terça-feira, 4 de janeiro de 2022

LIÇÃO 01 – A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

 

 


 
Sl 119.1-8 
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos as definições dos termos Bíblia e autoridade; pontuaremos alguns aspectos da autoridade da Bíblia; notaremos alguns propósitos de Deus com a Bíblia; e por fim, falaremos sobre as características da Bíblia Sagrada.
 
 
I. DEFINIÇÕES DOS TERMOS BÍBLIA E AUTORIDADE
1. Definição da palavra Bíblia.
A palavra “Bíblia” não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. É derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita “biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “bíblia”. Portanto, a palavra Bíblia quer dizer: “coleção de livros pequenos”. Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida por Jerônimo tradutor da Vulgata Latina (tradução da Bíblia do grego para o latim), o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de “Biblioteca Divina” (ANDRADE, 2008, p. 20 – acréscimo nosso). Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma são: a) Escrituras (Mt 21.42; 22.29; Mc 14.29; Lc 24.27; Jo 5.39); b) Sagradas Letras (2Tm 3.15); c) Livro do Senhor (Is 34.16); e, d) Palavra de Deus (Pv 30.5; Hb 4.12).
 
2. Definição da palavra autoridade.
A palavra autoridade é a tradução do termo grego “eksousia”. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina e o selo dessa autoridade aparece em expressões como “assim diz o SENHOR” (Êx 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jr 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1Pe 1.23-25). “Existem muitas palavras ou frases que a Bíblia utiliza para se autodescrever e que sugerem uma reivindicação de autoridade divina. Jesus disse que a Bíblia é indestrutível e que ela jamais passará (Mt 5.17,18); ela é infalível, ou ‘não pode ser anulada’ (Jo 10.35); ela tem a autoridade final (Mt 4.4,7,10); e ela é suficiente para a nossa fé e prática (Lc 16.31)” (HORTON, 1996, p. 218 - grifo nosso).
 
 
II. ASPECTOS DA AUTORIDADE DA BÍBLIA
1. A Bíblia é inspirada.
A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com autoridade divina. Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada […]” (2Tm 3.16). A palavra grega é “theopneustos”, e significa literalmente “soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia não contém, nem torna-se, ela é a Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 – acréscimo nosso) define a inspiração da seguinte forma: “é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que ensina, e é, dessa forma, a regra infalível e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes”. As próprias Escrituras afirmam ser inspiradas no todo, em partes, em palavras e em cada letra: a) Inspiração do todo (Mt 5.17; 2 Tm 3.16); b) Inspiração de partes (Jo 12.14-16); c) Inspiração das palavras (Mt 4.4); e, d) Inspiração de cada letra (Mt 5.18).
 
2. A Bíblia é revelada.
A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela o Senhor se fez conhecido de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino preservado nas Sagradas Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3; Is 55.11; 2Tm 3.16; Hb 4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis e incomunicáveis, dentre outras coisas (Sl 139.1-10; 1Jo 4.8). “Pela Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo nosso). A revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores da Bíblia, coisas e fatos desconhecidos, que eles jamais poderiam saber, nem descrever, senão por revelação divina (Gn 1,2).
 
3. A Bíblia é inerrante.
Segundo o Aurélio (2004, p. 1100) a palavra “inerrância” significa: “que não pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente “a inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus” (ANDRADE, 2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb 6.18); não pode passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1Pe 1.25); e é a própria verdade (Jo 17.17). Tais atribuições mostram claramente a inerrância das Escrituras.
 
4. A Bíblia é infalível.
Segundo Andrade (2006, p. 229) é a “doutrina de acordo com a qual a Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e profecias”. Ela pode ser assim considerada porque: a) seus propósitos jamais falham; b) suas promessas são rigorosamente observadas; e, c) suas profecias cumprem-se de forma detalhada, exata e clara. Deus usou o profeta Isaías para dizer: “[…] a palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11). O Escritor aos hebreus diz que “a palavra de Deus é viva e eficaz […]” (Hb 4.12a).
 
5. A Bíblia é completa.
Quando afirmamos que a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo que Deus quis revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz respeito ao seu propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as coisas (Gn 1-3); como o pecado passou a fazer parte da história da humanidade (Gn 3.1-24); como o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o único meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 3.21-24).
 
 
III. PROPÓSITOS DE DEUS COM A BÍBLIA
1. A Bíblia foi escrita para nos ensinar.
Paulo diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855), “Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.
 
2. A Bíblia foi escrita para nos avisar.
O mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas “[…] estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso). A palavra “aviso” no original grego é “nouthesia”, que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Portanto, tanto os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências.
 
3. A Bíblia foi escrita para nos instruir.
Paulo descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da Escritura em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2 Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396): “no tocante à “justiça” que no grego é “dikaiosune”, fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.
 
 
IV. CARACTERÍSTICAS DA BÍBLIA
1. Porque a Bíblia é o manual do crente (2Tm 2.15; 3.16).
Ela é o livro-texto do cristão. Ela nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32). Por isso, devemos ler a Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo (1Tm 4.16; 2Tm 3.15).
 
2. Porque a Bíblia é o alimento espiritual (Mt 4.4; Jr 15.16; 1Pe 2.2).
Sem dúvidas, a leitura da Palavra de Deus produz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à vida espiritual como o alimento é para o corpo. Por isso, ela é comparada ao alimento. O texto de l Pedro 2.2, fala do intenso apetite do recém-nascido: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”.
 
3. Porque a Bíblia é a espada do Espírito (Ef 6.17; Hb 4.12).
Escrevendo aos efésios, o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus (Ef 6.10-17), onde ele descreve diversas peças da armadura, que servem para defesa, tais como: capacete, couraça, escudo, etc. A Palavra de Deus, que é chamada de “espada do Espírito”, é a única arma de ataque nessa descrição: “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17). O escritor aos Hebreus também compara a Bíblia a uma espada (Hb 4.12). Foi com esta arma que Jesus venceu a tentação (Mt 4.1-11).
 
4. Porque a Bíblia é um livro superior dos demais livros.
Desde a invenção da escrita e da imprensa, milhares de livros já foram escritos no mundo. Muitos deles se tornaram conhecidos no mundo, marcaram a história e até se tornaram best-seller, ou seja, mais vendidos. Mas, nenhum deles pode ser comparado à Bíblia. Isto por que: Somente a Bíblia é inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21); somente a Bíblia é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11); e, somente a Bíblia é infalível (Is 40.8; 1Pe 1.24,25).
 
 
CONCLUSÃO
As Escrituras são de origem divina. A autenticidade da Bíblia é confirmada por evidências internas e externas. A Palavra de Deus é a nossa autoridade final de fé e prática. 
 
 

REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. CPAD. 

Por Rede Brasil de Comunicação.


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