sexta-feira, 18 de maio de 2018

LIÇÃO 08 – ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE (SUBSÍDIO)


  


1 Co 7.1-16




INTRODUÇÃO
Uma das características do presente século é a promiscuidade e a perversão sexual. Diariamente, as famílias são bombardeadas por orientações sexuais ilícitas e estímulos à práticas sexuais antibíblicas, principalmente através da mídia. Por isso, faz-se necessário estudarmos sobre a sexualidade à luz da Bíblia. Veremos nesta lição: a definição do termo sexualidade; que o sexo foi criado por Deus; que o ato conjugal deve estar restrito ao casamento; os propósitos do sexo; quais são as práticas sexuais ilícitas, e por fim, destacaremos os princípios bíblicos para o ato conjugal.


I. DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS “SEXUALIDADE” E “SEXO”
O dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 2563) define a palavra sexualidade como: “qualidade do que é sexual. O conjunto dos fenômenos da vida sexual externos ou internos, determinados pelo sexo do individuo”. A expressão “sexo” ainda pode ser usada como referência aos órgãos sexuais ou à prática de atividades sexuais. À luz da Bíblia, sexo são “as características internas e externas, que identificam e diferenciam o homem da mulher” (Gn 1.27).


II. O SEXO FOI CRIADO POR DEUS
A nossa confissão de fé (2017, p. 203) diz que a diferenciação dos sexos visa à complementariedade mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa complementariedade mútua é necessária à formação do casal e a procriação. Rejeitamos o comportamento pecaminoso […] bem como qualquer configuração social, que se denomine família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer conduta que atente contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus (Mt 19.6). Quando criou o ser humano, a Bíblia revela que Deus os fez sexuados: (Gn 1.27). A bênção do Senhor estava sobre aquele casal heterossexual (Gn 1.28). O sexo dentro do casamento não se constitui pecado, pois a Bíblia nos revela que foi Deus quem o criou (Ec 9.9; Pv 5.15-19; Hb 13.4). Logo, a natureza do sexo em si não é pecaminosa nem má, como acreditam e defendem alguns de forma equivocada (1 Tm 4.1-3). O sexo fez parte da constituição física e emocional do ser humano, desde o momento da sua criação (Gn 1.27). Assim, à luz das Sagradas Escrituras não é correto ver o sexo como coisa imoral, feia ou suja, pois Deus não fez nada ruim (Gn 1.31).


III. A RELAÇÃO SEXUAL ESTÁ CIRCUNSCRITA AO CASAMENTO
1. No Antigo Testamento. 
No plano original divino, a ordem de crescer e multiplicar-se foi dada a um casal (Gn 1.28). As páginas veterotestamentárias nos mostram claramente que somente nesta condição o ato conjugal é aceito e aprovado por Deus (Gn 2.24); pois, é por meio do casamento que marido e mulher tornam-se “uma só carne”, segundo a vontade de Deus (Gn 2.24 comparar Mc 10.7). Portanto, os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados (Pv 5.15-19).

2. No Novo Testamento. 
O NT preservou as atitudes judaicas do AT quanto ao sexo. Jesus condenou não só as práticas sexuais fora do casamento, como também o “simples” olhar com intenção impura para uma mulher (Mt 5.2-32). O apóstolo Paulo, de igual forma, ensinou aos crentes de Corinto como eles deveriam se portar quanto ao sexo (1Co 7.1-40). Aos casados, o apóstolo orienta que pratiquem o ato sexual regularmente (1Co 7.3), e só abstenham de desfrutar do ato conjugal com finalidades espirituais, como dedicar-se à oração, por exemplo, por um espaço de tempo combinado entre o casal, a fim de não se exporem às tentações de Satanás, inclusive, ao adultério (1Co 7.5). E, aos solteiros, Paulo afirmou que aqueles que não puderem conter-se, ou seja, controlar-se, que se casem, a fim de evitar as tentações e possam praticar o ato sexual licitamente (1Co 7.9; Hb 13.4).


IV. PROPÓSITOS DO SEXO SEGUNDO A BÍBLIA
Além da Bíblia ensinar que o ato conjugal deve ser praticado dentro do casamento, ela também mostra quais os propósitos pelos quais Deus criou o sexo. Vejamos as principais:

1. Procriação. 
Sem dúvida alguma, o primeiro propósito do ato sexual é a reprodução humana (Gn 1.28; 9.1; Sl 127.3). A procriação é o ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituindo o matrimônio e a família (Gn 2.21-24). No AT, a “lua de mel” para o soldado durava um ano, com o fim de proporcionar ao casal a possibilidade da procriação (Dt 24.5). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn 1.28-a), visto que dois iguais não se reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como uma abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Portanto, “o princípio da heterossexualidade estabelecido na criação, continua a ser parte integrante do plano de Deus para o casamento”.

2. Satisfação. 
O ato conjugal também foi criado para proporcionar prazer ao casal. A Bíblia diz: “Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.15-18). O sábio exorta os cônjuges a desfrutarem do sexo, sem ao menos mencionar os filhos. Neste capítulo, o homem é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade e o prazer (Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9).


V. PRÁTICAS SEXUAIS REPROVADAS PELA BÍBLIA
Já vimos que o sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano. No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de modo irresponsável (Rm 1.24-27). Abaixo elencaremos algumas práticas sexuais reprovadas pelas Escrituras:

1. Fornicação. 
Relação sexual entre pessoas não casadas. A Bíblia restringe o ato sexual apenas aos casados. Portanto, praticá-lo antes do casamento se constitui em transgressão (Gl 5.19-21; Ef 5.3; Cl 3.5).

2. Adultério. 
Relação sexual de um homem casado com uma mulher que não é a sua esposa, ou vice-versa. Prática
condenada pela Bíblia Sagrada (Êx 20.14; Dt 5.18; Mt 5.27; Rm 13.9). A Escritura fala da união monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Este é mais um mistério da união sexual dentro do casamento: “serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um nível de relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de fazerem com que o marido e a esposa tornem-se uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou afetando um, logo se atingirá o outro (Ef 5.28-b).

3. Homossexualidade. 
Atração erótica entre pessoas do mesmo sexo. Considerada pela Bíblia uma das perversões mais chocantes. Por isso, é por ela condenada (Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22-25; Rm 1.25-27; 1 Co 6.9; 1Tm 1.9,10). A Bíblia apresenta a união heterossexual (heteros = diferente) + (sexual = sexo). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17).

4. Perversões. 
Nas Escrituras Sagradas encontramos severas reprovações quanto a perversões sexuais, tais como: masturbação (Mt 5.27; Rm 6.13,19; 1Co 6,13,15,18; Gl 5.19; Ef 5.3); zoofilia (sexo com animais) (Lv 18.23); estupro (Gn 34.2,7; 2Sm 13.12); incesto (sexo entre familiares próximos) (Lv 18.7-19; 1Co 5.1); pedofilia (sexo com crianças) (Ef 4.19-22; Gl 5.19-21); práticas sexuais fora do padrão natural criado por Deus (1Co 6.19,20; 1Pe 3.7); sexting (sexo virtual) (Ef 5.3, 4; Cl 3.5).


VI. PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA O ATO CONJUGAL
Além de falar de que Deus criou o sexo e que este deve ser praticado por pessoas devidamente casadas, a Bíblia também orienta sobre quais os princípios para o ato conjugal. A palavra “princípio” significa: “o que serve de base para alguma coisa; ditame moral; regra, lei preceito” (HOUAISS, 2001, p. 2299). Vejamos alguns:

1. Princípio do amor. 
Ao contrário do modo de vida das pessoas que não conhecem a Palavra de Deus e praticam o sexo por mero prazer, o cristão é orientado a praticar o ato conjugal motivado pelo amor: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido” (1Co 7.3). Benevolência e amor andam juntos (1 Co 13.4).

2. Princípio do respeito. 
O ato sexual entre cristãos deve ser feito com respeito, pois o amor “não se porta com indecência” (1 Co 13.5). O marido deve honrar o corpo da esposa, e a esposa o corpo do marido, como nos ensina o apóstolo Pedro (1 Pe 3.7). Portanto, o cônjuge não pode ser forçado a fazer sexo quando não quer e não pode, principalmente a mulher, em casos específicos, tais como: período de menstruação (Lv 18.19,20), quando a gravidez requer mais cuidado, nem no período pós-parto até certo mês, e, por fim, em casos de doença.

3. Princípio da alegria e prazer. 
O ato conjugal não deve ser praticado com tristeza ou insatisfação; mas, com alegria, pois é um momento de prazer mútuo entre os cônjuges. A recomendação do sábio é clara: alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.18). Embora este não seja o único objetivo do casamento, não podemos negar que seja um dos principais (Pv 5.18; Ec 9.9). Deus criou os seres humanos sexuados (macho e fêmea) para lhes proporcionar a bênção do prazer conjugal (Gn 1.26,27; Hb 13.4).

4. Princípio do relacionamento. 
Deus instituiu o casamento também para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente. O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (a) Física: e apegar-se-á à sua mulher”; (b) Sexual: e serão ambos uma carne”; e (c) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).


CONCLUSÃO
O sexo foi criado por Deus (Gn 1.28). Mas, o propósito de Deus é que o sexo seja praticado dentro do casamento, entre marido e mulher. Os cônjuges devem desfrutar dessa bênção dada por Deus, que é o ato conjugal, desde que esteja dentro dos princípios bíblicos.




REFERÊNCIAS
·     ARÉVALO, Waldir Moreno. O sexo que Deus criou. MPT.
·     Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
·     CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos e Amados. CPAD.
·     DANIELS, Robert. Pureza Sexual. CPAD. 
  

Por Rede Brasil de Comunicação.



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