIA
Existem várias evidências que comprovam a inerrância da palavra de Deus; estas podem ser agrupas de duas maneiras: internas, na qual encontramos o testemunho de Jesus e os cumprimento das profecias e as externas como os manuscritos, a história e a arqueologia. Notemos:
 
1. O testemunho dos Profetas.
A palavra profeta deriva-se do termo hebraico “nabbi” que significa “falar” ou “dizer”; e do termo grego prophete”, que significa “falar de antemão”. Portanto, o profeta é um mensageiro de Deus. Sua principal função é tornar conhecidas as revelações divinas e transmiti-las ao povo (Êx 7.1; Nm 12.6; 1Sm 3.20; Hb 1.1,2). Os profetas entendiam as palavras de Deus como infalível e inerrante, isso fica bem visível na mensagem de Deus por meio do profeta Jeremias: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.” (Jr 1.12). O nível de comunhão desses homens, levantados por Deus, era tão grande que impediam que houvesse qualquer dúvida quando o cumprimento da palavra do Senhor. Logo, o testemunho dos profetas era no sentido da veracidade, inerrância e infalibilidade das Escrituras. Outros textos bíblicos colaboram com essa mesma assertiva. (Dt 7:9; Ne 9:33; Sl 19:7; 40:10; 89:1; Lm 3:23).
 
2. O testemunho de Jesus.
O Senhor Jesus, em sua vida, reivindicou para a Bíblia: a autoridade divina (Mt 4:4,7,10); a Infalibilidade (Jo 10:35); a supremacia Absoluta (Mt 15:3,6); a inerrância factual (Mt. 22:29; Jo 17:17); a confiabilidade histórica (Mt 12:40; 24:37,38) e precisão científica (Mt 19:4,5; Jo 3:12). Jesus ainda declarou a Indestrutibilidade da palavra de Deus: “Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5:17,18 - NVI).
 
3. Cumprimento das profecias.
A mente que produziu a Bíblia mostra-se conhecedora dos fatos antes que se realizassem. Profecias do A.T. são citadas no N.T. como tendo se cumprido em seus dias como, por exemplo, os casos a seguir:
a) O Messias viria da “semente da mulher” (Gn 3.15; Lc 2:7; Gl 4:4; Ap 12:5);
b) O lugar de seu nascimento (Mq 5.2; Mt. 2:1 e Lc 4:4-7);
c) Nasceria de uma virgem (Is 7.14; Mt 1:18; Lc 1:29-35);
d) Seria crucificado com pecadores (Is 53:12; Mt 27:38; Mc 15:27,28; Lc 23:33).
Na obra de Josh Mcdowell (1996, p.222), Evidência que exige um veredito, traz uma informação muito preciosa: das 332 predições diferentes sobre o Messias, todas se cumpriram literalmente em Cristo.
 
 
IV. AS EVIDÊNCIAS EXTERNAS QUE COMPROVAM SUA INERRÂNCIA
1. Evidência de Manuscrito.
Há manuscritos do NT disponíveis hoje que são datados dos séculos III e IV, e fragmentos que podem datar até mesmo no final do século I. Os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história. Assevera que “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”. Desse modo, conclui que não há qualquer prova cientifica ou histórica de que houve alguma mudança ou alteração nos textos sagrados. (BAPTISTA, 2022, p.38).
 
2. Evidência Histórica.
Grande parte do conteúdo bíblico é história e, por isso mesmo, passível de constatação. Existem duas espécies principais de apoio da história bíblica: os artefatos arqueológicos e os documentos escritos. No que diz respeito aos artefatos desenterrados, nenhuma descoberta arqueológica invalidou um ensino ou relato bíblico. A Bíblia tem demonstrado sua inerrância na exatidão histórica dos acontecimentos, personagens, civilizações, lugares e até moedas, que tem sido confirmado pela arqueologia, antropologia e a paleontologia. Norman Geisler afirma que 25.000 locais que datam dos tempos do Antigo Testamento já foram localizados, confirmando assim a veracidade e a inerrância das Escrituras.
 
3. Evidência da Arqueologia.
A arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos. A arqueologia trouxe muita luz sobre a impressionante preservação da Bíblia. Centenas de manuscritos confirmaram que o texto bíblico foi mais preservado que qualquer outro texto antigo da humanidade. Os Manuscritos do Mar Morto são a maior prova disso” (LUIZ SAYÃO in BÍBLIA DE ESTUDO ARQUEOLÓGICO — NVI, 2013).
 
4. Evidência Científica.
Nesse ponto, chamamos de evidência científica as afirmações de maior exatidão científica que, na época da produção do texto, era de absoluto desconhecimento dos fatos por parte dos escritores, mas que sob a orientação do Espírito Santo puderam afirmar verdades que só o Senhor sabia. Ex. A terra fundamentar-se sobre o nada (Jó 26:7); e a mesma possuir uma forma esférica (Is 40:22).

 
CONCLUSÃO
A Bíblia, sem sombra de dúvida, é a inerrante, genuína e infalível Palavra de Deus. Diversas foram as tentativas de descredibilizar no transcurso da história pelos críticos liberais, porém como palavra de um Deus que não mente, mas que é fiel em cumprir com as suas promessas, manteve-se de pé, demonstrando a verdade dita por Jesus “passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24:35; Lc 21:33).



REFERÊNCIAS
ü  BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD.
ü  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
ü  BÍBLIA DE ESTUDO ARQUEOLÓGICA.VIDA.
ü  MCDOWELL, Josh. Evidências que exige um veredito. CANDEIAS.
ü  GEISLER, NORMAN. Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós. CPAD.
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 

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