sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

LIÇÃO 05 – O ARREBATAMENTO DA IGREJA






I Ts 4.13-18




INTRODUÇÃO
O Arrebatamento é a maior e mais gloriosa promessa do salvo. Será o Dia em que o Senhor Jesus virá buscar a Igreja para levar para si, onde nós estaremos para sempre com Ele por toda a eternidade. A Bíblia descreve esse evento surpreendente, que acontecerá num futuro incerto e impossível de precisar sua data (Mt 24.36). Somos conclamados a vigilância e santa expectativa para o grande Dia, onde a Igreja, a Noiva, terá seu maravilhoso encontro com o Senhor Jesus, seu Noivo. Nesta lição estudaremos o que é o Arrebatamento; as Escolas de interpretação acerca desse evento escatológico; quem participará do Arrebatamento; quais os elementos que estarão presentes nesse evento; e as principais diferenças entre a primeira e a segunda fase da Segunda Vinda de Cristo.


I. O QUE É O ARREBATAMENTO?
A palavra arrebatamento deriva da palavra no grego “harpazo”, significa: “raptar”, “levar com ímpeto”, “arrancar”, “resgatar”, “tirar”. “retirar um objeto com força e rapidez inesperada”. O Arrebatamento será a retirada da Igreja, de modo brusco, sobrenatural e sem prévias. Escrevendo aos Tessalonicenses (I Ts 4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do arrebatamento: 1º) O Senhor descerá do céu; 2º) Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3º) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados. Portanto, o Arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus irá levar a Sua Igreja para junto de Si (At 1.11; Hb 9.28; I Co 15.51,52; I Ts 4.13-17). Encontramos dois termos gregos relativos à Segunda Vinda de Cristo. Vejamos:

1.1 Parousia. Literalmente quer dizer: “presença”, “chegada rápida”, “visita”. É a palavra mais frequentemente usada nas Escrituras para descrever o retorno de Cristo. Seu sentido é abrangente porque não define apenas a volta de Cristo até as nuvens para arrebatar a Igreja (I Ts 4.15; 5.23; Tg 5.7,8; II Pe 3.4), mas, também para referir-se à Sua volta pessoal à terra (I Co 15.23; I Ts 2.19; II Ts 2.1). Portanto, o sentido é geral e não especifico.

1.2 Epiphanéia. Literalmente significa: “manifestação”, “vir à luz”, “resplandecer” ou “brilhar”. O sentido é mais especifico, porque se refere especialmente à vinda sobre as nuvens. É a volta pessoal de Cristo à Terra que acontecerá com uma manifestação visível e gloriosa de Jesus na segunda fase da segunda vinda (II Ts 2.8; I Tm 6.14; II Tm 4.6-8).


II. AS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO ACERCA DO ARREBATAMENTO
Existem pelo menos três Escolas de interpretação acerca do Arrebatamento da Igreja. Vejamos:

2.1 A Escola Pós-tribulacionista.
Ensina que o Arrebatamento acontecerá no final da Grande Tribulação. “Ela diz que a igreja continuará na terra até a segunda vinda, no final desta presente era, e será levada às nuvens para encontrar o Senhor que veio pelos ares, vindo do céu no segundo advento, para retornar imediatamente com Ele.” (PENTECOST, 2010, p.226). Segundo este grupo de teólogos, a Igreja permanecerá na terra durante todos os sete anos de tribulação, mas, será preservada da destruição, como os hebreus que não foram atingidos pelas dez pragas do Egito. Os principais textos bíblicos que eles se referem para defender este ensino são (Ap 6.9; 7.9-17; 13.7) onde João menciona a presença de santos na terra durante a Grande Tribulação. No entanto, a Bíblia deixa claro, que estes santos são as pessoas que se converterem após o Arrebatamento da Igreja.

2.2 A Escola Midi-tribulacionista.
De acordo com essa interpretação, a Igreja será arrebatada ao final da primeira metade (três anos e meio) da septuagésima semana de Daniel, ou seja, na metade da tribulação. A Igreja suportará os acontecimentos da primeira metade da tribulação, que, segundo os Meso-Tribulacionistas, não são manifestações da ira de Deus. Ela (a Igreja) será transladada, todavia, antes que comece a segunda metade da semana, que, segundo essa teoria, contém todo o derramamento da ira de Deus. Afirma-se que o arrebatamento ocorrerá junto com o soar da última trombeta e a ascensão das duas testemunhas de Apocalipse capítulo 11” (PENTECOST, 2010, p. 244). Os principais textos que esta Escola usa para defender sua crença é (I Co 15.52) onde o apóstolo Paulo diz: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta...” e (Ap 11.15) onde o apóstolo João descreve o “toque da sétima trombeta”. No entanto, devemos entender que a trombeta que o apóstolo Paulo menciona em (I Co 15.52) significa a última voz de chamamento ou de convocação do povo de Deus; e, não às trombetas do Apocalipse, que só serão tocadas após o Arrebatamento, durante a Grande Tribulação, não se tratando, portanto, do mesmo evento.

2.3 A Escola Pré-tribulacionista.
Os que aceitam este ponto de vista, crêem que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da Grande Tribulação (I Ts 1.10; 5.9; Ap 3.10). “A igreja, o corpo de Cristo, em seu todo, será, por ressurreição e por transferência, retirada da terra antes de começar qualquer parte da septuagésima semana de Daniel” (PENTECOST, 2010, p. 263). Vejamos porque esta Escola de interpretação bíblica é a mais coerente e aceita por nós:

      ·     A Igreja não está destinada a ira divina, e sim, a salvação (I Ts 1.9,10; 5.9,10; Hb 9.28).
·    A ira de Deus é para os ímpios, e não para a Igreja (Jo 3.36; Ap 6.17).
·    À Igreja de Filadélfia foi prometido livramento da "hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro" (Ap 3.10). E, profeticamente falando, a Igreja de Filadélfia é uma representação da Igreja do Arrebatamento!
·    Antes de Deus exercer juízo sobre os ímpios, Ele avisa e livra os justos, como ocorreu com Noé, antes do dilúvio (Gn 6.13,14); e com Ló, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.12-30). Veja o que o apóstolo Pedro diz em (II Pe 2.6-9).

III. QUEM PARTICIPARÁ DO ARREBATAMENTO?
A Bíblia descreve alguns personagens desse evento, especialmente em dois textos que dão destaque ao Arrebatamento (I Co 15.51-54 e I Ts 4.13-18). Esses personagens são:

ü Jesus Cristo. Como disse Paulo: “o mesmo Senhor... descerá do céu” (I Ts 4.16). É certamente o cumprimento da promessa que o Senhor nunca nos deixará só, mas que virá em breve nos buscar (Mt 28.20; At 1.11).

ü O arcanjo. A tradução do texto diverge na forma, mas não anula o fato, conforme está escrito: “à voz do arcanjo” ou “com voz de arcanjo” (I Ts 4.16). O texto de Daniel indica que o arcanjo Miguel participará do evento da segunda vinda de Cristo (Dn 12.1), mui especialmente da epiphanéia, quando Cristo, rodeado de exércitos celestiais, descerá sobre a Terra, no monte das Oliveiras (Zc 14.3,4; Ap 1.6,7). Porém, no evento do arrebatamento da Igreja, a participação do arcanjo será efetuada pela voz do comando e chamamento, a qual será ouvida apenas pelos remidos.

ü Os mortos em Cristo de todas as épocas. Os mortos em Cristo tanto do AT como do NT ressuscitarão “num abrir e fechar de olhos” ao ouvirem a voz de chamamento da trombeta do Senhor pelo arcanjo (I Co 15.51,52) e estarão, na presença do Senhor nos ares, com corpos glorificados (I Ts 4.16,17). A palavra “mortos” diz respeito aos santos que ressuscitarão com corpos transformados em corpos espirituais (soma pneumatikon). Assim, nossos corpos (tanto dos vivos como dos mortos) serão semelhantes ao de Cristo quando ressuscitou (Lc 24.39; Fp 3.20,21; I Jo 3.2). 

ü Os vivos em Cristo. O mesmo poder transformador operado nos corpos dos que morreram no Senhor atuará nos corpos dos crentes vivos naquele dia. Por isso, o apóstolo Paulo assevera aos tessalonicenses: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (I Ts 4.17). E, aos coríntios, também disse: “Nem todos dormiremos (ou seja, morreremos), mas todos seremos transformados” (I Co 15.51). Aleluia!


IV. ELEMENTOS ATRELADOS AO ARREBATAMENTO
De acordo com as profecias bíblicas, o Arrebatamento da Igreja será repentino, muito rápido e invisível ao mundo, como veremos a seguir:

ü Haverá uma surpresa. Esse elemento é rejeitado por alguns grupos que entendem que não haverá dois eventos distintos: o arrebatamento da Igreja e a vinda pessoal de Cristo. Ora, o que a Bíblia nos ensina é que, a Igreja, constituída pelos mortos e vivos em Cristo, se encontrará nas nuvens com o Senhor. Se por alguns a ideia da surpresa é rejeitada, uma grande maioria cristã prefere o que declara as Escrituras que destacam o elemento surpresa (Tt 2.13; Mt 24.35,36,42-44; 25.13). Esse elemento é fundamental porque a Igreja vive na esperança da vinda do Senhor. Textos como Mt 24.35,36, 42-44; 25.13 e Tt 2.13 mostram que esse evento será uma surpresa. As exortações para com a vigilância não fariam sentido sem o elemento “surpresa”.

ü Haverá uma velocidade. Para tentar explicar a velocidade do evento, Paulo usou o termo grego átomos, que aparece no texto sagrado pela expressão “num momento”, cujo sentido literal é indivisível (quanto ao tempo, aqui). A palavra átomos era usada para denotar “algo impossível de ser cortado ou dividido”. Também encontramos outras expressões bíblicas para denotar velocidade, tais como “abrir e fechar de olhos”, ou “o piscar de olhos”. Mesmo em época avançada e de velocidade da cibernética e da tecnologia, nada poderá contar e detectar o momento do milagre do arrebatamento da Igreja. 

ü Haverá uma invisibilidade.  Por que será um evento invisível e para quem? Será invisível para o mundo material porque os arrebatados serão constituídos somente dos transformados. A transformação será tão rápida, que nenhum instrumento cronológico terá condição de perceber ou marcar o tempo. Quando o crente conquistar esse corpo imaterial, a matéria perderá totalmente sua força (1Co 15.43,44,49,51,53).  


V. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
A Segunda Vinda de Cristo ocorrerá em duas fases distintas. Vejamos algumas diferenças entre elas:

PRIMEIRA FASE
SEGUNDA FASE
Será antes da Grande Tribulação (Ap 3.10)
Será depois da Grande Tribulação (Mt 24.29-30)
Será invisível (Mt 24.36)
Será pública, e todo olho verá (Ap 1.7)
Cristo vem para a Igreja (1Ts 4.17)
Cristo vem com a Igreja (Jd 14; 1 Ts 3.13)
Cristo não virá a terra, mas, ficará nas nuvens (I Ts 4.17)
Cristo virá a terra e pisará no Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4)
Só os santos o verão (1 Ts 4.17)
Todo olho verá (Ap 1.7)


VI. PROPÓSITOS DO ARREBATAMENTO
Para vir com os seus santos, o Senhor Jesus precisa antes vir para os seus santos. Assim, eis os propósitos do arrebatamento:

ü Cumprir a promessa “virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo” (Jo 14.3);
ü Livrar a Igreja da ira divna, ou seja, da Grande Tribulação (Rm 5.9; I Ts 1.10; 5.9; Ap 3.10);
ü Consumar a salvação dos crentes (I Pe 1.5; Rm 13.11; 8.23);
ü Glorificar os seus santos (Cl 3.4; Rm 8.17);
ü Recompensar os salvos por seu trabalho prestado na terra (I Co 3.12-15; I Jo 4.17; Hb 10.30-b).



CONCLUSÃO
O Arrebatamento da Igreja é a gloriosa e viva esperança de todo o crente salvo. Muito em breve a Igreja do Senhor Jesus deixará este mundo para estar com o Senhor para sempre, como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este Dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor Jesus Cristo, Aleluia!



REFERÊNCIAS
Ø  HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD. 



Por Rede Brasil de Comunicação.
Adaptado pelo Amigo da EBD.

Nenhum comentário:

Postar um comentário