Gn 2.7,18-24
INTRODUÇÃO
O homem não é
somente a coroa da criação, mas também é objeto de um especial cuidado de Deus.
E a revelação de Deus na Escritura é uma revelação dada ao homem, e na qual o
homem é de seu interesse vital. Nesta lição, destacaremos importantes
informações acerca da criação do homem segundo o relato do livro de Gênesis e
que Deus após fazer o homem, fez-lhe também uma adjutora, instituindo em
seguida o casamento.
I.
A ORIGEM DO HOMEM SEGUNDO O LIVRO DO GÊNESIS
Deus havia
formado os céus e os preenchido com os luminares celestes e as aves que voam
(Gn 1.1,14). Havia formado os mares e enchido as águas com várias criaturas
aquáticas (Gn 1.9,20-22). A criação chegou a seu ápice quando, no sexto dia, o
Senhor criou o primeiro homem, o qual, juntamente com sua esposa, teria domínio
sobre a Terra e suas criaturas (Gn 1.26,27). Abaixo destacaremos algumas
verdades bastante interessantes sobre o relato bíblico:
1.1 A criação do
homem foi precedida por um solene conselho divino.
Antes de
registrar a criação do homem, o escritor inspirado nos leva de volta, por assim
dizer, ao conselho de Deus, pondo-nos em conhecimento do decreto divino com as
palavras: “Façamos o homem [...]” (Gn 1.26). “Enquanto os outros
seres foram criados sob o impacto do “faça-se” de Deus, o homem
teve criação de modo bem diferente. Deus concretizou o seu projeto para criar
um ser especial, de forma especial, nos atos da criação. Assim, Ele, em
conjunto com os outros componentes de sua Unidade, que se consubstanciam na
Trindade (Pai, Filho e Espirito Santo)” (RENOVATO, 2008, p. 251 – acréscimo
nosso).
1.2 A criação do
homem foi um ato imediato de Deus.
A criação do homem segundo as Escrituras
adveio de um ato imediato de Deus. Segundo Renovato (2008, p. 540), enquanto “a
Antropologia Humana exalta a teoria da evolução das espécies, por meio
do acaso e da chamada “seleção natural”. A Antropologia Bíblica fundamenta-se
na Palavra de Deus, que afirma categoricamente: “No principio, criou Deus
os céus e a terra...”. E disse Deus: “Façamos o homem a nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26a). Esse é o ponto de partida,
diante do qual o cristão, que crê na revelação divina, jamais tergiversará
diante dos argumentos humanos, materialistas, contrários a fé em Deus”.
1.3 A criação do
homem foi distinta das outras criaturas.
Quanto aos animais o relato
bíblico nos informa que Deus os fez conforme a sua espécie, já quanto ao homem,
o Criador o fez distinto das demais criaturas, o fez a “sua imagem e semelhança”
(Gn 1.26,27). “O homem devia ser conforme a semelhança divina, tendo
similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele
ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e
ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam
exclusivamente como ser superior aos animais” (BEACON, 2006, p. 33 – acréscimo
nosso). Segundo Stamps (1995, p. 979) a semelhança de Deus com o homem se dá da
seguinte forma:
O SIGNIFICADO
DA IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM
|
|
Semelhança
natural
|
Adão e Eva
tinham semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais, tendo mente,
emoções, autoconsciência e livre-arbítrio (Gn 2.16,19-20,23; Dt 30.19; Is
56.4).
|
Semelhança
moral
|
Eles tinham
semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria,
um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Rm 2.15).
Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena
comunhão.
|
1.4 A dupla
natureza do homem.
O
relato do livro do Gênesis nos mostra que Deus fez e criou o homem (Gn
1.26,27). Embora as expressões “fazer” e “criar” pareçam
ser termos correlatos, eles trazem consigo um sentido mais abrangente, traduzindo
a dupla natureza do homem. “Quando a Bíblia fala da criação do homem, usa a
palavra hebraica “asah” que significa: “fazer de coisas que
já existem” neste caso o corpo do homem foi feito de um material
físico, palpável, o pó da terra e a mulher da costela de Adão (Gn 2.7,22).
Confira ainda: (Gn 3.19; Sl 103.14; Jó 10.9; 1 Co 15.47). Porém, a Bíblia também
usa a palavra “bara” quer significa “fazer algo do nada”,
porque ele também criou no homem espírito e alma (Gn 2.7b)” (BERGSTÉN, 1981, p.
70 – acréscimo nosso). A Bíblia deixa claro que o homem é um ser tricótomo. Tricotomia
do grego “trikha”, três; “tomé”, corte. Doutrina
segundo a qual o ser humano é constituído por três partes distintas: corpo,
alma e espírito. Segundo Renovato (2008, p. 270) “esse ensino honra as
Escrituras e se harmoniza com elas, pois, de acordo com a Bíblia, o homem tem
uma constituição tríplice, sendo formado de espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23;
Hb 4.12)”.
1.5 A elevada
posição do homem na criação.
Ao criar o homem, o Senhor lhe deu uma
elevada posição diante de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof
(2000, p. 174) “O homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as
ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio
sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio
tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu
governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito, para que ele e todos os
seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do
universo”.
II.
CASAMENTO UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
A história do
primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn
2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e
trouxe-a a Adão” (Gn 2.22b). O casamento é, pois, uma instituição divina
(Mt 19.5,6). O padrão bíblico para o casamento é:
2.1 União
heterossexual (entre pessoas de sexos diferentes).
O
relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja,
entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão,
como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original
divino (Lv 18.22; Dt 23.17).
2.2 União
monossomática (mono = um) + (soma = corpo).
Deus, de um ser humano, fez
dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento
fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn
2.24c).
2.3 União
indissolúvel.
A
Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel
“e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa:
“apegar-se, grudar-se, esconder-se”. O
uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único
a outro (VINE, 2002, p. 42). Confira ainda (Mt 19.6; Rm 7.2).
2.4 União
monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento).
Monogamia é o sistema de
constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só
marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo
Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua
própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2).
III.
OS PROPÓSITOS DIVINOS PARA O CASAMENTO
3.1 Companhia.
O relato bíblico
nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20).
Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua
carência (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem
e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com
ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do
casamento.
3.2
Identificação.
No casamento
Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso,
fazendo-o dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E
da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a
Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas
um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de
tal maneira com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta
é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher,
porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
2.3
Relacionamento.
Outro propósito
pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar
plenamente. O texto Sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em
mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (1) Física:
“e apegar-se-á à sua mulher”; (2) Sexual: “e
serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn
2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).
CONCLUSÃO
A narrativa do
livro do Gênesis nos mostra claramente que o homem não é produto da evolução,
mas fruto de um ato criativo de Deus. Diferente dos animais, Deus o fez
conforme a sua imagem e semelhança, colocando-o como coroa da criação.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø BERGSTÉN,
Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø BERKHOF,
Louis. Teologia Sistemática. CULTURA CRISTÃ.
Ø CHAFER,
Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø LOPES,
Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.
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