quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O CASAMENTO MISTO SOB ANÁLISE PAULINO

Subsídio Teológico


Casamento misto onde os parceiros estão satisfeitos (1 Co 7.12-14) 

“O primeiro exemplo de um casamento misto é aquele no qual o parceiro descrente está disposto a permanecer com o outro que havia se tornado cristão. Nesse caso, o cristão era obrigado a permanecer com o parceiro descrente. Tal diretiva de Paulo deixava claro que o cristão, não poderia partir ou divorciar-se do outro, baseando-se na recusa do outro em se tornar cristão. O cristianismo não pode se tornar uma desculpa para a conduta pagã. Então, se o parceiro descrente está satisfeito, o crente é obrigado a permanecer casado.

Não há qualquer estigma espiritual ligado a um novo convertido que permanece com um cônjuge inconverso. Ao contrário, o parceiro inconverso recebe algum benefício espiritual do cristão. Com relação às bênçãos espirituais que o descrente compartilha, Paulo escreve: 'Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido (v. 14)'. Isto não significa que o descrente sofra uma mudança moral ou espiritual. A expressão 'é santificado' 'não pode significar santo em CRISTO perante DEUS, porque este tipo de santidade não pode ser atribuído a um descrente'. Paulo usa o termo santificado aqui com um significado cerimonial, e não em um sentido ético espiritual".


Um casamento misto onde o descrente não está satisfeito (1 co 7.15,16) 

“A situação aqui é oposta do casamento misto onde os parceiros permanecem juntos por consentimento mútuo. Se o descrente se recusar a permanecer com o crente, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento: ‘Mas, se o descrente se apartar, aparte-se’ (v. 15). Desta maneira o crente fica em paz. Sob tais circunstâncias, o cristão não está destinado a uma vida de perseguição, abuso e agonia, por causa de seu relacionamento com um parceiro pagão. Mas a separação deve ser iniciada e completada por outra pessoa. O cristão nem deve estimular a dissensão nem promover separações. A paz e o amor devem ser sempre as marcas da vida cristã.

Não há qualquer contradição entre a atitude de Paulo ao permitir o rompimento de um casamento com um descrente pagão, e o mandamento de JESUS em Mateus 5.32. As palavras do Senhor foram dirigidas àqueles que professam ser leais e sujeitos a DEUS. As palavras de Paulo são dirigidas àqueles que são casados com descrentes. A diretiva não dá permissão para que um crente se case com um descrente. Serve apenas para uma pessoa casada que se torna crente depois de seu casamento. Em tal situação, o cristão está livre para deixar que o descrente parta, em vez de insistir em continuar uma união que sobrevive em uma atmosfera de tensões, brigas e medo.

Se o parceiro descrente iniciar a separação, o cristão não deve se condenar pelo fracasso do cônjuge que partiu, por não ter se tornado cristão” (Comentário Bíblico Beacon. Vol 8. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.298,299).

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