sábado, 11 de março de 2023

LIÇÃO 11 – O AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA



 
 
 
Mc 16.14-20
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a relação entre o verdadeiro avivamento e a missão da Igreja de Cristo; destacaremos também a importância da evangelização e suas implicações; elencaremos alguns dos principais erros doutrinários acerca da missão da Igreja na terra; e por fim, veremos os exemplos do Senhor Jesus e do Apóstolo Paulo quanto as estratégias na evangelização e a capacitação que todo cristão precisa ter para realizar a sua missão como embaixadores do Reino de Deus.
 
 
I. A IGREJA E A SUA MISSÃO
Segundo Horton (2006, pp. 299,300), “a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”. Muitos itens podem ser incluídos tais como: a evangelização, a adoração, a edificação e a responsabilidade social. Mas, em se tratando especificamente da evangelização, há cinco textos onde o Senhor Jesus comissiona seus discípulos para esta sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At 1.8). Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
 
1. A Igreja existe para evangelizar.
Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
 
2. A Igreja é ordenada a evangelizar.
A palavra “ordenar” segundo o Aurélio significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
 
3. A Igreja se realiza evangelizando.
Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co 9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
 
4. A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar.
Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
 

II. EQUÍVOCOS DOUTRINÁRIOS ACERCA DA MISSÃO DA IGREJA NA TERRA
Ao longo da história alguns equívocos doutrinários acerca da Missão da Igreja surgiram, dentre eles, podemos elencar os três principais:
 
1. Igreja deve exercer o papel do Estado.
Este conceito perdurou por mais de mil anos de modo quase universal, e hoje de maneira mais restrita (ex. Estado do Vaticano). Segundo esta visão, a Igreja e o Estado devem estar fundidos para cumprir sua missão precípua. Esta linha de pensamento trouxe sérios prejuízos históricos e doutrinários na compreensão da visão correta do Reino de Deus. Porém Jesus deixou claro que seu reino não é deste mundo e nem veio para fundar nenhum estado cristão (Mt 27.11-31; Mc 15.1-20; Lc 23.1-25; Jo 18.36,37; At 1.6,7), embora saibamos que seu reino milenial será instaurado no final da Grande Tribulação (Ap 20.1-4).
 
2. Igreja deve se isolar completamente da Sociedade.
Por conta do mundanismo e a excessiva institucionalização da Igreja Católica Imperial (313-590 d.C.), surgiu um movimento chamado de Monasticismo, onde seus defensores assumiram uma postura de isolamento, longe da sociedade que considerava decadente e arruinada, para viverem uma vida de completa santidade. Todavia o Senhor deixou claro que somos a luz do mundo e o sal da terra, e que nossa missão deve ser realizada em meio a sociedade (Mt 5.13-16); e orava, não para que saíssemos dela, mas para que fôssemos livres do mal (Jo 17.15).
 
3. Igreja deve promover a salvação através da Assistência Social.
Esta visão valoriza exclusivamente o bem estar físico, observando apenas a assistência social e a luta pela causa dos menos favorecidos. Segundo seus defensores, é do pobre o lugar da salvação, e a justiça social tem que ser implantada através da luta e da força. É a chamada Teologia da Libertação, e sua versão protestante, a TMI (Teologia da Missão Integral). Porém o projeto de Deus visa alcançar a todos (Lc 19.10; Jo 3.16. Tt 2.11;1Tm 2.6; Hb 2.9; 2Pe 2.1; 1Jo 2.2), e não apenas os pobres.
 
 
III. A EVANGELIZAÇÃO NÃO TEM PREFERÊNCIA POR LUGARES
1. No ministério de Cristo.
Em todas as referências alusivas à tarefa da evangelização, não encontramos em nenhuma delas o Senhor Jesus Cristo fazendo distinção de lugares, senão ordenando aos discípulos que levassem a mensagem de Boas Novas para todos os homens (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8). Jesus, mesmo não fazia diferença entre evangelizar áreas rurais ou urbanas: “e percorria todas as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém” (Lc 13.22). Os evangelhos nos mostram que Jesus pregou em aldeias (Mc 1.38; 6.6; 14.23; Lc 8.1). Além das aldeias, Jesus pregou também nas cidades, fossem elas de pequena ou de grande importância (Mt 9.35; 11.1; Lc 4.43). O que dizer, por exemplo, da cidade de Nazaré (Lc 4.16); Cafarnaum (Mc 4.13); Corazim e Betsaida (Mt 11.21); Jerusalém (Mt 21.10). Portanto, todos os que procuram propagar a Palavra de Deus devem seguir o exemplo de Cristo de cuidar de que nenhuma as regiões sejam negligenciadas, a fim de fazermos notória a mensagem de Cristo ao maior número de pessoas.
 
2. No ministério de Paulo.
O apóstolo Paulo foi um exímio evangelizador de áreas urbanas. Sob a direção do Espírito Santo este nobre servo de Deus se dispôs a levar a mensagem do Evangelho as grandes cidades, dentre as quais podemos citar: a) A cidade de Corinto. A igreja em Corinto foi fundada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). Nessa cidade, Paulo permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros obreiros. Apesar das oposições que sofreu, o apóstolo Paulo pregou o evangelho e muitas conversões aconteceram (At 18.8). Deus o consolou dizendo que tinha muito povo naquela cidade (At 18.10); b) A cidade de Filipos. Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “...primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia...” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política. Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia. Constituía-se o portão de entrada da Europa.
 
 
IV. A IGREJA E A SUA CAPACITAÇÃO
A Bíblia registra uma promessa feita pelo Pai celestial que haveria de inaugurar uma nova etapa no seu relacionamento com a humanidade. O Espírito Santo seria derramado mais plenamente nos seus servos, passando a habitá-los e a capacitá-los de forma especial (Is 44.3; Jr 31.33; Jl 2.28-32). Lembramos que no AT, o Espírito Santo tão somente vinha sobre os filhos de Israel a fim de capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz 6.34; I Sm 16.13). No NT isso mudou, pois o Espírito não estaria apenas conosco, mas em nós, sendo a capacitação ampliada (Jo 14.16,17). Em Lucas 24.49 e Atos 1.8 encontramos o Senhor Jesus Cristo confirmando a promessa do Pai aos seus discípulos que os capacitaria para a obra que eles deveriam realizar. Para isto era necessário que Jesus fosse ao Pai e rogasse pela vinda do outro Consolador para que estivesse com os seus servos (Jo 14.15). Com a vinda do Espírito para estar com a Igreja, o Senhor Jesus iria conceder ao seu povo aquilo que seria necessário para realizar a Sua missão aqui na terra até a sua vinda. A recomendação foi que eles ficassem em Jerusalém, esperando a promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4,8). Os discípulos aguardaram e experimentaram o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-10), e avivados pelo Espírito saíram para executarem a missão (Mc 16.20).
 

CONCLUSÃO
Como Igreja, devemos estar cônscios da nossa responsabilidade aqui na terra de proclamar as boas novas de salvação a todos os homens. Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que dispomos, para que a mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de pessoas. Esta, sem sombra de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos dar a nossa sociedade.
  



REFERÊNCIAS
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.
 



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