sábado, 16 de março de 2013

LIÇÃO 11 – OS MILAGRES DE ELISEU


2 Rs 2.9-14


INTRODUÇÃO
Os poderosos milagres do Senhor através do profeta Eliseu (2 Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1), mostram que Deus controla não apenas os grandes exércitos, mas também os acontecimentos da vida cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos mostra seu poder de transformar qualquer situação. O cuidado de Deus é para todos aqueles que estão dispostos a segui-lo. O Senhor tem todo o poder para realizar milagres em nossa vida (Gn 5.24; Êx 3.2; Nm 22.28; Js 3.16; At 3.1).


I – A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO
Antes de ser levado aos céus, Elias perguntou a Eliseu o que ele desejava receber para exercer o seu ministério. Eliseu então sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (II Rs 2.9-b). Segundo Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia Pentecostal, o termo “porção dobrada” não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. É um fato curioso que o número de milagres que Deus operara por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizara através de Elias. Vejamos isso no quadro abaixo:

MILAGRES DE ELIAS
REFERÊNCIA
Profetizou que não choveria por três anos e meio e não choveu
I Rs 17.1 / Tg 5.17
Disse que a farinha e o azeite da viúva se multiplicariam
I Rs 17.14-15
Orou para que o filho da viúva ressuscitasse e ele reviveu
I Rs 17.21-22
Orou para que caísse fogo do céu sobre o altar e assim aconteceu
I Rs 17.37-38
Pediu que caísse fogo do céu sobre os soldados e eles foram consumidos
II Rs 1.9-12
Feriu com a capa as águas do Jordão e ele se abriu
II Rs 1.8

MILAGRES DE ELISEU
REFERÊNCIA
O rio Jordão é separado
II Rs 2.14
As águas perto de Jericó são saradas
II Rs 2.19
As ursas devoram os rapazinhos por ordem de Eliseu
II Rs 2.23-24
Vinte pães satisfazem cem homens
II Rs 4.42-44
O azeite da viúva é multiplicado
II Rs 4.1
O filho da sunamita é ressuscitado
II Rs 4.31
A comida envenenada é purificada
II Rs 4.38
Naamã é curado da lepra
II Rs 5.1
Geazi é punido com a lepra de Naamã
II Rs 5.20-27
O machado flutua
II Rs 6.1
Soldados inimigos cegados
II Rs 6.18
Um homem ressuscitado quanto tocou nos ossos do profeta
II Rs 13.20-21


II – TRÊS PROPÓSITOS DOS MILAGRES
Ø  Glorificar a Deus. Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e apóstolos, buscando  chamar a atenção para si (II Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At 3.8,12; 14.14,15);

Ø  Dar uma resposta a necessidade humana. Todos os textos narrando os milagres realizados através e Eliseu deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em resposta ao sofrimento humano (2 Rs 4. 1-7; 4. 8-38; 5.1-19; 6.1-7);

Ø  Propiciar evidências para que haja fé em Deus. Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na vida, como o general Naamã que recebeu uma cura divina (2 Rs 5.1-19).



III - A CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES
Há os que defendem a teoria de que os milagres eram restritos à era apostólica e afirmam que os sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo Testamento, porém a Bíblia nos mostra que os milagres de Deus são necessários ainda hoje, porque confirmam a pregação do evangelho (Mc 16.20). Jesus fez uma excelente promessa dizendo: “E estes sinais seguirão aos que crerem” (Mc 16.17). 
Logo, a manifestação de sinais ficou restrita a era dos apóstolos, pois a fé é a principal condição para que estes sinais ocorram (Mt 21.22; Jo 11.40). É necessário destacar também que dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, entre os quais estão os dons de poder (I Co 12.7-11). Como o próprio nome já diz, são dons que transmitem poder, através de operações sobrenaturais. É o poder de Deus concedido ao crente para ele realizar maravilhas:

Ø  O Dom da Fé (I Co 12.9). Esse Dom opera frequentemente em conjunto com os dons de curas e operação de maravilhas. Não se trata da fé natural nem da fé para a salvação, mas uma Fé sobrenatural capacitando o crente a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças incuráveis, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer no impossível (Gn 22.5; Mt 8.1-3; Mc 1.22-24; Lc 17.6; Hb 11);

Ø  Os Dons de Curar (I Co 12.9). Os dons de curar são dados à Igreja para, por meios divinos, proporcionar a restauração da saúde do corpo físico. A palavra “dons” no plural pode sugerir a multiplicidade desses dons, bem como a cura de diferentes tipos de enfermidades, de acordo com o Dom que se recebe (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30; 19.11,12; 28.7,8). Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos, na autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão curados. Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo, conforme ensinou o apóstolo Tiago (Tg 5.14-16);

Ø  Dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11).


IV - COMO RECEBER O MILAGRE DE DEUS
Podemos destacar o personagem bíblico Naamã, como alguém que tomou as atitudes certas para receber o milagre de Deus. Vejamos quais foram:

Ø  Naamã creu. Ao ouvir por sua esposa o que havia sido dito por uma menina que estava em sua casa, de que havia um profeta em Samaria que poderia conduzi-lo a cura de sua lepra ele creu: “Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel” (II Rs 5.4);

Ø  Naamã buscou ao Senhor. A Bíblia diz que Naamã residia na Síria e o profeta estava em Samaria. No entanto, motivado pela fé, ele foi em busca do homem de Deus a fim de receber o favor divino: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu” (II Rs 5.9);

Ø  Naamã se humilhou. A princípio, o general sírio, não gostou da forma como o homem de Deus lhe tratou e do que recomendara fazer para que fosse curado. Por ser uma autoridade esperava um tratamento diferenciado segundo seus próprios conceitos (II Rs 5.10-12). Porém ao ser aconselhado servos que foram com ele a casa do profeta Eliseu, ele resolveu deixar o seu ego de lado e se submeter a direção divina dita pelo profeta: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus” (II Rs 5.14-a);

Ø  Naamã perseverou. O texto bíblico nos informa que além do profeta anunciar o lugar onde o general haveria de mergulhar, diz também quantas vezes era necessário. Isto exigia de Naamã agir com perseverança: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (II Rs 5.14).


CONCLUSÃO
Os milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física podendo ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um padrão: eles seguem os que creem, conforme (Mc 16.17). Esperar milagres da parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã; e a presença constante de milagres não garante necessariamente a fé e a fidelidade das pessoas. Devemos aprender que precisamos ter comunhão com o Senhor Deus, independente de que Ele realize milagres ou não.

  
REFERÊNCIAS
  Ø  CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosof. HAGNOS.
  Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.




Um comentário:

  1. É uma satisfação, ainda ver pessoas trabalhar com a palavra de Deus com zelo e ordem,pois este comentário esta uma maravilha, pois apresenta uma grande área de conhecimento para igreja de Jesus.

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